"Estão a
tentar transformar [Lisboa] num destino para a classe média da
Europa. Entram pessoas aqui só para descansar os pés. Alguns pedem
uma sopa e quatro colheres… Mas continuamos a trabalhar para os
portugueses. O estrangeiro é marginal, não nos interessa"
.Maria Augusta
Montes Gomes, proprietária da pastelaria Benard
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Dona
da Benard. “O Chiado está cheio de ladrões e gatunos”
Maria
Augusta Montes Gomes, proprietária da pastelaria Benard, comenta o
estado da zona do Chiado
Quantas pessoas
trabalham na Benard?
Trinta pessoas.
Temos três pasteleiros, que asseguram o fabrico próprio.
Como é a vossa
relação com o município?
Só votarei quando
vir o candidato a descer o Chiado de saltos altos. E quando perceber
que é uma pessoa com o mínimo de noção da realidade, do mundo do
negócio.
Mas sente que a zona
do Chiado não é protegida?
Estão a tentar
transformar [Lisboa] num destino para a classe média da Europa.
Entram pessoas aqui só para descansar os pés. Alguns pedem uma sopa
e quatro colheres… Temos também a questão da segurança: o Chiado
está cheio de ladrões e gatunos. Trabalhei vários anos na Zona
Jota e era melhor do que o Chiado. Pago [um serviço de] gratificado
à PSP e é muito caro. [A Câmara] devia preocupar-se com as
sarjetas, as passadeiras, os táxis, as obras, os prédios devolutos,
a segurança… Isto é um todo.
Como têm lidado com
a crise?
Começámos a sentir
constrangimentos em outubro – as pessoas não sabem com o que
contam desde essa altura. Mas continuamos a trabalhar para os
portugueses. O estrangeiro é marginal, não nos interessa.
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