Coligação
usa fotos de bancos de imagens nos cartazes
SOFIA RODRIGUES
11/08/2015 - PÚBLICO
Modelos
estrangeiros estão a promover resultados da governação na área da
igualdade e exportações
A coligação
PSD/CDS usa fotografias compradas em bancos de imagens para ilustrar
os cartazes que estão na rua, confirmou ao PÚBLICO José Matos
Rosa, director de campanha do PSD. Os cartazes sobre igualdade e
exportações têm imagens de pessoas que aparecem em campanhas
publicitárias de outros países.
“Compramos as
imagens a bancos de imagens”, assume José Matos Rosa,
secretário-geral do PSD, que considera ser o procedimento habitual
em comunicação.
Em causa estão os
cartazes que estão a promover resultados das políticas do governo
PSD/CDS. Um dos cartazes é sobre igualdade, garantindo haver “mais
mulheres no mercado de trabalho” com uma fotografia de uma jovem
que também foi usada por um instituto de formação na Austrália e
por uma consultora jurídica em França. O mesmo aconteceu com um
cartaz sobre “recorde de exportações” em que a fotografia é de
um modelo francês. A utilização de imagens de estrangeiros nos
cartazes da coligação foi denunciada nas redes sociais por
socialistas, designadamente por Eurico Brilhante Dias, antigo membro
da direcção de António José Seguro e actual candidato a deputado
nas listas do PS.
“Em publicidade e
comunicação é normal servimo-nos de bancos de imagens. Estamos a
fazer tudo correctamente, não temos nada a esconder”, afirma
oresponsável do PSD, afastando qualquer semelhança com a polémica
dos cartazes do PS. No caso dos socialistas três figurantes davam a
cara por uma alegada situação pessoal de desemprego quando eram
funcionários da Junta de Freguesia de Arroios e não terão dado
autorização para a sua imagem ser usada naquela campanha.
José Matos Rosa
assegura que mesmo nos tempos de antena ou noutras acções do
partido os figurantes convidados “assinam uma declaração em como
aceitam participar”.
A polémica em torno
dos cartazes do PS começou por incidir numa referência temporal do
desemprego que remontava ao governo liderado por José Sócrates. Mas
agudizou-se quando o jornal online Observador noticiou, na passada
sexta-feira à noite, que uma das figurantes não autorizou a
utilização da sua cara no cartaz e que a sua história não
correspondia à situação descrita na campanha. O PS foi obrigado a
pedir desculpas públicas e retirou os cartazes. O caso fez rolar a
cabeça do director de campanha, Ascenso Simões, que foi substituído
por Duarte Cordeiro.
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