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Comer menos carne
para impedir as alterações climáticas? Zero defende que sim
A associação Zero
entende que é necessário mudar “a dieta alimentar, que inclui demasiada carne e
peixe, a bem da saúde, dos ecossistemas e do clima”.
Lusa 8 de Agosto
de 2019, 12:56
A associação
ambientalista Zero defende que os portugueses têm de mudar a sua dieta
alimentar, passando a consumir menos carne e peixe, lembrando que os hábitos de
consumo e a produção de alimentos têm forte impacto nas alterações climáticas.
Num comentário ao
novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC),
divulgado esta quinta-feira, a Zero entende que “Portugal é um dos países onde
o uso do solo é mais decisivo” para atingir os objectivos do Acordo de Paris de
2015 no combate às mudanças climáticas.
A protecção das
florestas e a mudança na produção e no consumo de alimentos surgem no relatório
das Nações Unidas sobre o uso dos solos como fundamentais para interromper a
crise climática.
Os ambientalistas
portugueses da Zero traçam, perante os alertas do relatório, prioridades para
Portugal: “Temos a grande missão de evitar a destruição sistemática das nossas
florestas pelos incêndios, evitando as extensas monoculturas. Precisamos de investimentos
agrícolas que sejam apostas diferentes do passado, com menos necessidades de
água e de fertilizantes e com maior resiliência às mudanças climáticas”.
Quanto aos
hábitos dos portugueses, a Zero entende que é necessário mudar “a dieta
alimentar, que inclui demasiada carne e peixe, a bem da saúde, dos ecossistemas
e do clima”.
Num comunicado em
que analisa o relatório, a Zero recorda que a produção de gado origina um
elevado número de emissões poluentes. As dietas ricas em carne de bovinos e
ovinos têm grandes impactos no ambiente, mas também as quantidades de
desperdício alimentar contribuem para as emissões de gases com efeito de
estufa.
A Zero aponta
ainda que “mais de 60% da produção agrícola mundial é dominada por quatro
culturas” – milho, arroz, trigo e soja – “criando um sistema de produção e
comercialização altamente dependente do que acontece com estas culturas”.
Os ambientalistas
avisam que “a agricultura industrial e a indústria alimentar são quase tão
importantes para as alterações climáticas quanto os combustíveis fósseis”, até
porque 75% dos recursos de água doce são dedicados à produção agrícola ou
pecuária.
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