A posição de OVOODOCORVO é inequivoca … O prédio Coutinho é,
e sempre foi, um atentado … A questão não é se deve ser demolido … a questão é …
o que vão construir no seu lugar depois da demolição!? Lembrem-se do caso do
Estoril Sol e do que foi construido no mesmo local por Gonçalo Byrne!
OVOODOCORVO
Pedida classificação do prédio
Coutinho como imóvel de interesse público
O processo de demolição
do edifício de Viana do Castelo está suspenso desde Janeiro a aguardar decisão
judicial da providência cautelar movida pelos últimos 14 moradores do prédio
Coutinho.
LUSA 1 de Maio de 2018, 8:35
O arquitecto Fernando Maia Pinto é o autor e primeiro
subscritor de uma candidatura do prédio Coutinho, em Viana do Castelo, a imóvel
de interesse público por considerar ser um "dever cívico" impedir a
prevista demolição do edifício.
"A demolição é um absurdo que espoletou o dever cívico
inteligente de manter o Coutinho como prédio habitacional", afirmou nesta
terça-feira à agência Lusa o arquitecto formado pela Escola de Belas Artes da
Universidade do Porto.
O edifício de 13 andares, que já chegou a ser habitado por
300 pessoas, está situado em pleno centro histórico da cidade e tem demolição
prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, para ali ser construído o
novo mercado municipal.
O processo está suspenso desde Janeiro a aguardar decisão
judicial da providência cautelar movida pelos últimos 14 moradores do prédio
Coutinho.
"É crime público. É uma coisa tão visível. Deitar
abaixo habitação num país tão pobre como o nosso. É uma coisa tão criminosa que
é um dever cívico uma pessoa lutar pelas coisas em que acredita. Acredito que
não deve ser demolido o prédio Coutinho num país que tem falta de habitação e
tem falta de dinheiro", sustentou Maia Pinto.
O autor e subscritor da candidatura, formalizada junto da
Direcção-Geral do Património Cultural e subscrita por" um grupo de
cidadãos e moradores, evoca um conjunto de critérios objectivos suportados na
lei", como "o interesse do bem como testemunho simbólico e a
concepção arquitetónica, urbanística e paisagística".
Entre os signatários da candidatura constam nomes como os de
Manuel Monteiro, professor universitário e antigo presidente do CDS-PP, Joaquim
Letria, jornalista, José Ribeiro e Castro, advogado e antigo presidente do
CDS-PP, e Jorge Estrela Ribeiro de Melo, professor catedrático.
A "extensão do bem e o que nela se reflecte do ponto de
vista da memória colectiva e as circunstâncias susceptíveis de acarretarem
diminuição ou perda da perenidade ou da integridade do bem", são outros
dos argumentos que integram o pedido de classificação.
Questionado pela Lusa sobre as razões que o levaram a
avançar com o pedido de classificação, Maia Pinto explicou tratar-se de uma
"questão nacional".
"Não é uma questão paroquiana. Também não tinha nenhuma
ligação a Pedrógão Grande e a Pinhal Novo e aquilo ardeu e houve um clamor
nacional que se levantou exigindo novas condições, que não se repita. Isto é um
clamor nacional, não estamos a falar da paróquia, estamos a falar do
país", referiu.
O documento refere que o edifício "tem raízes sociais e
culturais evidentes e importantes para um período histórico da região".
"O Prédio Coutinho, projectado pelo arquitecto Eduardo
Coimbra de Brito, constitui um dos exemplares mais significativos da transição
dos conceitos de gestão e reabilitação urbana adoptados pelo Estado Novo para
os conceitos a serem aplicados no pós 25 de Abril", adianta.
Segundo aquele grupo, "a candidatura encontra suporte
técnico e legal em vários artigos, quer da Constituição da República
Portuguesa, quer da Convenção para a Salvaguarda do Património Arquitetónico da
Europa, assim como no Tratado da União Europeia, na Recomendação de Paris,
entre muitos outros".
Sustentam que a sua demolição "implica, por si só, a
destruição de um património edificado, sem qualquer indício de risco para a
segurança de pessoas e bens que se pode estimar em valor superior a trinta
milhões de euros".
A empreitada de demolição do prédio Coutinho foi lançada a
concurso público no dia 24 de Agosto de 2017, por 1,7 milhões de euros, através
de anúncio publicado em Diário da República. Em Outubro, a VianaPolis anunciou
que a proposta da empresa DST - Domingos da Silva Teixeira venceu o concurso
por apresentar a proposta mais favorável, orçada em 1,2 milhões de euros.
A Lusa contactou a Câmara de Viana do Castelo que se escusou
a comentar o assunto.
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