Lisboa ganhou um novo miradouro no topo do Arco da Rua Augusta
A Associação Turismo de Lisboa investiu 950 mil euros na instalação de um elevador e no restauro do monumento. Mas quem o quiser visitar tem de subir dois lanços de escadas e pagar 2,5 euros
O topo do Arco da Rua Augusta, que oferece uma vista
panorâmica ímpar sobre a cidade de Lisboa, pode desde ontem ser visitado,
juntamente com o salão de abóbadas que alberga a maquinaria do relógio ali
existente. Mas nem todos poderão fazê-lo, já que para subir a esse salão e ao
miradouro é preciso vencer os dois lanços de escadas que se erguem para lá do
elevador que foi agora inaugurado.
A entrada no monumento faz-se pela Rua Augusta, através de uma pequena porta
mesmo ao lado do arco. O bilhete, que custa 2,5 euros, garante o acesso ao
elevador que leva os visitantes até ao piso superior. Depois é preciso subir
quase 30 degraus para alcançar a sala onde está o relógio, que em 1941
substituiu o mecanismo original. Neste espaço foi colocado um painel no qual se
dá a conhecer os principais momentos da história do arco, desde que começou a
ser pensado em 1759 até à sua conclusão em 1875. Daí até ao miradouro, de onde se avistam o Terreiro do Paço, com a recentemente restaurada estátua equestre de D. José I, a Baixa Pombalina, a Sé, o Castelo de São Jorge e o Tejo, há ainda que subir mais de 40 degraus de uma escada estreita em caracol. Um esforço que, a julgar pelo entusiasmo do grupo de convidados que ontem de manhã assistiu à abertura do arco ao público, parece ser compensado pela vista que dali se tem.
"É muito difícil ter uma vista melhor do que esta", dizia o presidente da Câmara de Lisboa. Quanto ao facto de pessoas com mobilidade reduzida não irem poder usufruir desta experiência, António Costa afirmou que tal se devia a "limitações impostas pela Direcção-Geral do Património Cultural" ao projecto de instalação do elevador, que ficou alojado num dos extremos do edifício do Supremo Tribunal de Justiça.
Antes já o presidente adjunto da Associação Turismo de Lisboa (ATL) lamentara a situação, explicando que "as condições de visita" eram "condicionadas pelo próprio monumento". Mário Machado admitiu que poderá haver "algum tempo de espera" para subir no elevador, já que por questões de segurança foi determinado que não poderão permanecer mais de 35 pessoas em simultâneo no miradouro.
O restauro do arco e a instalação do elevador prolongaram-se por sete meses e custaram cerca de 950 mil euros, valor que foi suportado pela ATL. O seu presidente adjunto considerou que o preço do bilhete de acesso, que é de 2,5 euros, é "quase simbólico", explicando que o objectivo é permitir que o monumento seja visitado não só por turistas mas também por "residentes em Lisboa e outros portugueses".
O Arco da Rua Augusta vai estar aberto diariamente, entre as 9h e as 19h, e crianças com idades até aos cinco anos não pagam bilhete. Para celebrar o fim das obras no monumento e o facto de ele ser a partir de agora visitável, a ATL vai promover até ao dia 18 de Agosto um espectáculo multimédia, da autoria de Nuno Maya e Carole Purnelle, com sessões às 21h30, 22h30 e 23h30.
António Costa afirmou que, com o restauro da estátua de D. José I e do arco e com a instalação do elevador, "começa a chegar ao fim o longo percurso de intervenção que tem marcado a regeneração do Terreiro do Paço". O autarca elencou várias obras feitas, como o fim do despejo de esgotos no Tejo e as novas ocupações do Pátio da Galé e dos pisos térreos da praça, incluindo o Lisboa Story Centre, e apontou os dois passos que falta dar para completar o conjunto: "a conclusão do projecto de iluminação e de iluminação cénica da praça", que lhe permitirá "ganhar outro brilho", e "o restauro da Estação Sul e Sueste".
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