(…) “O Governo
anterior fez passar uma lei em que qualquer reformado europeu que
ganhe 2000€, ou mais, de reforma e tenha a sua 1ª morada em
Portugal, não paga impostos durante pelo menos 10 anos. Só em 2014
e para se perceber que a dimensão não é pequena, 7mil franceses
(são os dados que consegui, alguém tem o total?) fixaram-se em
Portugal através desta lei. Em que é que isto se reflete nos preços
da habitação? temos um enorme quantidade de reformados com poder de
compra muito acima da média portuguesa (que é cerca de 1000€/mês)
a comprar e arrendarem casas. Para muitas destas pessoas casas de 400
ou 500mil euros são acessíveis ou mesmo baratas, arrendar por 1500€
é um bom preço. O centro histórico da capital é um dos lugares
eleitos e, claro, os preços sobem imediatamente. A lei também diz
que para beneficiar da isenção os reformados apenas têm que
permanecer em território nacional cerca de 180 dias por ano ou
apenas "possuir uma habitação com a intenção de a manter
como residência habitual". Fica tudo bastante em aberto, o que
faz com que estes reformados, quando cá não estão, que pode ser a
maioria do ano, aluguem as suas casas a turistas. Ao pé destes
números os vistos gold são uma brincadeira com 2788 vistos emitidos
até dezembro de 2015, o que não quer dizer que também não estejam
a contribuir para o problema. Os 500mil/€ que um visto gold tem que
investir em imobiliário pode ser tudo numa propriedade ou repartido.
Muitos estão a comprar prédios que seguidamente alugam a turistas.
No meio disto tudo já exsitem fundos de imobiliário a vender casas
com opção de, eles mesmos, tratarem do seu aluguer a turistas. (
VER fotografia )
Uma cidade é feita
de muitas coisas, mas nunca pode ser feita maioritariamente por
turistas, a isso chama-se um parque temático. Também não é o seu
edificado que a define como cidade, por muito bonitinho e recuperado
que esteja, veja-se os exemplos de bem perto em Óbidos ou mais longe
de Veneza.”
OVOODOCORVO
Franceses
lideram compras de imobiliário, superando ingleses e chineses
ROSA SOARES
19/05/2016 - PÚBLICO
Investidores
estrangeiros representaram 20% do número de transacções registadas
no primeiro trimestre.
No primeiro
trimestre, os franceses superaram pela primeira vez os ingleses e os
chineses na compra de imobiliário em Portugal, consolidando a
tendência de crescimento que já se verificava desde o ano passado.
De acordo com dados preliminares da Associação dos Profissionais e
Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), divulgados
esta quinta-feira, o investimento estrangeiro terá representado 20%
das transacções efectuadas.
O peso total do
investimento estrangeiro na compra de imóveis caiu ligeiramente face
aos 23% verificados em 2014 e aos 22% em 2015. Contudo, este recuo é
explicado pelo aumento das transacções totais, com forte
crescimento do mercado interno. No total de 2014, as transacções de
alojamentos familiares ascenderam a 84.815, valor que subiu 27,4% em
2015, para 107.302.
Com base nos valores
já registados no primeiro trimestre, que superaram as estimativas do
sector, o número de transacções para o conjunto do ano deverá
registar “um crescimento entre 30 e 40%”, antecipa Luís Lima,
presidente da APEMIP, em declarações ao PÚBLICO.
O número de
transacções entre Janeiro e Março terá ascendido a 25 mil, com as
compras dos investidores estrangeiros a somarem mais de cinco mil.
Nestas operações estão incluídas as aquisições de imóveis
realizadas no âmbito das Autorizações de Residência para
Actividade de Investimento (ARI), mais conhecidas por vistos gold.
No primeiro
trimestre, as compras dos franceses representam 26% do total,
conquistando pela primeira vez a liderança das aquisições
realizadas por estrangeiros. As vantagens associadas ao regime fiscal
dos residentes temporários, muito aproveitada pelos franceses,
explicam uma parte da aposta em Portugal.
Os ingleses, que
historicamente lideravam as compras de casas em Portugal,
representarão actualmente 18% e os chineses 13%, muito por força
das ARI.
Em quarto lugar
estão os investidores brasileiros, com 8%. Nos últimos dois anos, o
investimento brasileiro tem crescido, tendência a que não é alheia
a crise económica e a instabilidade política que se vive naquele
país.
A registar uma
tendência crescente estão ainda os investidores belgas (5%) e
suíços (4%). Juntamente com os franceses, estas três
nacionalidades representam 35% do número de transacções
verificadas. O montante investido não foi disponibilizado.
Lisboa, Porto e a
região do Algarve continuam a ser as zonas mais procuradas pelos
investidores estrangeiros, refere a APEMIP, que destaca que os
ingleses continuam muito concentrados na região algarvia e os
chineses na região de Lisboa. "Já o investimento francês tem
uma distribuição territorial mais heterogénea, ainda que se
concentre sobretudo em Lisboa, no Porto e no Algarve", adianta
Luís Lima.
O presidente da
associação sublinha que o aumento do investimento estrangeiro "é
fruto de um trabalho de promoção do imobiliário português que tem
vindo a ser feito desde 2013, ano em que foi assinado um protocolo de
parceria com o Syndicat National des Professionnels de l'Immobilier.
Desta sexta-feira a domingo, o sector imobiliário nacional volta a
estar representado no Salão do Imobiliário e do Turismo Português
em Paris.
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