Petição
para travar pesticidas da Bayer que matam as abelhas passa o milhão
29-4-2016 Económico
com Lusa
Mais
de um milhão de assinaturas para travar venda de pesticidas Bayer
que matam abelhas. As abelhas ajudam a polinizar cerca de 80% das
espécies de plantas florais. Sem elas, muitas frutas e muitos
legumes não conseguem reproduzir-se, com consequências devastadoras
na cadeia alimentar.
Mais de um milhão
de pessoas assinaram uma petição para incitar o gigante alemão da
agroquímica e farmacêutica Bayer a parar a produção de pesticidas
culpados de provocar o declínio de abelhas no mundo.
“Matar abelhas não
é realmente algo que uma empresa que quer seguir em frente deveria
fazer,” defende uma activista da organização ‘Sum for Us’,
Anne Isakowitsch, citada pela agência France-Presse.
As abelhas ajudam a
polinizar cerca de 80% das espécies de plantas florais. Sem elas,
muitas frutas e muitos legumes não conseguem reproduzir-se, com
consequências devastadoras na cadeia alimentar.
Anne Isakowitsch
deslocou-se hoje até Colónia, Alemanha, para o encontro anual de
accionistas da Bayer e apresentou à empresa uma petição com 1,4
milhões de assinaturas.
Os activistas pedem
ao gigante da indústria química para deixar de vender duas
substâncias presentes em pesticidas – a clotianidina e a
imidaclopride – e que provocam a morte das abelhas.
A União Europeia
(EU) já decretou uma moratória sobre a venda dos dois químicos,
classificados como neonicotinóides desde o final do ano de 2013, tal
como o tiametoxame do gigante suíço Syngenta e o fipronil do
germânico BASF.
As quatro
substâncias, vendidas sob os nomes ‘Gaucho’, ‘Poncho’ ou
‘Cruiser’ continuam, no entanto, disponíveis no resto do mundo.
Os neonicotinóides
são maioritariamente usados em sementes plantadas por agricultores e
conseguem chegar ao néctar e ao pólen durante a floração.
O químico age no
sistema nervoso central dos insetos interferindo com a transmissão
de estímulos. Os neonicotinóides, podem deixar as abelhas
desorientadas, impedindo-as de voltar às suas colmeias e diminui a
resistência a doenças bem como a fertilidade.
A União
Internacional de Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês)
estima que um em cada quatro abelhões e, uma em dez abelhas
melíferas, estão em risco de morte devido a esses químicos.
O grupo Bayer, que
obteve 2,5 mil milhões de euros de lucros com a venda de
insecticidas e de produtos fitossanitários em 2015, contesta,
juntamente com a BASF e a Syngenta, as restrições impostas por
Bruxelas.
Um porta-voz da
Bayer defendeu, citado por agências internacionais, que “os
neonicotinóides não são perigosos se forem usados corretamente,”
considerando que a morte das abelhas está ligada a outros fatores,
como o clima, vírus e parasitas.
O presidente da
Agência de Segurança Alimentar Europeia (EFSA, sigla em inglês),
admitiu que o declínio da espécie deve-se a vários fatores mas que
os quatro químicos colocam as abelhas sob um “risco inaceitável.”
A EFSA ainda está a
analisar os últimos dados científicos sobre o problema e pretende
apresentar os seus resultados em 2017.
Para o conselheiro
político em agricultura e engenharia da organização ecologista
Greenpeace, Marco Contiero, “os resultados são tão claros que não
vai ser simples a indústria conseguir ultrapassar as restrições”.
A Greenpeace,
defensora da retracção de todos os produtos contendo
neonicotinóides, diz ser preciso que a indústria invista em
produtos alternativos sem químicos.
A pressão dos
consumidores também já se faz sentir e a cadeia de supermercados
Aldi prometeu não vender nenhum produto contendo neonicotinóides em
Alemanha.
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