Deputados
da Madeira, Ângelo Correia e Queiroz Pereira em offhores
Expresso
revela este sábado mais nomes de portugueses listados nos documentos
da Mossack Fonseca
23 DE ABRIL DE 2016
DN
Os atuais presidente
e vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada
Gomes e Miguel de Sousa, tiveram procurações passadas em sem nome
por diferentes offshores registadas pela Mossack Fonseca, avança
hoje o Expresso, citando conclusões da investigação do semanário
e da TVI com o Consórcio Internacional de Jornalistas de
Investigação, a partir de uma fuga de informação obtida pelo
jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
Revela o Expresso
que as procurações com o nome de Tranquada Gomes foram passadas
entre 1994 e 2005 pela Oliveira Inc, Sudotel SA - registada no Panamá
- e pela Dorcal International Ltd, nas Ilhas Virgens britânicas. O
presidente da Assembleia madeirense, contactado pelo semanário,
assume as procurações em seu nome, passadas enquanto consultor
jurídico da Madeira Management, com sede no Centro Internacional de
Negócios da Madeira, mas não se lembra de ter exercido o poder que
as procurações lhe atribuíam, garantindo que foram "atos
banais da profissão de advogado" e que não existe qualquer
ligação política.
Já Miguel de Sousa
surge em procurações de 1996 e 1998, quando já era vice-presidente
da Assembleia e deputado do PSD, passadas pela Kadiroi Corporation,
Kaltech Enterprises GmbH e Benington Properties Limited, incorporadas
numa jurisdição da Nova Zelândia. Miguel de Sousa garante que as
procurações foram passadas no âmbito da sua atividade profissional
e que não exerceu os poderes para que era mandatado, por ser gerente
de uma management company com sede no Centro Internacional de
Negócios da Madeira.
Venda livre divide
profissionais
Ao todo, nos Papéis
do Panamá surgem 13 empresas registadas como intermediárias com
morada na Madeira, ou seja, cujo objetivo era criarem offshores a
pedido de clientes.
Ângelo Correia,
Queiroz Pereira e os Champalimaud
Outro dos nomes
citados este sábado pelo Expresso é o de Ângelo Correia,
empresário e antigo ministro, que surge como administrador único de
uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo os Papéis
do Panamá, Ângelo Correia foi administrador da Anchorage Group
Assets Limited entre 20 de dezembro de 2004 e 4 de agosto de 2005. Ao
Expresso, o ex-governante garante não se recordar da empresa:
"Trabalhei para muita gente e pode ter sido que me tenham
nomeado para essa empresa e eu tenha assinado", admite.
Já Pedro Queiroz
Pereira, o dono da Semapa e da Portucel, um dos homens mais ricos do
país, teve duas sociedades no Panamá criadas através da Mossack
Fonseca. Uma das empresas foi usada para pagar um contrato de aluguer
de jatos privados em 2006, com a Netjets. Por estar fora do país, e
incontactável, o empresário não comentou as revelações dos
Papéis do Panamá. A Neeley Marketing SA tinha como beneficiário
final Queiroz Pereira, foi criada no Panamá em 2006 e encerrada em
2010.
O próprio grupo
Semana tem há mais de uma década a Somera Trading Inc, uma
sociedade que detém um navio de transporte de cimento e foi
adquirida em 2002 pela Florimar, empresa que a cimenteira Secil tinha
comprado nesse ano no centro de negócios da Madeira.
Nos Papéis do
Panamá surgem ainda pelo menos dois elementos da família
Champalimaud: Luís de Melo Champalimaud, um dos filhos de António
Champalimaud, e Sofia Champalimaud Charters Monteiro, neta do
magnata. Luís Champalimaud surge associado à Newlake Investments SA
e a uma conta no banco suíço UBS. A empresa foi criada em 2006 e
dissolvida em 2014. O objetivo seria movimentação de títulos
financeiros. Já a neta de Champalimaud manteve uma conta no banco
suíço UBS nos últimos anos, juntamente com o marido, através da
Oyster Investments Gruop Corp, do Panamá.
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