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DE DESCONFIANÇA
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O
mistério adensa-se. Tito diz que também não fez cartazes do PS
9/8/2015, 23:10 /
OBSERVADOR
O
PS garante que os cartazes não eram da autoria de Athayde. Fontes da
direção dizem que foi Vítor Tito, publicitário portuense. Tito
diz que nada tem que ver com os cartazes. O mistério adensa-se.
"Nunca,
mesmo nunca teve qualquer contrato de colaboração ou de prestação
de serviços" com o PS, garante Vítor Tito
Afinal, quem é o
responsável pelos cartazes socialistas que tanta polémica causaram?
O Diário de Notícias avança este domingo que terá sido Vítor
Tito, publicitário do Porto, o criativo que idealizou a campanha –
uma informação que correu dentro do PS no sábado e que também
chegou ao Observador. Mas o especialista garante que não teve, nem
tem qualquer responsabilidade na produção dos outdoors. O mistério
adensa-se: na sexta-feira o partido garantiu que a campanha não era
de Edson Athayde, mas nada disse sobre o seu autor.
Em resposta às
perguntas do Observador, enviadas sábado à noite via email, o
publicitário nortenho Vítor Tito fez questão de deixar bem claro
que não tem qualquer relação com os cartazes e que a sua empresa
“nunca, mesmo nunca teve qualquer contrato de colaboração ou de
prestação de serviços com qualquer partido ou organização
partidária”.
Mais: Vítor Tito,
presidente do conselho de administração da BBZ, sublinhou ainda que
a sua empresa nunca faturou “um cêntimo a qualquer organização
política ou partidária” por considerar que esse não é “core
business” da empresa e porque acredita que uma eventual conotação
político-partidária “poderia ter um prejuízo objetivo” na
“atividade empresarial” da BBZ. “E esta política empresarial
não teve qualquer desvio até ao dia de hoje”, insistiu o
publicitário.
O Diário de
Notícias conta, no entanto, uma versão diferente da de Vítor Tito.
O jornal escreve que o publicitário foi o criativo responsável
pelos novos outdoors e recupera, citando fontes da direção do
próprio partido, um historial de colaboração do publicitário com
o PS. Tito terá, por exemplo, ajudado, ainda que a título pessoal,
a campanha de Manuel Pizarro, candidato do PS à Câmara do Porto nas
últimas eleições autárquicas.
Além disso, e ainda
segundo o DN, o publicitário terá também colaborado com António
Costa nas várias campanhas do socialista às eleições autárquicas
para Câmara Municipal de Lisboa. Um ponto é certo: a página
oficial da agência publicitária coloca a autarquia lisboeta entre
os clientes do portefólio da BBZ.
Os cartazes
socialistas saltaram para as primeiras páginas dos jornais depois de
colecionarem várias polémicas. Os primeiros foram criticados por
terem um grafismo demasiado New Age e colocaram, segundo foi
noticiado na altura, a relação entre o PS e o publicitário Edson
Athayde em cheque.
O PS reagiu rápido,
terá pedido novas imagens para a campanha, mas a segunda série de
cartazes não correu como as hostes socialistas desejavam – bem
pelo contrário. Numa semana em que os números de desemprego
incendiaram a discussão entre socialistas e sociais-democratas, um
dos outdoors contava a história de uma senhora que estava
desempregada há cinco anos. O problema? Nessa altura, era José
Sócrates o primeiro-ministro.
Mas a controvérsia
não ficou por aqui – antes piorou. Como deu conta o Observador em
primeira mão, Maria João Pinto, uma das figurantes da segunda leva
de cartazes, não só não estava desempregada na altura em que a
fotografia foi tirada, como prestava serviços na Junta de Freguesia
de Arroios (socialista), contrariado o slogan que acompanhava a
imagem. Mais: a jovem de 29 anos não terá dado, sequer, autorização
para que a sua imagem fosse utilizada na campanha.
As sucessivas
controvérsias a envolverem os cartazes do partido obrigaram a um
pedido de desculpas público às “pessoas implicadas” e
resultaram no pedido de demissão de Ascenso Simões, diretor de
campanha da máquina socialista. Depois de fazer saber a sua intenção
junto de António Costa, o cabeça-de-lista do PS por Vila Real foi
substituído por Duarte Cordeiro.
O DN escreve que
Edson Athayde deverá continuar, pelo menos para já, à frente da
imagem da campanha. O PS ainda não disse quem esteve à frente da
sucessiva vaga de cartazes eleitorais, tendo apenas garantido na
sexta-feira à noite que não era Edson o responsável pelos cartazes
que referiam os alegados desempregados.
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