sábado, 28 de janeiro de 2017

Barcelona altera lei do alojamento para travar turismo / Barcelona cracks down on tourist numbers with accommodation law


Barcelona altera lei do alojamento para travar turismo
Em 2016, os 1,6 milhões de habitantes de Barcelona foram ultrapassados pelos 32 milhões de turistas que começam a "sobrecarregar a cidade".
Joana Rebelo Morais 27.01.2017 / 12:44


A cidade de Barcelona deve aprovar esta sexta-feira uma lei para reduzir a afluência de turistas, noticia o The Guardian. A nova lei, conhecida como “plano urbano especial para a acomodação turística”, pretende limitar o número de camas disponíveis nos hotéis e no alojamento local e impõe uma moratória sobre a construção de novas unidades hoteleiras e uma suspensão da emissão de licenças para apartamentos turísticos. Em 2016, Barcelona recebeu 32 milhões de visitantes. Os 1,6 milhões de habitantes foram “largamente ultrapassados” pelos turistas, que, de acordo com o jornal britânico, começam a “sobrecarregar a cidade”. É este o resultado de mais de 25 anos de grande promoção da cidade como destino turístico. À aprovação da lei segue-se um protesto na La Rambla, no sábado. A célebre rua, que para muitos simboliza o número excessivo e insustentável de turistas, vai ser ocupada por mais de 40 associações de comunitárias e de moradores, sob as palavras de ordem “Barcelona não está à venda”. Em causa estão a especulação imobiliária e o consequente aumento de preços que está a obrigar os residentes a deixar a cidade. Os protestantes contestam ainda os baixos salários pagos no setor dos serviços turísticos, que correspondem a metade do salário médio. “O setor turístico e da restauração é o mais mal pago em Barcelona”, explicou ao The Guardian Martí Cusó, membro da Assembleia de Moradores para o Turismo Sustentável. Atualmente, há 75 mil camas de hotel e 50 mil em apartamentos turísticos, mas estima-se que a estas se somem mais 50 mil ilegais. As associações de moradores de Barcelona estimam que perto de 17 mil apartamentos tenham sido convertidos em alojamento turístico. A redução da oferta para os residentes levou a que as rendas sejam agora as mais elevadas em todo o país. Contudo, porque já há projetos em curso, o plano contemplado pela nova lei só terá impacto depois de 2019. A indústria turística opõe-se à nova lei, que diz “demonizar os turistas”. Além disso, as entidades acreditam que limitar o crescimento do turismo só pode ser prejudicial para a economia já enfraquecida. Manel Casals, diretor-geral da Associação de Hotelerios de Barcelona diz que o enfoque do plano está mal direcionado: “Dos 32 milhões de pessoas que visitaram Barcelona no último ano, apenas oito milhões ficaram hospedados em hotéis. 23 milhões são excursionistas que gastam muito pouco dinheiro na cidade. Não vamos regular a afluência de turistas ao limitar o número de camas. Vamos regular apenas o local onde dormem.”  


Barcelona cracks down on tourist numbers with accommodation law
Spanish city expected to pass law to limit number of beds on offer and impose moratorium on building new hotels

Stephen Burgen in Barcelona
Friday 27 January 2017 07.00 GMT

The city of Barcelona is expected to pass a law on Friday to curb tourism as visitors have begun to overwhelm the city and anger local residents.

Last year the city’s 1.6 million residents were heavily outnumbered by an estimated 32 million visitors, about half of them day-trippers.

The new law comes after more than 25 years of relentless promotion of the city as a tourist destination, and coincides with a planned “occupation” on Saturday of La Rambla, a street that has come to symbolise what many view as the excessive and unsustainable number of tourists.

The occupation has been organised by SOS Barcelona, an umbrella group for some 40 residents and community associations.

Under the slogan “Barcelona isn’t for sale” the protesters are calling for an end to property speculation, which is pricing residents out of the city, and to low-wage jobs in tourist service industries.

“The tourist and restaurant sector is the worst paid in Barcelona,” says Martí Cusó, a member of the group. “They earn half the average salary.”

The new law, known as the special urban plan for tourist accommodation, seeks to limit the number of beds on offer from hotels and tourist apartments. It imposes a moratorium on building new hotels and a halt in issuing licences for tourist apartments.

However, as a number of projects are already in the pipeline, the plan is not expected to have an impact before 2019.

There are currently 75,000 hotel beds in the city and about 50,000 beds in legal tourist apartments, plus an estimated 50,000 illegal ones. Residents’ associations calculate that some 17,000 flats are now tourist apartments and that the resulting shortage has driven up rents that are now the highest in Spain.

The proposal has met fierce opposition from the tourism industry, which claims the law demonises tourists and says that limiting growth can only hurt an already weak economy in a city where tourism accounts for about 12% of the city’s €72bn (£61bn) GDP, according to figures for 2014.

“The focus of the plan is wrong,” insists Manel Casals, director general of the Barcelona hoteliers association. “Of the 32 million people who visited Barcelona last year, only 8 million stayed in hotels. Twenty-three million were day-trippers who spend very little money in the city. You’re not going to regulate tourism by limiting the number of beds. They’re not regulating tourism, they’re only regulating where people sleep.”

Daniel Pardo, a member of SOS Barcelona who describes the group’s negotiations with the city over the plan as “frustrating”, says that while it doesn’t go far enough, it’s a start. “What’s positive is there’s a plan to tackle this problem, however flawed that plan is. No one has even considered doing this until now. Before the only plan was more, more, more.”

In a survey carried out by the city council in October on what residents perceived the city’s biggest problems, tourism was second only to unemployment.

Jordi Ferrer, an economist who specialises in the hotel sector, estimates that the city will face a claim of €400m in compensation for projects paralysed by the moratorium.


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