Amesterdão quer banir Airbnb e impor
limites ao turismo
Responsáveis falam em Disneyficação da cidade, em expulsão
de cidadãos por causa do alojamento local e seguem as pisadas de Veneza, Palma
de Maiorca e Ibiza ao planear medidas radicais.
23/05/2018 às 15:49
Cidade dos canais põe travão no turismo.
Patrícia Naves
Banir o alojamento de curta duração do Airbnb em áreas
movimentadas, desviar os navios de cruzeiro do centro, aumentar a taxa
turística para quase o dobro e até limitar atividades “divertidas”, como
passeios de barco com álcool ou visitas de Segways são apenas algumas das
medidas que estão em cima da mesa para controlar o turismo em Amesterdão.
A liberal cidade dos canais, da arte, das coffee shops e do
Red Light District não se está a sentir muito liberal face ao turismo, mas tem
motivos para isso: planeia receber 18 milhões de turistas este ano e, à
semelhança de muitos destinos europeus, a invasão começa a ter consequências
que as autoridades pretendem agora travar.
A coligação de quatro partidos que venceu as últimas
eleições municipais e está neste momento a formar executivo, anunciou esta
semana medidas radicais para reduzir o volume do turismo e reverter aquilo que
chama de “Disneyficação” da capital holandesa.
Os políticos invocam as medidas semelhantes na Europa, como
a instalação de torniquetes em ruas movimentadas de Veneza, a proibição de
arrendar apartamentos privados para turistas em Palma de Maiorca ou medidas de
restrição semelhantes em Ibiza que serão implementadas até ao verão. Já este
mês, o “Express.uk” noticiou que também Valência, em Espanha, planeia acabar
com o alojamento local e até Barcelona está a restringir o seu uso.
Segundo diversos media internacionais, a notícia das medidas
de Amesterdão chega um mês depois de o Eurostar anunciar comboios diretos entre
a cidade e Londres, o que trará ainda mais turistas para a capital.
A cidade também vive uma grave escassez de habitação, que
foi tópico essencial da coligação vencedora na sua campanha eleitoral. Com
estas medidas, os partidos prevêem criar mais casas para a classe média,
melhorar a limpeza, deixar entrar guias turísticos no centro só com permissão e
defendem que Amesterdão é para viver e fazer negócios primeiro e só depois é
destino turístico.
Já no ano passado, a cidade anunciara pesadas multas por
exceder os limites do Airbnb e proibira novas lojas turísticas.
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