Antigo
Ritz Clube à venda por três milhões
O edifício da
antiga sala de espectáculos Ritz Clube, em Lisboa, está à venda
por três milhões de euros, de acordo com o anúncio publicado no
site de uma empresa de mediação imobiliária.
“Edifício de
referência, à Avenida da Liberdade”, é o título do anúncio de
venda do antigo Ritz Clube, situado na Rua da Glória, junto à Praça
da Alegria, e que fechou definitivamente em Maio de 2013. O edifício,
de três pisos, está à venda por três milhões de euros, sendo
este valor “negociável”.
O anúncio adianta
tratar-se de uma “antiga sala de espectáculos desde 1908, com
capacidade para 400 pessoas”, uma “bonita fachada” e a
“possibilidade de conversão para habitação/turismo”.
Os responsáveis
pelo Ritz Clube anunciaram em Maio de 2013 que a sala encerrava “para
obras”, sem especificar os motivos.
A sala de
espectáculos tinha reaberto portas em Maio de 2012, depois de ter
estado fechada durante 12 anos e de ter sido alvo de uma
“reabilitação total”.
O edifício,
classificado como de interesse municipal, acolheu ao longo de 2013
dezenas de concertos e festas, o que terá motivado várias queixas
de vizinhos.
A história dos
clubes nocturnos de Lisboa dá conta de que já nos anos 20 o número
57 da Rua da Glória era local de culto para os noctívagos. “Foi
poiso de artistas, prostitutas, nobres e fadistas. Foi palco de
vaudeville e striptease. Dali partiam os soldados para o Ultramar.
Ali chegavam os marujos de além-mar”, refere um trabalho de Raquel
Moleiro publicado no Expresso em 2004.
Na década de 20 do
século passado, o Ritz Club era O Treze da Glória. Depois disso foi
Cabaré Montanha e Dancing Concha. Depois disso, continuou sempre em
festa, com orquestra a marcar os ritmos dos bailes, dos tangos ou dos
boleros, continua o Expresso.
Décadas depois, nos
anos 80, quando o cantor Vitorino, o seu irmão Janita, Maria do Céu
Guerra e outros sócios ficam à frente da casa, o Ritz torna-se
palco de eventos culturais. É nesta fase que aqui são lançadas
bandas como os Da Weasel ou os Blasted Mechanism. Também havia
representações teatrais. Para muitos, foi incontornável na noite
lisboeta.
PÚBLICO com Lusa /
19-4-2016.
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