Socialistas
mantêm cartazes contestados e lançam mais um
Director
de campanha diz que as críticas são normais e que os socialistas
não vão desistir dos cartazes
São
José Almeida / 8-8-2015 / PÚBLICO
O PS vai manter a
sua linha política de campanha através da colocação de cartazes
que foi pensada sob supervisão do publicitário Edson Athaíde e que
tem sido alvo de críticas nas redes sociais por parte de militantes
do PS que são próximos do ex-secretário-geral, António José
Seguro.
Já na segunda-feira
será lançado um novo cartaz a nível nacional da série “é tempo
de confiança”, que tem como objectivo marcar o regresso de férias,
explicou ao PÚBLICO Ascenso Simões, director da campanha do PS para
as eleições legislativas. Este novo cartaz será colocado a nível
nacional, tal como o primeiro da série que causou polémica e que
dizia: “É tempo de confiança. António Costa. Alternativa de
Confiança.”
Além dos cartazes
nacionais, o PS tem como estratégia a colocação de séries de
cartazes temáticos, prossegue Ascenso Simões. A primeira série a
ser colocada foi sobre o desemprego e causou também ela polémica
nas redes sociais. Em particular o cartaz onde se lê: “Estou
desempregada há 5 anos sem qualquer subsídio ou apoio. Como eu, são
mais de 353.000. Não brinquem com os números, respeitem as pessoas.
António Costa. Alternativa de Confiança.”
A primeira reacção
que surgiu nas redes sociais foi de crítica, pois a mensagem do
cartaz falava de uma desempregada há cinco anos, ou seja, desde
2010, ano em que as responsabilidades de governação eram do PS e o
então secretário-geral do PS, José Sócrates, era
primeiro-ministro. Com críticas violentas de apoiantes de Seguro
como António Galamba.
Ao PÚBLICO Ascenso
Simões afirmou que a mensagem do cartaz não é relativa à
governação de Sócrates, mas sim aos últimos quatro anos. “Sabemos
que sempre houve desemprego, fosse com o primeiro-ministro António
Guterres, fosse com Durão Barroso, Santana Lopes ou José Sócrates,
o problema é que esta senhora desde 2010 está desempregada e, desde
então, perdeu todos os subsídios, está há quatro anos a perder
subsídios”, afirmou Ascenso Simões ao PÚBLICO. “Esta é uma
realidade de dezenas de milhares de pessoas que não podem ser
eliminadas do desemprego em Portugal”, frisou.
Já sobre as
críticas de que os cartazes do PS têm sido alvo, Ascenso Simões
declarou ao PÚBLICO. “Vejo com naturalidade, essas críticas. As
pessoas são livres, umas de apoiar, outras de criticar. Isso não é
relevante. O que é relevante é que segundafeira prossegue a
campanha com um novo cartaz.”
A série de cartazes
sobre desemprego que inclui o cartaz sobre a mulher desempregada
desde 2010 aborda outros aspectos do desemprego mas também da
emigração e do trabalho precário. Assim um dos cartazes diz:
“Estou desempregada desde 2012, para o Governo não existo. Como
eu, são mais de 220.000. Não brinquem com os números, respeitem as
pessoas. António Costa. Alternativa de Confiança.” Outro sobre
trabalho precário afirma: “Estou a recibos verdes desde 2011, o
Governo considera-o um bom emprego. Como eu, são mais de 250.000.
Não brinquem com os números, respeitem as pessoas. António Costa.
Alternativa de Confiança.” E também a emigração em crescendo
nos últimos anos é referida: “Fui obrigado a emigrar em 2012, o
Governo chama-lhe uma oportunidade. Como eu, são mais de 485.000.
Não brinquem com os números, respeitem as pessoas. António Costa.
Alternativa de Confiança.”
O primeiro cartaz a
causar polémica tinha a mensagem “É tempo de confiança. António
Costa. Alternativa de Confiança” sob a imagem de fundo de uma
mulher a levantar uma paisagem carregada e escura para deixar ver um
céu ensolarado. Este cartaz foi algo de críticas e de
ridicularização, tendo circulado nas redes sociais cópias com a
imagem de Costa transformado em Gandhi.
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