Passadiço
da Ribeira das Naus só durou um ano
Pouco
depois da inauguração as tábuas do passadiço já abanavam
Autor
do projecto explica que vai ser colocado “um pavimento mais
resistente”, dado o volume de tráfego registado no local
Inês Boaventura
/14-8-2015 / PÚBLICO
Pouco mais de um ano
depois de ter aberto à circulação automóvel, o passadiço de
madeira e aço que permite o atravessamento da Doca da Caldeirinha,
na Avenida Ribeira das Naus, vai ser substituído pela Câmara de
Lisboa. Segundo um dos autores do projecto, a “intensidade de
tráfego” verificada nesta via foi superior ao que era expectável
e trouxe “problemas” que levaram à decisão de trocar o piso
actual por “um pavimento de maior solidez”.
“O que se percebeu
é que a carga de trânsito que se pensou que ia existir afinal é
muito superior”, adiantou ao PÚBLICO João Gomes da Silva, que
foi, juntamente com João Nunes, autor do projecto de requalificação
da Avenida Ribeira das Naus. Segundo o arquitecto paisagista, o facto
de não se terem verificado na prática as estimativas de tráfego
que tinham sido feitas acarretou “vários problemas”, que a
câmara está agora a tentar resolver.
“O pavimento é
constituído por vigas de madeira e lâminas de aço, que estavam
solidárias umas com as outras. Com a vibração e com a intensidade
de passagem do tráfego, a parte metálica começou a desligar-se da
madeira”, explicou João Gomes da Silva, acrescentando que isso fez
com que o pavimento começasse a “vibrar” e a produzir “barulho”
quando os automóveis lá passavam. Face a isso, o arquitecto
paisagista diz que havia duas opções: “ou era tudo ligado” ou
se fazia a substituição por “um pavimento mais resistente”.
João Gomes da Silva
diz que foi feita a última opção, acrescentado que à câmara foi
proposto que substituísse a madeira e o aço existentes por “pedra”
ou por “uma espécie de vigas de betão que encaixam umas nas
outras”. O arquitecto paisagista diz que não sabe por qual dessas
soluções se optou. Já o município não respondeu às perguntas
que o PÚBLICO lhe dirigiu. Certo é que a Av. Ribeira das Naus se
encontra fechada ao trânsito desde a passada semana. Num primeiro
comunicado sobre o assunto, a câmara limitava-se a dizer que a
artéria à beira-rio estava “temporariamente encerrada”, “devido
a obras de manutenção”.
Esta quarta-feira à
noite, depois de o Observador ter noticiado que esse encerramento se
devia à existência de danos na ponte de madeira que passa sobre o
Tejo, foi divulgado um novo comunicado. Nele justifica-se o corte de
trânsito com “obras de manutenção e substituição do pavimento
do passadiço” e acrescenta-se que os trabalhos deverão estar
concluídos a 3 de Setembro.
Desde que foi
inaugurada a segunda fase da requalificação da Ribeira das Naus, em
Julho de 2014, esta artéria passou a estar encerrada ao trânsito
automóvel aos fins-de-semana e durante as férias escolares. Mas
este Verão não estava previsto que tal acontecesse: no início de
Junho a câmara informou que a avenida à beira-rio permaneceria
aberta, “devido às obras na Av. Infante Santo e aos
condicionamentos de trânsito provocados por aquela intervenção”.
Sem comentários:
Enviar um comentário