Obras
de recuperação do claustro da Sé de Lisboa serão adjudicadas este
ano
Intervenção
orçada em cinco milhões de euros será feita com recurso a fundos
europeus e a um investimento da Direcção-Geral do Património
Cultural e do Cabido da Sé de Lisboa.
LUSA e PÚBLICO 25
de Janeiro de 2017, 11:07
A adjudicação das
obras de recuperação do claustro da Sé de Lisboa, um investimento
de cerca de cinco milhões de euros, "deverá ocorrer durante o
segundo semestre de 2017", adiantou à Lusa fonte oficial.
Até 15 de Fevereiro
estará concluída a "revisão do projecto por uma entidade
independente", um procedimento obrigatório tendo em conta o
valor do investimento, disse à agência Lusa fonte da Direção-Geral
do Património Cultural (DGPC).
"Conforme o
previsto, estará o lançamento do concurso público para as obras de
'Recuperação e Valorização da Sé Patriarcal de Lisboa' durante o
primeiro trimestre de 2017 e a adjudicação deverá ocorrer durante
o segundo semestre de 2017", disse a mesma fonte, acrescentando
que "o prazo de execução da obra é de 18 meses após a
adjudicação".
O investimento total
é 4.998.472 euros, sendo dois milhões suportados pelo Fundo Europeu
de Desenvolvimento Regional (FEDER), e "a restante verba
assegurada pelo orçamento da DGPC e do Cabido da Sé de Lisboa, de
acordo com protocolo celebrado entre as partes", em Setembro de
2010, e cuja adenda foi assinada em Julho de 2015 pelo então
secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, pelo
presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e cardeal-patriarca
de Lisboa, Manuel Clemente, e pelo deão da Sé, Carlos Paes.
“Temos neste
espaço um repositório único das nossas sucessivas povoações,
povos e culturas”, disse na altura D. Manuel Clemente, justificando
a necessidade de investir no património da Sé com a urgência de
“recuperar a memória do edifício” e, com ela, “recuperar a
memória da cidade e, até, do país”.
Também na ocasião,
o arquitecto Adalberto Dias, responsável pelo projecto, explicou que
o plano de reabilitação prevê o encerramento do átrio do claustro
com uma laje, a musealização do espaço arqueológico em cripta e o
acesso por elevador a partir da rua das Cruzes, lateral ao templo, no
bairro de Alfama.
Está também
prevista a conclusão dos trabalhos arqueológicos (iniciados em
1990, interrompidos em 2004 e retomados em 2011) e a elaboração do
programa museológico de valorização dos bens patrimoniais
identificados no referido contexto.
As escavações
arqueológicas realizadas no claustro revelaram vestígios de
ocupação humana com cerca de 2700 anos, desde a Idade do Ferro
(século VII a.C.) à Idade Média, explicou o cónego Lourenço, à
margem da cerimónia. A arqueóloga Alexandra Gaspar afirmou por seu
turno, que naquele espaço encontram-se vestígios neolíticos,
fenícios, romanos, visigodos, islâmicos e medievais.
Entre os despojos
foi encontrado um conjunto de moedas de ouro islâmicas e algumas
cristãs anteriores à chegada dos árabes, em 711, e uma ânfora
romana.
Em 2015 estava
prevista a abertura de três concursos públicos para a execução
das obras de construção civil - uma empreitada de contenção
periférica e escavação arqueológica, a construção do museu e
fecho do claustro - e o restauro do espólio, segundo a mesma fonte,
tudo se realizará "num único concurso, por razões
administrativas, à excepção do restauro do espólio a ser exposto
que integrará outra fase a desenvolver após a finalização da
obra".
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