Isaltino Morais deixa a Câmara de Oeiras em Outubro, mas há muito que está preparar o seu futuro. Em Setembro do ano passado, criou, através de uma escritura pública outorgada em Maputo, uma empresa dedicada ao turismo e à caça. No mês seguinte, igualmente num notário da capital de Moçambique, constituiu uma outra empresa, esta virada para a importação e exportação. Neste momento, encontra-se naquele país em visita oficial, na qualidade de presidente da Câmara de Oeiras. Na comitiva, viaja pelo menos um dos seus sócios, que é também seu adjunto no município. ( in Público )
Isaltino está em visita oficial a Moçambique, onde criou duas empresas. Câmara nada revela sobre a visita ou sobre os membros da comitiva
Quanto à Messa Energia, que está sedeada no mesmo local que a Magoco, a sua actividade principal tem a ver com a comercialização de material eléctrico. Os seus sócios, além de Isaltino, Sérgio Ngoca e Emanuel Gonçalves, são Natacha Morais e Fernando Rodrigues Gouveia.
A primeira é uma empresária moçambicana do sector turístico, com actividade em Inhambane, município moçambicano com o qual Isaltino celebrou um acordo de geminação em 1999, no quadro do qual uma delegação da Aitecoeiras ali se deslocou no Verão passado.
O segundo, Fernando Rodrigues Gouveia, é o patrão do grupo de construção civil MRG, líder das parcerias público-privadas com os municípios portugueses e sócio da Câmara de Oeiras em duas parcerias particularmente mal sucedidas. Ambas foram objecto, em Dezembro, de um relatório do Tribunal de Contas onde se lê que a escolha da MRG (detentora de 51% do capital das duas empresas criadas com o município) “violou os princípios da transparência, da igualdade de tratamento, da prossecução do interesse público, da boa-fé e da imparcialidade”. O tribunal diz mesmo que a MRG foi alvo de “tratamento privilegiado face aos demais concorrentes”. As parcerias estabelecidas por esta empresa com Oeiras e outros municípios estão a ser investigadas pelo Ministério Público desde há mais de um ano. Em Janeiro do ano passado, a Polícia Judiciária efectuou buscas na sede da MRG, em Coimbra, e nas câmaras de Oeiras e Campo Maior, no quadro desses inquéritos.
O PÚBLICO tentou ontem falar com Fernando Gouveia, mas a sua secretária informou que ele se encontrava fora do país, não esclarecendo se estava em Moçambique com Isaltino Morais. Também não foi possível contactar Emanuel Gonçalves, que acompanha Isaltino, nem Rui Cóias ou José Diniz. Isaltino fez saber que falaria com o PÚBLICO na segunda-feira.
1 comentário:
Prendam este vigarista. Já roubou e agora viaja à nossa custa. Não merece ser um PSD. Uma nódoa.
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