sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Sociedade Civil - Catástrofes Naturais e Alterações Climáticas - Courgette crisis: Poor Spanish weather deprives UK of green vegetables / O preço da curgete triplicou e a culpa é do mau tempo / Península Ibérica é das regiões europeias mais afetadas pela mudança climática



Alterações do Clima e O FUTURO da Peninsula Ibérica
OVOODOCORVO

Courgette crisis: Poor Spanish weather deprives UK of green vegetables
British supermarkets limit how many lettuces and broccoli customers can buy.

By EMMET LIVINGSTONE 2/3/17, 4:00 PM CET Updated 2/3/17, 4:21 PM CET

British supermarket chains Tesco and Morrisons today rationed broccoli and lettuces because of shortages caused by bad weather in Spain.

The move has extended what the British media has dubbed a “courgette crisis:” The British market is facing shortages of courgettes, aubergines, salad and celery due to snow and floods in Spain’s vegetable-growing regions.

Spain is the U.K.’s principal vegetable supplier.

Tesco has banned shoppers from buying more than three iceberg lettuces, according the Guardian and the BBC. Morrisons has banned shoppers from buying more than two lettuces, as well as three heads of broccoli.

Vegetable prices have shot up in the past few weeks and shortages have forced some retailers to import from the U.S.

Authors:

Emmet Livingstone


  “Mau Tempo” ou alteração dos ciclos do clima ?
OVOODOCORVO
O preço da curgete triplicou e a culpa é do mau tempo
Mudança de hábitos alimentares introduziu novos produtos na dieta portuguesa que não se adaptam ao clima local.
Ana Rute Silva

ANA RUTE SILVA 3 de Fevereiro de 2017, 17:07

No Reino Unido, os supermercados estão a limitar a quantidade de brócolos, alface ou curgete por cliente devido à queda na produção destes produtos. A “culpa” é das baixas temperaturas que dizimaram a produção em Espanha, país onde o Reino Unido se abastece neste tipo de alimentos. Em Portugal não há prateleiras vazias, mas o preço da curgete, por exemplo, aumentou dos habituais 1,50 euros para 4,60 ou mesmo cinco euros em algumas das maiores cadeias de distribuição.

Domingos dos Santos, presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (Fnop), não quantifica a dimensão das perdas, mas lembra que muitas das espécies de legumes que agora são consumidas com frequência não são características do país, nem adaptadas ao solo. “No passado, a nossa alimentação durante o Inverno era baseada em autóctones como as couves, nabos, batata e pouca cenoura. Mas entretanto na Europa começámos a plantar semitropicais, como a curgete, o chuchu, a beringela e o nosso clima nem sempre permite essas culturas. Este ano, com as temperaturas de novo baixas, destruiu-se uma parte dessas culturas ao ar livre”, disse ao PÚBLICO.

Em Espanha, França, Bélgica e Holanda o cenário é o mesmo. A produção que se salvou é diminuta e inclui estufas, onde os custos de produção são mais elevados (o que se reflecte no preço final). Domingos dos Santos sublinha que, por cá, não há falta de legumes nas lojas, mas os preços reflectem a escassez de produtos.

“O caso de Inglaterra é muito mais preocupante. Em Portugal temos zonas em que houve estragos, mas quem alimenta o Reino Unido são os espanhóis”, sublinha.

Num comunicado recente, a Fepex, federação espanhola de exportadores de frutas, legumes e flores, avisou que a produção de alguns vegetais será 60% mais baixa do que o normal e que a situação deverá manter-se até meados de Abril.

Península Ibérica é das regiões europeias mais afetadas pela mudança climática
Impactos negativos vão da agricultura à saúde, escassez de água ou perda de biodiversidade

29 DE NOVEMBRO DE 2015
00:01
Filomena Naves

Fenómenos climáticos extremos, como chuvas intensas que causam inundações, ou ondas calor mortíferas e ondulações fortes, que levam o mar costa adentro, a destruir restaurantes e bares junto à costa, já se tornaram acontecimentos familiares por cá. Estas já são manifestações de um clima alterado, cuja tendência é para ficar pior. A Península Ibérica, como mostram todos os cenários climáticos traçados pelos cientistas, será uma das regiões europeias mais afetadas pelas mudanças climáticas.

Nesta região, e em toda a faixa mediterrânica, acontecerá um pouco de tudo. O aumento médio da temperatura esperado será superior ao das restantes regiões europeias, podendo chegar a mais seis graus, e a precipitação também vai diminuir em média, embora as chuvas rápidas, intensas e destruidoras tendam a aumentar. Em consequência disto, o caudal dos rios diminuíra, sobretudo no verão, e as consequências suceder-se-ão em cascata: perda de biodiversidade, maior risco de desertificação, escassez de água e respetivas consequências na agricultura e energia, com menor produtividade e menor capacidade na produção hidroelétrica, maior risco de fogos florestais e ainda a chegada de novos e indesejáveis mosquitos transmissores de doenças próprias de climas mais quentes - só para o turismo de inverno pode haver benefícios.

É o maior rol de consequências negativas das alterações climáticas para uma região europeia, e consta do relatório "Alterações Climáticas, Impactos e Vulnerabilidades na Europa", publicado em 2012 pela Agência Europeia do Ambiente. Para tornar o panorama mais sombrio, Portugal está ali também como um dos países com maior vulnerabilidade às alterações climáticas.

"O principal problema é que não estamos preparados", confirma o professor e investigador da Universidade Nova de Lisboa, Francisco Ferreira, notando, no entanto, que "começa agora a haver uma avaliação dessas vulnerabilidades, presentes e futuras, à escala local".

Esses estudos, liderados por Filipe Duarte Santos no âmbito do projeto ClimaAdapt.Local, iniciado em janeiro, abrangem 26 municípios e "constituem um exemplo de um esforço de adaptação às alterações climáticas a nível dos municípios", que já está a acontecer, sublinha por seu turno o líder do projeto. A ideia é identificar as fragilidades em cada município e traçar estratégias para as ultrapassar. Mas, a nível nacional, também vai ser preciso "tomar decisões e mobilizar investimento para lidar desde já com um ordenamento do território que, infelizmente, tende a ampliar os efeitos atuais e futuros das alterações climáticas", alerta Francisco Ferreira.

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