sábado, 9 de abril de 2016

Quem usar a Airbnb em Lisboa paga taxa turística a partir de Maio


Não se trata só de cobrar taxa turística. Trata-se de impor regras rigorosas de limite de ocupação e fiscalizá-las. Em Amsterdão ( ler em baixo ) o limite máximo por ano é de 60 dias. Isto é fiscalizado e as multas são altíssimas. Trata-se de regras exigentes de segurança e definição do número máximo de ocupantes.
Trata-se de controlar o efeito devastador da Turistificaçào e Ocupaçào temporária na Identidade e Autenticidade das cidades, associado ao direito à Habitaçào Permanente para os Residentes e Populações Locais.
“By the Way” …. Amsterdão proibiu a construção ou criação de mais hotéis no Centro da Cidade.
OVOODOCORVO
---------------------------------------------------------------------------
“Amsterdam city council agreed at the beginning of this year new rules for private holiday rentals. Owners have to pay tourist tax and cannot rent out their home for more than 60 days a year.
No more than four holidaymakers can stay in the property and the flat must not be in the rent-controlled sector.”


Quem usar a Airbnb em Lisboa paga taxa turística a partir de Maio
Cada hóspede vai pagar um euro por noite, valor que será depois entregue pela plataforma à câmara. O acordo de parceria entre as duas entidades é discutido na próxima semana em reunião camarária
Inês Boaventura / 9-4-2016 / PÚBLICO

“No fim de Março, o município já tinha arrecadado 1,1 milhões com a cobrança da taxa sobre as dormidas”
A Câmara de Lisboa chegou a acordo com a plataforma online Airbnb com vista à cobrança da Taxa Municipal Turística. A partir de 1 de Maio, quem arrendar um espaço através desta empresa passará a pagar um euro por cada noite.
No fim de Março, o município já tinha arrecadado 1,1 milhões com a cobrança da taxa sobre as dormidas
Foi o vereador das Finanças quem anunciou ontem, numa conferência de imprensa convocada para apresentar o Relatório e Contas do município de 2015, que o acordo no qual a autarquia vinha trabalhando há vários meses tinha sido alcançado.
João Paulo Saraiva destacou a importância do entendimento, atendendo a que a Airbnb é, entre as plataformas existentes na área do alojamento local, “a mais importante em número e volume de transacções”. O autarca dos Cidadãos por Lisboa fez ainda saber que “estão em negociação” acordos com “outras” entidades.
Em Janeiro, em entrevista ao PÚBLICO, o director ibérico da Airbnb já tinha dito que a empresa norteamericana estava “em conversações” com a Câmara de Lisboa e que estava disponível para passar a fazer a cobrança da Taxa Municipal Turística. “Quando perguntamos aos anfitriões de Airbnb em Amesterdão ou Barcelona, não vêem problema com a taxa. Querem normalizar o seu papel e a taxa faz parte disso”, acrescentou Arnaldo Muñoz.
O acordo com a empresa vai ser discutido na reunião camarária de quarta-feira. No documento, ao qual o PÚBLICO teve acesso, João Paulo Saraiva sublinha que “cerca de 90% do alojamento local oferece os seus produtos e serviços através de plataformas electrónicas, desenvolvendo a economia local de acordo com uma filosofia de economia partilhada e permitindo aos residentes aceder a novas oportunidades económicas”.
O vereador das Finanças nota que Lisboa se segue, no entendimento agora firmado com a Airbnb, a “outras cidades europeias, tais como Paris e Amesterdão”. João Paulo Saraiva sublinha ainda que esta plataforma é a que à data tem “mais anfitriões de alojamento local no município de Lisboa”, numa percentagem de “cerca de 90%”.
No acordo de parceria que vai ser submetido à apreciação dos vereadores estabelece-se que a Airbnb irá “agir em nome dos anfitriões como um agente limitado de cobrança e entrega do montante recolhido trimestralmente da taxa turística à Câmara Municipal de Lisboa”. Diz-se ainda que a empresa “renuncia à taxa de cobrança” a que teria direito ao abrigo das Normas de Execução da Taxa Turística de Dormida, taxa que segundo se lê nesse documento corresponde a “2,5% das taxas [turísticas] cobradas”.
No acordo de parceria fica também definido que a Airbnb “não vai aplicar quaisquer isenções no momento da reserva, tais como as previstas para estadas necessárias para tratamentos médicos (...) ou sobre estadas de crianças menores de 13 anos”. O que acontecerá, explica-se, é que, se os hóspedes solicitarem o reembolso das taxas turísticas cobradas devido a uma dessas situações, a plataforma online “reunirá a documentação comprovativa, por forma a reembolsar o hóspede directamente”.
Nos hotéis da capital, nos quais a Taxa Municipal Turística começou a ser cobrada a 1 de Janeiro de 2016, aplicam-se as duas isenções acima enunciadas. No final de Março, João Paulo Saraiva referiu que o município já tinha arrecadado 1,1 milhões de euros com a cobrança da taxa turística na vertente das dormidas. Ontem, o autarca afirmou, sem referir valores, que “os níveis de liquidação e cobrança” estão “em linha de conta com o que foi planeado”.
Quanto à outra vertente da taxa, que diz respeito à chegada à cidade por via aérea ou marítima, João Paulo Saraiva disse apenas que “o processo de negociação, que é complexo, continua a decorrer”. “Não tenho uma novidade para acrescentar, mas espero tê-la dentro em breve”, rematou. Aquilo que está definido é que seja cobrado um euro a cada passageiro que desembarque no Aeroporto Internacional de Lisboa e “nos terminais de navios de cruzeiro localizados no município”.

No orçamento para 2016 está previsto que a cobrança da Taxa Municipal Turística renda à câmara uma verba de 15,7 milhões de euros.

Sem comentários: