terça-feira, 21 de junho de 2016

A Sé e o Campo das Cebolas vão ficar mais perto com este elevador




A Sé e o Campo das Cebolas vão ficar mais perto com este elevador
INÊS BOAVENTURA 21/06/2016 – PÚBLICO

O arquitecto João Favila Menezes sublinha que a relação do elevador com o monumento nacional “foi um aspecto bastante ensaiado”. A Emel prevê inaugurar a nova acessibilidade, que terá utilização gratuita, no Verão de 2017.

O projecto que visa “facilitar a mobilidade” entre o Campo das Cebolas e a Sé de Lisboa, através da instalação de um elevador, foi objecto de uma apresentação aos moradores e os trabalhos com vista à sua construção deverão começar já no próximo mês. O arquitecto João Favila Menezes sublinha o cuidado que houve para não introduzir um elemento “perturbador” junto àquele monumento nacional e garante que as cerca de 40 pessoas que assistiram à apresentação “ficaram bastante tranquilas”.

Numa das imagens mostradas aos moradores, na reunião que teve lugar na segunda-feira à noite, vê-se uma das paredes laterais da Sé e, do outro lado da rua, em cima do passeio, a estrutura através da qual se fará o acesso ao novo elevador. “É uma espécie de plinto muito reduzido. Uma peça circunscrita ao elevador”, descreve João Favila Menezes ao PÚBLICO, explicando que esta estrutura “redonda” será em pedra lioz.

"É uma peça relativamente pequena, deslocada, recuada relativamente à fachada da Sé”, continua, sublinhando que a inserção do elevador junto ao monumento nacional “foi um aspecto bastante ensaiado”.

“É um local quase icónico da cidade”, afirma o arquitecto, que considera que este não será um elemento “perturbador”. Ao contrário do que, diz, acontece já hoje com a “intrusão massiva das camionetas”, que circulam e param nesta zona da cidade causando “poluição sonora e trepidação”.

João Favila Menezes detalha que este elevador, que terá capacidade para transportar 13 pessoas de cada vez, vai partir do topo das Escadinhas das Portas do Mar, às quais se chega atravessando o arco com o mesmo nome que parte da Rua dos Bacalhoeiros. “O elevador vai dar continuidade às escadinhas”, explica, lembrando que actualmente elas “não têm continuidade”, esbarrando quem sobe os seus degraus num muro intransponível.

Essa mesma ideia é destacada numa apresentação escrita do projecto, na qual se diz que “o enquadramento delineado pelo arco da Porta do Mar circunscreve as Escadinhas do Mar, conduzindo muitos visitantes a subi-las na expectativa de que estas os conduzam até à Sé”. “No entanto isso não acontece, uma vez que estas escadas desembocam num beco fechado”, descreve-se, frisando-se que “a proposta agora apresentada corrige este equívoco, dando continuidade à natural ligação entre a cota do Campo das Cebolas e a Sé de Lisboa”.

João Favila Menezes frisa a utilidade que este novo acesso terá para alguns moradores de Lisboa, em espacial para aqueles “com alguma dificuldade de mobilidade”. E também, acrescenta, para turistas, nomeadamente para aqueles que chegarão à cidade através do futuro terminal de cruzeiros de Lisboa, em Santa Apolónia.

Também na apresentação escrita do projecto se observa que o novo terminal, “associado ao constante aumento de visitantes da cidade de Lisboa, obriga a reequacionar as acessibilidades entre a parte baixa da cidade e a colina do Castelo”. O projecto em causa, acrescenta-se, pretende “facilitar a mobilidade nesta zona da cidade, promovendo o uso de transportes públicos e a circulação pedonal, em detrimento do transporte individual ou turístico de grande escala”.

Em declarações ao PÚBLICO, João Favila Menezes faz também questão de sublinhar que este projecto é apenas uma das peças do Plano Geral de Acessibilidades Suaves e Assistidas à Colina do Castelo, elaborado pelo seu atelier em 2009. Esse plano prevê o desenvolvimento de outros “percursos pedonais assistidos”: um de ligação da Graça à “Alta Mouraria”, através da instalação de um funicular, e outro de ligação do Martim Moniz ao Castelo de São Jorge, através de três lanços de escadas rolantes a céu aberto.

O documento incluia uma outra intervenção, já concluída e inaugurada em Junho de 2015. Trata-se de um elevador que une o Miradouro de Santa Luzia à Rua Norberto de Araújo, em Alfama.

Questionada pelo PÚBLICO sobre quando é que terão início os trabalhos com vista à instalação do elevador que vai ligar o Campo das Cebolas à Sé, a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa transmitiu que está “a fechar a fase de adjudicação” da primeira empreitada, que deverá começar “em Julho” . Segundo a Directora de Institucionais e Cidadania da Emel, “atendendo a que esta obra decorrerá numa zona muito rica em termos arqueológicos”, essa primeira empreitada “visa apenas escavar o poço onde será posteriormente instalado o elevador”.

“Dependendo das vicissitudes dos trabalhos arqueológicos a realizar, espera-se que o elevador esteja operacional no Verão de 2017”, acrescenta-se nas respostas, nas quais se frisa que a utilização do elevador “será gratuita”.

Em Janeiro de 2015, quando o Plano Geral de Acessibilidades Suaves e Assistidas à Colina do Castelo foi debatido em reunião da Câmara de Lisboa, o vereador do Urbanismo manifestou a expectativa de que algumas das empreitadas nele previstas pudesse ter início ainda nesse ano. Segundo disse na altura Manuel Salgado, está em causa um montante global de cerca de três milhões de euros.
O projecto que visa “facilitar a mobilidade” entre o Campo das Cebolas e a Sé de Lisboa, através da instalação de um elevador, foi objecto de uma apresentação aos moradores e os trabalhos com vista à sua construção deverão começar já no próximo mês. O arquitecto João Favila Menezes sublinha o cuidado que houve para não introduzir um elemento “perturbador” junto àquele monumento nacional e garante que as cerca de 40 pessoas que assistiram à apresentação “ficaram bastante tranquilas”.

Numa das imagens mostradas aos moradores, na reunião que teve lugar na segunda-feira à noite, vê-se uma das paredes laterais da Sé e, do outro lado da rua, em cima do passeio, a estrutura através da qual se fará o acesso ao novo elevador. “É uma espécie de plinto muito reduzido. Uma peça circunscrita ao elevador”, descreve João Favila Menezes ao PÚBLICO, explicando que esta estrutura “redonda” será em pedra lioz.

"É uma peça relativamente pequena, deslocada, recuada relativamente à fachada da Sé”, continua, sublinhando que a inserção do elevador junto ao monumento nacional “foi um aspecto bastante ensaiado”.

“É um local quase icónico da cidade”, afirma o arquitecto, que considera que este não será um elemento “perturbador”. Ao contrário do que, diz, acontece já hoje com a “intrusão massiva das camionetas”, que circulam e param nesta zona da cidade causando “poluição sonora e trepidação”.

João Favila Menezes detalha que este elevador, que terá capacidade para transportar 13 pessoas de cada vez, vai partir do topo das Escadinhas das Portas do Mar, às quais se chega atravessando o arco com o mesmo nome que parte da Rua dos Bacalhoeiros. “O elevador vai dar continuidade às escadinhas”, explica, lembrando que actualmente elas “não têm continuidade”, esbarrando quem sobe os seus degraus num muro intransponível.

Essa mesma ideia é destacada numa apresentação escrita do projecto, na qual se diz que “o enquadramento delineado pelo arco da Porta do Mar circunscreve as Escadinhas do Mar, conduzindo muitos visitantes a subi-las na expectativa de que estas os conduzam até à Sé”. “No entanto isso não acontece, uma vez que estas escadas desembocam num beco fechado”, descreve-se, frisando-se que “a proposta agora apresentada corrige este equívoco, dando continuidade à natural ligação entre a cota do Campo das Cebolas e a Sé de Lisboa”.

João Favila Menezes frisa a utilidade que este novo acesso terá para alguns moradores de Lisboa, em espacial para aqueles “com alguma dificuldade de mobilidade”. E também, acrescenta, para turistas, nomeadamente para aqueles que chegarão à cidade através do futuro terminal de cruzeiros de Lisboa, em Santa Apolónia.

Também na apresentação escrita do projecto se observa que o novo terminal, “associado ao constante aumento de visitantes da cidade de Lisboa, obriga a reequacionar as acessibilidades entre a parte baixa da cidade e a colina do Castelo”. O projecto em causa, acrescenta-se, pretende “facilitar a mobilidade nesta zona da cidade, promovendo o uso de transportes públicos e a circulação pedonal, em detrimento do transporte individual ou turístico de grande escala”.

Em declarações ao PÚBLICO, João Favila Menezes faz também questão de sublinhar que este projecto é apenas uma das peças do Plano Geral de Acessibilidades Suaves e Assistidas à Colina do Castelo, elaborado pelo seu atelier em 2009. Esse plano prevê o desenvolvimento de outros “percursos pedonais assistidos”: um de ligação da Graça à “Alta Mouraria”, através da instalação de um funicular, e outro de ligação do Martim Moniz ao Castelo de São Jorge, através de três lanços de escadas rolantes a céu aberto.

O documento incluia uma outra intervenção, já concluída e inaugurada em Junho de 2015. Trata-se de um elevador que une o Miradouro de Santa Luzia à Rua Norberto de Araújo, em Alfama.

Questionada pelo PÚBLICO sobre quando é que terão início os trabalhos com vista à instalação do elevador que vai ligar o Campo das Cebolas à Sé, a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa transmitiu que está “a fechar a fase de adjudicação” da primeira empreitada, que deverá começar “em Julho” . Segundo a Directora de Institucionais e Cidadania da Emel, “atendendo a que esta obra decorrerá numa zona muito rica em termos arqueológicos”, essa primeira empreitada “visa apenas escavar o poço onde será posteriormente instalado o elevador”.

“Dependendo das vicissitudes dos trabalhos arqueológicos a realizar, espera-se que o elevador esteja operacional no Verão de 2017”, acrescenta-se nas respostas, nas quais se frisa que a utilização do elevador “será gratuita”.


Em Janeiro de 2015, quando o Plano Geral de Acessibilidades Suaves e Assistidas à Colina do Castelo foi debatido em reunião da Câmara de Lisboa, o vereador do Urbanismo manifestou a expectativa de que algumas das empreitadas nele previstas pudesse ter início ainda nesse ano. Segundo disse na altura Manuel Salgado, está em causa um montante global de cerca de três milhões de euros.    

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