Margarida
Martins responsabiliza PS pelos cartazes e PSD faz perguntas
Margarida
Martins remete para a organização do PS as responsabilidades e diz
que apenas serviu de ligação
São José Almeida
com Lusa / 9-8-2015 / PÚBLICO
A presidente da
Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins, declarou ontem que
a responsabilidade da utilização das fotografias dos colaboradores
da junta na campanha do PS é da organização do partido,
assegurando que apenas fez a ligação entre as duas partes.
DR
A polémica nasceu
com a afixação de quatro cartazes temáticos pelo PS para ilustrar
o lado humano do desemprego. Só que três dos quatro retratados
contestaram a utilização das fotos que assumem ter tirado
voluntariamente para a campanha do PS, mas sem saberem que se
destinavam concretamente a figurar nestes cartazes. Na sexta-feira ao
fim da tarde o jornal online Observador noticiava que três dessas
pessoas são colaboradores da Junta de Freguesia de Arroios, em
Lisboa.
Margarida Martins
afirma, na nota enviada à Lusa, que a sua intervenção apenas se
centrou no contacto entre os colaboradores da junta e a organização
do PS e que “a responsabilidade do que se passou, posteriormente, é
da organização de campanha do partido”.
A autarca, que foi
eleita pelo PS, confirma que foi contactada pela organização da
campanha socialista “no sentido de identificar possíveis
figurantes para integrarem uma campanha de outdoors que iria sair
brevemente”.
Nesse contexto,
explica Margarida Martins, falou “com alguns colaboradores da junta
de freguesia no sentido de saber se queriam ou não integrar a
campanha” e que “alguns colaboradores aceitaram, de forma
voluntária, a participar enquanto figurantes”.
Nesse sentido,
Margarida Martins (ex-presidente da associação Abraço) diz ter
“partilhado os respectivos contactos dos colaboradores com a
organização da campanha do PS”, mas que a sua intervenção no
processo “terminou nesse preciso momento”.
Numa nota enviada na
sexta-feira à noite, o PS pediu desculpas públicas às pessoas
envolvidas nos cartazes do partido e “solicitou esclarecimentos
pormenorizados aos fornecedores e prestadores de serviços, bem como
todas as informações necessárias a que se possa avaliar o
procedimento seguido”. E assumia que os cartazes temáticos sobre
desemprego não eram da responsabilidade de Edson Athayde,
publicitário que trabalhou com António Guterres e que o PS agora
voltou a contratar.
O PS mantém,
entretanto, os quatro cartazes colocados em quatro pontos da cidade
de Lisboa, mas lançou este fim- de- semana um cartaz nacional ainda
da série sobre a confiança, em que a cara do secretário- geral,
António Costa, é ladeada pela frase “É tempo de confiança”.
PSD questiona câmara
A polémica sobre os
cartazes do PS começou na quinta-feira, com a reacção crítica aos
mesmos que se espalhou nas redes sociais. Entre as reacções
negativas aos cartazes temáticos do PS sobre desemprego
destacaram-se alguns membros da anterior direcção do PS, liderada
per António José Seguro. Nessas críticas destacaram-se figuras
como os ex-membros do secretariado nacional e ex-deputados António
Galamba e Manuel Laranjeiro.
O líder da
concelhia de Lisboa do PSD, Mauro Xavier, declarou ao PÚBLICO que
vai questionar a Câmara Municipal de Lisboa sobre se “tenciona
manter a confiança política na presidente da Junta de Arroios”,
assim como pretende questionar Margarida Martins sobre “se vai ou
não assumir a responsabilidade pelos seus actos”.
Mauro Xavier
declarou-se “revoltado com a utilização de funcionários da junta
para a campanha eleitoral do PS” e considerou que tal utilização
“não é normal quando é paga por dinheiro público”.
O líder da
concelhia do PSD de Lisboa alega que a justificação de que se trata
de voluntários não faz sentido, porque em causa estão “estagiários
do programa de emprego do centro de emprego”. E conclui: “Tanto
não é normal que as pessoas se sentiram incomodadas e vieram a
público manifestar o seu incómodo.”
Assim, Mauro Xavier
garante que na próxima reunião do município o PSD vai questionar
“a câmara sobre se se revê nesta conduta e se considera que ela
pode ser repetida por outros presidentes de junta ou se vai retirar a
confiança política à presidente da Junta de Arroios”.
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