Carros
de luxo de Collor de Mello comprados com milhões de suborno
RITA SIZA 05/08/2015
- 16:53
Investigadores
acusam senador e antigo Presidente brasileiro de participar num
"sofisticado esquema de lavagem de dinheiro" que lhe rendeu
mais de seis milhões de euros usados para comprar automóveis de
luxo.
O senador do estado
do Alagoas, e antigo Presidente da República do Brasil, Fernando
Collor de Mello, terá recebido 26 milhões de reais (6,8 milhões de
euros) em subornos pagos através de um “sofisticado esquema de
lavagem de dinheiro” que vigorou entre 2010 e 2014 e envolveu a
assinatura de contratos com a petrolífera estatal Petrobras, segundo
apuraram os investigadores da operação Lava Jato.
Collor de Mello, que
está acusado dos crimes de branqueamento de capitais e evasão
fiscal num inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal, poderá
ter usado o dinheiro obtido de forma ilícita na compra de vários
carros de luxo, registados como propriedade de empresas de fachada:
um Ferrari, um Lamborghini e um Porsche, que foram apreendidos pela
Polícia Federal na sua mansão de Brasília e que, por indicação
do Procurador-geral da República, não deverão ser devolvidos por
serem “produto de crime”.
De acordo com os
investigadores, Collor terá montado, com os seus assessores e
colaboradores e várias empresas (entre as quais a sua Água Branca
Participações, que não tem funcionários ou sede), um “circuito”
de movimentação de verbas referentes a contratos celebrados com a
Petrobras Distribuidora e a DVBR Derivados do Brasil.
A defesa do antigo
Presidente brasileiro – que em 1992 resignou ao cargo na véspera
da votação da sua destituição pelo Congresso por suspeitas de
corrupção—, ainda não se pronunciou sobre os últimos
desenvolvimentos da investigação, mas já requereu a devolução
dos automóveis e restantes bens apreendidos em buscas realizadas nas
suas residências e escritórios.
No mês passado,
Collor classificou as buscas como uma “perseguição” e uma
“humilhação” e atacou duramente os investigadores da Lava-Jato,
que na sua opinião “extrapolaram todos os limites do Estado de
direito, extrapolaram todos os limites constitucionais e todos os
limites da legalidade”.
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