Sul
da Península Ibérica terá clima de deserto em 2100
«Relatório de
Avaliação Regional para as Alterações Climáticas» revela que
temperaturas podem subir até 6 graus centígrados
Na região mais
quente da Península Ibérica, Almeria, na Andaluzia, os verões são
sempre muito quentes, com temperaturas médias acima dos 30 graus, e
os invernos secos e com temperaturas moderadas. Este tipo de clima de
deserto vai dominar no sul da Península Ibérica no final deste
século.
Entre 2071 e 2100, a
Península vai sofrer um aumento de temperatura na ordem dos seis
graus centígrados no Verão e dois a três no Inverno. Estas
informações estão apresentadas no Relatório de Avaliação
Regional para as Alterações Climáticas «Clima en España: pasado,
presente y futuro», elaborado pela Red Temática CLIVAR-España.
O relatório avalia
os dados climáticos da Península e analisa os factores de
influência para poder antecipar-se aos futuros impacto no clima.
As previsões foram
estabelecidas de acordo com o cenário A2 das emissões globais de
CO2 definido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática
(IPCC) da ONU. Neste cenário as emissões deverão atingir um volume
de 28,9 gigatoneladas por ano até 2100. Este valor é quase três
vezes o nível actual.
A Península Ibérica
continua a ser uma das áreas mais afectadas pelo aquecimento global,
já que temperatura está a subir três vezes mais rapidamente do que
no resto do mundo, e até 50 por cento mais do que no resto do
hemisfério norte.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=41639&op=all
Mais
de 300 incêndios a devorar mato e terrenos agrícolas
Dois
bombeiros feridos em Vila Nova de Cerveira e outros dois na região
da serra da Estrela
Foi um dia
atribulado, nalguns casos assustador, sobretudo, no distrito de Viana
do Castelo. O incêndio de Vila Nova de Cerveira alcançou Caminha, o
de Monção aproximou-se de Melgaço, e, no meio daquilo tudo, alerta
para outro grande incêndio, mas em Ponte de Lima.
O Instituto
Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) bem tinha avisado: domingo ia
ser um dia de calor extremo. Uma massa de ar quente e seco vindo de
Espanha e do Norte de África iria fazer os termómetros subirem para
valores próximos dos 40 graus Celsius em grande parte do território
nacional. Além do calor, a circulação atmosférica traria uma dose
extra de poeiras do Sara para Portugal.
Desde a meia-noite
até às 20h, a Autoridade Nacional de Protecção Civil contou 321
incêndios florestais. Àquela hora, lavravam 20: 11 em mato, sete em
zonas povoadas, dois em áreas agrícolas. À meia-noite, o balanço
ainda era pesado: mais de 1200 operacionais combatiam 15 incêndios.
O distrito de Viana
estava em alerta. E foi para lá que o secretário de Estado da
Administração Interna, João Almeida, se deslocou. Às 18h30
reuniu-se com representantes locais no Comando Operacional Distrital
de Viana do Castelo. A iniciativa decorreu, explicou, da nova lei de
bases da protecção civil, em vigor desde o início de Agosto.
Extintos os governos civis, na “iminência ou ocorrência de
acidente grave ou catástrofe”, compete ao membro do Governo
responsável pela protecção civil desencadear as acções de
prevenção, socorro, assistência e reabilitação adequadas.
Pouco depois do
almoço, por força do vento, o que os bombeiros tanto temiam em Vila
Nova de Cerveira acabou por acontecer: o incêndio florestal que
deflagrou às 11h16 de sábado atravessou o Rio Coura e avançou em
direcção à serra de Arga – a Autoestrada 28 teve de ser cortada.
Conforme explicou o
comandante distrital de Santarém, José Guilherme, responsável
pelas operações, não eram só o vento a dificultar a vida dos
bombeiros. Também "a falta de acessos, de ordenamento do
território, a orografia, as elevadas temperaturas, e a baixa
humidade".
A noite caia e com
ela abrandava o calor. No combate permaneciam 336 bombeiros, com 88
viaturas, um helicóptero, três aviões. Diversas aldeias estavam
isoladas, muitos residentes assustados, dois bombeiros com ferimentos
ligeiros.
Em Monção lavrava
um incêndio desde as 22h56 de sábado. Propagou-se nas freguesias de
Messegães, Valadares e Sá e, ao final do dia, mobilizava 117
bombeiros, apoiados por 22 viaturas. As chamas já tinham ameaçado
várias habitações em Badim e em Podame e subiam a encosta já na
Freguesia de Penso, em Melgaço.
Segundo a informação
disponível na página na Internet da Autoridade Nacional de
Protecção, chamas geravam aflição noutras zonas. Chegou a estar
"fora de controlo" o incêndio que em Miranda do Corvo
ameaçava casas. Tudo começara às 16h19, perto de Vale de Colmeias,
na freguesia de Semide, e continuava com intensidade. No terreno,
estavam 260 bombeiros, com 63 viaturas e um helicóptero. À
meia-noite, estava reduzido a uma frente e evoluía favoravelmente.
Na Serra da Estrela,
um incêndio que degradou às 14h30 na Varanda dos Carqueijais, na
Covilhã, provocou um grande susto. Por precaução, as autoridades
decidiram mandar evacuar uma pousada e um parque de campismo. Dois
bombeiros de Vila Nova de Poiares ficaram feridos. Às 22h, o
incêndio estava dominado, mas ainda ocupava 186 operacionais,
auxiliados por 42 viaturas, dois helicópteros e dois aviões.
O site da Autoridade
Nacional de Protecção Civil fazia ainda prever uma noite difícil
na freguesia de Poiares, concelho de Ponte de Lima, distrito de Viana
do Castelo, 49 homens, 15 viaturas; e nas freguesias de Malhou,
Louriceira e Espinheira, no concelho de Alcalena, distrito de
Santarém, com 254 homens, 50 viaturas. Neste último fogo, dois
bombeiros ficaram feridos: "No caso de um bombeiro o problema
derivou da inalação de fumos, e no caso de uma bombeira a
emergência decorreu de uma indisposição resultante do trabalho de
combate ao incêndio. Ambos foram transportados à unidade hospitalar
de Torres Novas, não inspirando cuidados de maior", disse à
Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de
Santarém.
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