sexta-feira, 25 de maio de 2018

Amesterdão quer banir Airbnb e impor limites ao turismo



Amesterdão quer banir Airbnb e impor limites ao turismo

Responsáveis falam em Disneyficação da cidade, em expulsão de cidadãos por causa do alojamento local e seguem as pisadas de Veneza, Palma de Maiorca e Ibiza ao planear medidas radicais. 

23/05/2018 às 15:49
Cidade dos canais põe travão no turismo.
Patrícia Naves

Banir o alojamento de curta duração do Airbnb em áreas movimentadas, desviar os navios de cruzeiro do centro, aumentar a taxa turística para quase o dobro e até limitar atividades “divertidas”, como passeios de barco com álcool ou visitas de Segways são apenas algumas das medidas que estão em cima da mesa para controlar o turismo em Amesterdão.

A liberal cidade dos canais, da arte, das coffee shops e do Red Light District não se está a sentir muito liberal face ao turismo, mas tem motivos para isso: planeia receber 18 milhões de turistas este ano e, à semelhança de muitos destinos europeus, a invasão começa a ter consequências que as autoridades pretendem agora travar.

A coligação de quatro partidos que venceu as últimas eleições municipais e está neste momento a formar executivo, anunciou esta semana medidas radicais para reduzir o volume do turismo e reverter aquilo que chama de “Disneyficação” da capital holandesa.

Os políticos invocam as medidas semelhantes na Europa, como a instalação de torniquetes em ruas movimentadas de Veneza, a proibição de arrendar apartamentos privados para turistas em Palma de Maiorca ou medidas de restrição semelhantes em Ibiza que serão implementadas até ao verão. Já este mês, o “Express.uk” noticiou que também Valência, em Espanha, planeia acabar com o alojamento local e até Barcelona está a restringir o seu uso.

Segundo diversos media internacionais, a notícia das medidas de Amesterdão chega um mês depois de o Eurostar anunciar comboios diretos entre a cidade e Londres, o que trará ainda mais turistas para a capital.

A cidade também vive uma grave escassez de habitação, que foi tópico essencial da coligação vencedora na sua campanha eleitoral. Com estas medidas, os partidos prevêem criar mais casas para a classe média, melhorar a limpeza, deixar entrar guias turísticos no centro só com permissão e defendem que Amesterdão é para viver e fazer negócios primeiro e só depois é destino turístico.

Já no ano passado, a cidade anunciara pesadas multas por exceder os limites do Airbnb e proibira novas lojas turísticas.

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