Imigração
“vai ocupar-nos mais do que a Grécia”
A questão do asilo
“poderá ser o próximo projecto europeu onde veremos se somos
verdadeiramente capazes de agir de forma conjunta”, disse a
chanceler alemã, Angela Merkel, numa entrevista. E vai ocupar “mais”
os europeus do que “a Grécia ou a estabilidade do euro”.
A União Europeia
confronta uma crise com milhares de refugiados de guerra como na
Síria, a fugir de violência como na Nigéria, ou à procura de
melhores oportunidades económicas como os que vêm da Albânia.
Ainda a semana
passada o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados apelou a uma
acção urgente da Europa, considerando que a actual vaga de migração
é a mais grave crise desde a II Guerra Mundial, com mais de 60
milhões de deslocados por conflitos e crises políticas. A maioria
dos refugiados do mundo está, no entanto, em países em
desenvolvimento como o Paquistão. “A questão de saber como
devemos agir com os migrantes (...) vai ocupar-nos bem mais do que a
Grécia ou a estabilidade do euro”, disse a chefe de Governo alemã,
numa entrevista à televisão pública ZDF, emitida no domingo.
“Necessitamos de
uma política europeia comum em matéria de asilo”, disse Merkel,
numa altura em que a Alemanha também tem sido “inundada” por
pedidos de asilo, que podem chegar aos 600 mil este ano, um recorde.
Uma das medidas
defendidas pela chanceler, foi criar uma lista de países “seguros”,
onde não houvesse motivos para pedir estatuto de refugiado, abrindo
assim caminho mais rápido para aqueles que vêm de países que estão
sem dúvida em guerra, como a Síria ou o Afeganistão. A Alemanha
tem muitos pedidos de países dos Balcãs.
Merkel — que
indicou que vai discutir o tema com o Presidente francês, François
Hollande — admitiu que a situação na Alemanha, onde os migrantes
são alojados em tendas ou contentores, “não é nada
satisfatória”.
Quando questionada
sobre um aumento de ataques incendiários a centros para refugiados
na Alemanha, Merkel disse que isso é “indigno do nosso país”.
Desde o início do ano há registo de mais de 200 ataques em centros
de acolhimento em toda a Alemanha
in PÚBLICO
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