terça-feira, 18 de agosto de 2015

"Há provas das cedências de Paulo Portas aos alemães na compra dos submarinos"


"Há provas das cedências de Paulo Portas aos alemães na compra dos submarinos"
NUNO SÁ LOURENÇO 18/08/2015 - PÚBLICO

Já havia participado na comissão que avaliou os programas de aquisição de equipamento militar, mas o verdadeiro rastilho foi a comissão de inquérito ao BES de que José Magalhães também fez parte. A documentação que aí teve acesso permitiu-lhe publicar o livro “Submarinos.PT

José Magalhães já vai na sua nona legislatura parlamentar. Foi um dos deputados comunistas a quem a Perestroika provocou o divórcio com o partido de Álvaro Cunhal em 1990. Já era um veterano dos corredores de São Bento, quando decide abandonar a bancada do PCP para ser independente, depois de um elogio à primeira presidência de Mário Soares. Acabou por ser convidado por Jorge Sampaio para integrar a bancada do PS, onde chegou a vice-presidente. A sua actividade parlamentar só foi interrompida pela participação nos Governos de José Sócrates nos gabinetes da Administração Interna e da Justiça.

Porque é que escolheu para subtítulo do seu livro “Guia para os perplexos de todas as condições”?
Porque tanto o negócio dos submarinos como as investigações que incidiram sobre dois aspectos desse negócio geraram ao longo de uma década, e vão continuar a gerar, enormíssimas perplexidades.

Mas o negócio já foi alvo de comissões de inquérito. Não era mais útil para a sociedade apresentar conclusões?
O livro precisamente procura abordar essas perplexidades com respostas a partir de documentos, constantes sobretudo, não do arquivo dos inquéritos parlamentares mas do arquivo do ministério público.

E quais são as respostas que o seu livro acrescenta ao debate mediático sobre este negócio?
O debate mediático foi orquestrado de forma magistral e de forma muito competente para afastar a atenção dos aspectos centrais onde houve vulnerabilidades notáveis, para o focar em aspectos periféricos. A obra de arte suprema é deflagrar um incêndio sobre se Portugal precisa de armamento sofisticado quando o problema central era sobre se a sua compra tinha sido feita bem ou mal, com corrupção ou sem corrupção. O que significa que andámos a Leste. Porque como reinava o segredo em relação a aspectos centrais, aos aspectos centrais todos, aquilo que discutimos durante uma década foram os aspectos periféricos.

O que é que qualifica como aspectos centrais?
As protegidas por segredo de Estado, militar, administrativo e de Justiça, numa combinação profundamente afortunada. Se acrescentar a isso o desaparecimento cirúrgico da documentação relativa à participação do BES no consórcio que financiou a operação de compra, tem um puzzle em que os cidadãos, os jornalistas, os deputados foram impedidos de forma drástica de aceder à informação essencial. E só quando houver abertura total dos arquivos é que os investigadores abrirão a boca de espanto como eu abri ao verificar que a resposta para algumas das suas perguntas afinal existia.

E que dados relevantes estavam escondidos e conseguiu desenterrar?
Há muitos exemplos, todos conhecemos o glorioso dia da assinatura do contrato. O que não sabíamos é que depois da assinatura do contrato houve um ultimato da parte alemã que ameaçou fazer a resolução do contrato por ele ser incumprível, tal como tinha sido assinado, tendo obtido nos dias seguintes um recuo do Estado, orquestrado a partir do topo do ministério da Defesa, posto o que, em 4 de Junho de 2004, foi assinado o contrato de financiamento, alterando-se vários aspectos do contrato assinado em Abril.

E o que é que provocou o ultimato alemão?
A reformulação do preço, que se calcula através de uma fórmula matemática tão interessante e tão complexa que o Ministério Público não conseguiu, mesmo metendo o Instituto Superior Técnico ao barulho, ter a certeza que o preço pago tinha sido efectivamente calculado de acordo com a fórmula.

Mas as exigências não foram só em relação ao preço, implicavam ainda a estrutura de financiamento, a garantia bancária?
Em todos esses aspectos e muito outros, houve recuos e aceitação de cláusulas extraordinárias como aquela que obrigou o Estado a pagar 63 milhões de euros por entre a assinatura e a entrada em vigor terem mediado vários meses, entre os quais os que o Tribunal de Contas teve de ter para examinar o contrato. Examinar, aliás, mal, com insuficiência de documentação.

Uma justificação para esses 63 milhões foi a da revisão dos preços dos materiais e da mão-de-obra devido à inflação.
Esse era um primeiro critério, mas acabou alterado. Na verdade, esses cálculos não estão fundamentados e o MP considerou que não havia fundamento legal para os pagamentos.

O que leu permite-lhe apontar um responsável ou responsáveis políticos na má gestão do processo?
Parece-me evidente que a condução do processo ficou a cargo do ministro de Estado e da Defesa.

Está falar de Paulo Portas?
Exactamente. Há provas no processo dos vários actos através dos quais ele determinou que o Estado português fizesse cedências, tanto no contrato de aquisição como no de contrapartidas. E também há evidência do parecer contrário, em muitos pontos, dos peritos militares, até porque o procedimento foi um case study. Porque na minha experiência de contratação pública não me lembro de um contrato ser assinado e depois alterado à socapa e não ser fiscalizado pelo Tribunal de Contas com acesso a toda a documentação. O que aconteceu neste procedimento foi candidatar a uma corrida para um fornecimento ao Estado um Volkswagen, substituí-lo por um BMW, e depois degradar a composição do BMW até ficar outra vez uma espécie de Volkswagen. A questão é porque é que todos nós fizemos de parvos, durante uma década. Isso só se explica devido aos meandros do Estado secreto.

Porque é que incluiu duas cronologias separadas, uma do negócio e outra das investigações?
Porque revela que só uma pequena parte das diligências surtiram efeito, mas que apesar de tudo surtiram algum efeito. O MP conseguiu, graças à cooperação internacional, reconstituir o rasto do dinheiro quase todo e foi por isso que os visados, em vez de seguirem o plano A – que era guardar o dinheiro na Suíça não prestando contas ao fisco – foram obrigados a recorrer ao plano B – recorrer ao RERT [Regime Excepcional de Regularização Tributária] para regularizarem parte da situação. Não foi um fracasso absoluto. Mas a verdade é que a investigação começou tarde, deparou-se com uma série de portas fechadas, arrastou-se no tempo, teve meios ínfimos em relação à complexidade das matérias e tivemos um par de magistradas durante anos a enfrentar a organização do império Espirito Santo. Isso é abordado com o objectivo de levantar interrogações sobre porque é que determinadas diligências só foram feitas tão tardiamente, em 2013 e 2014, dez anos depois da data da assinatura do contrato. Se o negócio gera perplexidades, a investigação também gera perplexidades e exige reflexão virada para a acção e para correcções em metodologias. Porque o MP, tendo competências em muitas áreas, não pode actuar descoordenado no STA, no Tribunal de Contas e no DCIAP.

O que é que tem de mudar?
Os pareceres que Augusto Santos Silva [ministro da Defesa entre 2009 e 2011] pediu sobre os contractos se emitidos na altura da sua elaboração teriam ajudado a defender melhor a posição do Estado e do interesse público. Uma maior intervenção preventiva na elaboração do contrato da PGR, a adopção de métodos de transparência.

Tem de se mudar o regime de sigilo e segredo de Estado?
E além disso os arquivos públicos devem ser íntegros e não devem ser objecto de destruição metódica. Um ministro quando cessa não pode fazer desaparecer o seu correio electrónico todo! A documentação sobre a formação de um contrato tem de ser guardada nos arquivos públicos, que não podem desaparecer para os escritórios de advogados privados! Não podem andar num cá e lá! Esse tipo de prevaricações fazem parte da patologia. A PGR quando intervém, é para concluir que mesmo o mais grosseiro incumprimento não legitimava a não pagar e não consumar a compra dos submarinos. Foram três pareceres de dezenas de páginas do Diário da República em que se conclui que não é possível endireitar a sombra da vara torta

Considera que existe em Portugal uma cultura de segredo que oculta o essencial?
Historicamente, o que houve foi quem prevalecendo-se e abusando do segredo, sonegava aos tribunais, ao Tribunal de Contas e STA, informação absolutamente essencial para poderem exercer as suas competências de forma eficiente.

O processo passou por vários Governos, tanto do PSD/CDS como do PS. Não identifica no processo erros dos governos do PS?
O XVII e XVIII tentaram endireitar a sombra da vara torta. Como entre o contrato de fornecimento e o contrato de contrapartidas não foi feito nenhum nexo, do tipo se não cumpre as contrapartidas fica prejudicado o negócio da compra, os infelizes que tiveram de aplicar o que foi contratado em 2004, tinham os pés e as mãos amarrados.

Falou do Volkswagen que passou a BMW que depois foi despromovido a VW. Mas o momento da mudança dos requisitos do submarino acontece durante um Governo PS.
Isso é um mito urbano. É a façanha propagandística numero um de Portas. Eu cito o momento em que se deu a degradação, nomeadamente dos sistemas de armas.

Mas eu estou a falar do momento em que o submarino alemão ganha especificações que não tinha no início.
Os documentos provam o contrário.

Mas foi em 2000 que a Marinha faz o pedido da inclusão do Air Independent Propulsion…
Uma coisa era discussão em abstracto das especificações. Outra é olhar para a oferta francesa e a alemã dizer qual é a melhor.

Mas os alemães mudam a proposta reforçando o seu submarino…
Ambas as propostas foram sendo ajustadas…

Tanto a francesa como a alemã?

Obviamente.

Alguns dos “factos apurados” por José Magalhães



Alguns dos “factos apurados” por José Magalhães

No livro Submarinos.PT, o deputado do PS aproveita a documentação a que teve acesso nas comissões de inquérito para dar visibilidade a aspectos da investigação do ministério Público

NUNO SÁ LOURENÇO 18/08/2015 -PÚBLICO

José Magalhães enumera um conjunto de 38 conclusões em que identifica as responsabilidades de Paulo Portas no processo. Embora o capítulo termine com uma citação do Ministério Público em que este reconhece que “não se comprovou” que Portas “tenha dirigido as negociações com vista a favorecer o adjudicatário ou os bancos financiadores”, o deputado do PS não deixa de assinalar que o fim da investigação é decidido devido à prescrição inevitável do processo. Excertos:

“1. As negociações entre o Estado português e o GSC [consórcio alemão que construiu os submarinos], após a retoma do processo concursal (...), decorreram de forma opaca, sem a elaboração das actas das reuniões havidas (...).
“3. Tais negociações levaram à celebração de um contrato substancialmente diverso do adjudicado pelo Conselho de Ministros. (...)
“8. O modelo de submarino e equipamento suplementar negociados no âmbito daquela comissão, sem quaisquer limites financeiros, levara a que as BAFO [Best and Final Offer] de 2000 contemplassem modelos com características que o Estado português não podia pagar, ainda que reduzindo o número de submarinos a adquirir. (...)
“12. Na retoma do procedimento, não terá sido acautelada, antes da entrega das propostas, a concorrência das propostas, concorrência entre as partes que não foram devidamente elucidadas sobre os constrangimentos financeiros existentes. (...)
“14. Face à opacidade do processo negocial, não é perceptível, (...) como e com quem foram obtidos alguns consensos que se materializaram nos contratos celebrados. (...)
“16. Existem indícios de que, na véspera da assinatura dos contratos, grande parte das contrapartidas de que era beneficiária a Lisnave foram deslocadas para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo sem o acordo do GSC. (...)
“18. No tempo de que os titulares do inquérito dispuseram não foi possível obter juízos periciais sobre aspectos que se reputam fundamentais. (...)
“21. A fixação de regras diversas — a terem sido estabelecidas — por acordo entre o Estado e o adjudicatário, à revelia do outro concorrente, terá violado os princípios da concorrência e da estabilidade das regras concursais. (...)
“26. Não foram localizados os seguintes elementos: cartasconvite enviadas às instituições financeiras; actas ou outros documentos referentes à negociação das propostas prévia à adjudicação; documento contendo as reservas do CSFB/ BES quanto ao spread; a decisão do Ministério da Defesa a permitir a revisão da proposta deste consórcio bancário. (...)
“33. Poderão ter sido violados princípios de direito administrativo, designadamente princípios da concorrência, da estabilidade ou intangibilidade das propostas e da transparência. (...)
“34. Ao celebrar um contrato diverso do adjudicado (...), o ministro da Defesa, Paulo Portas, excedeu o mandato que lhe foi conferido. (...)

“35. Foram tomadas algumas decisões objectivamente violadoras do PRAS: a redução da garantia de bom e fiel cumprimento e a assunção pelo Estado do montante de aproximadamente 23 milhões de euros de custo total das garantias, por adiantamentos.”

Imigração “vai ocupar-nos mais do que a Grécia”


Imigração “vai ocupar-nos mais do que a Grécia”

A questão do asilo “poderá ser o próximo projecto europeu onde veremos se somos verdadeiramente capazes de agir de forma conjunta”, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, numa entrevista. E vai ocupar “mais” os europeus do que “a Grécia ou a estabilidade do euro”.
A União Europeia confronta uma crise com milhares de refugiados de guerra como na Síria, a fugir de violência como na Nigéria, ou à procura de melhores oportunidades económicas como os que vêm da Albânia.
Ainda a semana passada o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados apelou a uma acção urgente da Europa, considerando que a actual vaga de migração é a mais grave crise desde a II Guerra Mundial, com mais de 60 milhões de deslocados por conflitos e crises políticas. A maioria dos refugiados do mundo está, no entanto, em países em desenvolvimento como o Paquistão. “A questão de saber como devemos agir com os migrantes (...) vai ocupar-nos bem mais do que a Grécia ou a estabilidade do euro”, disse a chefe de Governo alemã, numa entrevista à televisão pública ZDF, emitida no domingo.
“Necessitamos de uma política europeia comum em matéria de asilo”, disse Merkel, numa altura em que a Alemanha também tem sido “inundada” por pedidos de asilo, que podem chegar aos 600 mil este ano, um recorde.
Uma das medidas defendidas pela chanceler, foi criar uma lista de países “seguros”, onde não houvesse motivos para pedir estatuto de refugiado, abrindo assim caminho mais rápido para aqueles que vêm de países que estão sem dúvida em guerra, como a Síria ou o Afeganistão. A Alemanha tem muitos pedidos de países dos Balcãs.
Merkel — que indicou que vai discutir o tema com o Presidente francês, François Hollande — admitiu que a situação na Alemanha, onde os migrantes são alojados em tendas ou contentores, “não é nada satisfatória”.
Quando questionada sobre um aumento de ataques incendiários a centros para refugiados na Alemanha, Merkel disse que isso é “indigno do nosso país”. Desde o início do ano há registo de mais de 200 ataques em centros de acolhimento em toda a Alemanha
in PÚBLICO

U.S. Lacks Ammo for Next Economic Crisis


U.S. Lacks Ammo for Next Economic Crisis
Policy makers worry fiscal and monetary tools to battle a recession are in short supply

By JON HILSENRATH and
NICK TIMIRAOS

As the U.S. economic expansion ages and clouds gather overseas, policy makers worry about recession. Their concern isn’t that a downturn is imminent but whether they will have firepower to fight back when one does arrive.

Money has been Washington’s primary weapon in the decades since British economist John Maynard Keynes proposed aggressive government spending to battle the Great Depression. The U.S. generally injects cash into the economy through interest-rate cuts, tax cuts or ramped-up federal spending.

Those tools could be hard to employ when the next dip comes: Interest rates are near zero, and fiscal stimulus plans could be hampered by high levels of government debt and the prospect of growing budget deficits to cover entitlement spending on retired baby boomers.

Few economists believe the U.S. is near recession. The economy seems to have regained its footing after a first-quarter stumble, and Federal Reserve officials are considering whether to raise short-term interest rates for the first time in nearly a decade to ensure the economy doesn’t overheat.

Even so, looming threats are a reminder that the slow-growing global economy is just a shock away from peril. Japan’s economy contracted in the second quarter and Europe recorded lackluster growth. China’s slowdown, meanwhile, appears more severe than global policy makers initially realized and a currency devaluation there might spur trade frictions.

With the U.S. expansion entering its seventh year, policy makers are planning how to respond to the next downturn, which history shows is inevitable. The current expansion is now 16 months longer than the average since World War II, and none has lasted longer than a decade.

“The world economy is like an ocean liner without lifeboats,” economists at HSBC Bank wrote in a recent research note.

In the next downturn, former Fed Chairman Ben Bernanke said in an interview, the tools of government will be “more limited than usual, but they’re not zero by any means.”

The Fed, for example, could experiment with negative interest rates. A recession also could force Congress and the White House to bridge Washington’s partisan divide to strike a deal that pairs short-run stimulus with long-run plans to reduce the deficit.

‘Live question’
“This is a very live question,” said Douglas Elmendorf, the recently departed director of the Congressional Budget Office. “Policy makers are thinking about their backup, backup plans.”

The Fed’s strategy of keeping interest rates low well into an expansion is intended to help avoid a relapse into recession. Fed Chairwoman Janet Yellen has described low rates as insurance against another downturn. That is another reason officials intend to move slowly once they begin nudging up rates.

Worries stretch to the White House. “Federal fiscal policy will be a more important tool in addressing future business cycles because monetary policy may be more frequently constrained,” Jason Furman, the chairman of the White House Council of Economic Advisers, said in an interview. “That’s a big change in the way the economics profession sees the world.”

The U.S. over the past quarter century regularly turned to the Fed to provide stimulus when the economy stumbled.

In the most recent recession, short-term interest rates were pushed to near zero, then the central bank embarked on massive—and controversial—bond-buying programs to drive down long-term interest rates. The Fed also promised to keep short-term interest rates low for an extended period.

The tactics were meant to make it easier for households to pay off debts, encourage new borrowing and promote risk-taking; officials hoped that would push investment and consumer spending higher.

The next downturn could further expand Fed bondholdings, but with the central bank’s balance sheet already exceeding $4 trillion, there are limits to how much more the Fed can buy.

Mr. Bernanke said he was struck by how central banks in Europe recently pushed short-term interest rates into negative territory, essentially charging banks for depositing cash rather than lending it to businesses and households. The Swiss National Bank, for example, charges commercial banks 0.75% interest for money they park, an incentive to lend it elsewhere.

Economic theory suggests negative rates prompt businesses and households to hoard cash—essentially, stuff it in a mattress. “It does look like rates can go more negative than conventional wisdom has held,” Mr. Bernanke said.

Others, including Sen. Bob Corker (R.,Tenn.), see only the Fed’s limits. “They have, like, zero juice left,” he said.

Many economists believe relief from the next downturn will have to come from fiscal policy makers not the Fed, a daunting prospect given the philosophical divide between the two parties.

Republicans doubt federal spending expands the economy, and they seek to shrink rather than grow government. Democrats, meanwhile, say government austerity hobbles the economy, especially in a downturn.

At issue is how much the U.S. can afford to borrow and spend to goose the economy out of the next recession. The experience of the past recession has set off sharp disagreement among economists.

Federal debt has grown to 74% of national output, from 39% in 2008. To restrain short-term budget deficits, Congress and the White House agreed earlier this decade on a mix of spending cuts and tax increases. In all, total state, local and federal government spending, adjusted for inflation, shrank 3.3% since the recovery began in 2009, compared with an average increase of 23.5% over comparable periods in past postwar expansions.

While federal debt is high by historical norms, the budget deficit has narrowed to around 2.4% of national output. That provides the U.S. with a bit of fiscal breathing room. Even with steady economic growth, however, deficits are projected to surpass 3% by the end of the decade, pushing debt higher still, according to the Congressional Budget Office.

“If there’s another recession, there will be pressure to expand the deficit fairly rapidly to a level that is unprecedented in modern time,” said Stephen King, senior economist at HSBC and author of the report on the global economy’s lack of fiscal lifeboats.

No one knows how much U.S. debt can grow without triggering an increase in inflation and interest rates that would hobble investment and growth. “We don’t have that much experience with countries carrying debt like the level the U.S. has right now,” said Mr. Elmendorf, the budget analyst.

Japan has driven government debt to levels nearly twice its annual economic output, yet its experience doesn’t provide clear guidance. The spending hasn’t spurred significant growth; nor has the debt load driven up government borrowing costs, as economic theory suggests it would.

In a controversial 2010 paper, Harvard University economists Kenneth Rogoff and Carmen Reinhart said nations had slower growth after government debt exceeded 90% of national output.

The paper drove debate over government austerity and was later criticized by researchers at the University of Massachusetts for flaws in methodology and analysis. Mr. Rogoff and Ms. Reinhart said the criticism was overblown.

Economists at Moody’s Analytics say U.S. debt could increase another $5.6 trillion without much danger, enough money to shield against a repeat of the 2007-09 financial crisis with similar financial rescue spending.

International Monetary Fund economists warn against undercutting growth by imposing austerity programs when a debt crisis isn’t imminent.

Mr. Elmendorf sees two potential misjudgments for the U.S. over the relationship between growth and debt. The first, he said, would be to assume that higher debt levels eliminate short-term fiscal policy tools in a recession. The second would be to see no need to reduce government debt in the long run.

Even if it were clear that the U.S. could afford to boost spending or cut taxes, partisan disagreements over Mr. Obama’s 2009 stimulus spending stand in the way of a consensus on the benefits of fiscal policy in a downturn.

The $787 billion spending package “was so badly designed it probably gave fiscal policy a bad name,” said Martin Feldstein, a Harvard University professor and former economic adviser to President Ronald Reagan who had earlier supported a large stimulus to address the financial crisis.

“Any objective observer would look at the $1 trillion-plus in stimulus money and say that has not been effective in having the economy grow in a way that is lasting,” said Rep. Tom Price, the Georgia Republican who chairs the House Budget Committee.

The White House disputes the criticism, noting the U.S. economic recovery has been stronger than in developed nations that rejected fiscal stimulus.

And predictions that rising debt levels would lead to higher inflation and soaring interest rates have so far been wrong. Even though debt as a share of GDP is nearly double where it was before the financial crisis struck, interest rates have remained low.

“It feels like we have a lot more fiscal space than you would have thought 10 years ago,” said Mr. Furman, the White House economic adviser.

A related lesson of the recent recovery, Mr. Furman said: If governments borrow for a good reason, such as infrastructure spending to boost employment during downturns, “it doesn’t appear as if the markets would penalize us.”

Mr. Furman has been trying to steer policies at the White House to prepare for the next downturn. There are signs the next recession will be more difficult to manage, he said, because of sharp cuts to state and local governments, budgets that in previous downturns had acted as a buffer.

Automatic programs
At the federal level, the White House has focused on expanding programs that automatically ramp up when the economy stumbles and fade away during economic recovery.

In this year’s budget proposal, for example, the Obama administration proposed replacing the unemployment benefit system, which in past downturns wasn’t expanded by Congress until well after a recession had begun. The idea is to automatically boost the amount of insurance available to unemployed workers when state unemployment rates reach certain thresholds.

Opponents cite high costs—officials said the overhaul would cost $50 billion over 10 years—and point to research suggesting that expanded unemployment insurance can deter men and women from re-entering the workforce.

Compromise has been elusive. After Republicans won control of the House in 2010, the White House sought, unsuccessfully, a deal to raise revenues and curb long-run growth in spending, in exchange for a short-run stimulus.

The next downturn could return the two sides to the bargaining table. But lawmakers will have less room to maneuver “because the entitlement side hasn’t been addressed,” Mr. Corker said. “We haven’t dealt with even the most basic elements.”

Mr. Feldstein and Robert Rubin, the former Treasury Secretary under President Bill Clinton, are calling for so-called revenue neutral incentive policies, such as tax credits for business investment that offset government costs by raising corporate taxes elsewhere.

The challenge is that these policies “sound simple, but politically, it is really hard,” said Glenn Hubbard, the dean of the Columbia Business School who advised President George W. Bush through the 2001 recession. “We have very little cushion for whoever the next president is and the next congressional leaders if they had to deal, gosh, with anything.”


Write to Jon Hilsenrath at jon.hilsenrath@wsj.com and Nick Timiraos at nick.timiraos@wsj.com

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

OVOODOCORVO dedica o dia ao tema da possível formação da tempestade perfeita que se adivinha no horizonte financeiro da China e respectivas consequências Globais . OVOODOCORVO


Eight reasons why China’s currency crisis matters to us all


Eight reasons why China’s currency crisis matters to us all
The Chinese leadership’s devaluation of the yuan delivered a temporary shock to financial markets, but its longer-term effects may be felt around the globe

Heather Stewart, Observer economics editor

After China unexpectedly devalued its currency last week, one City economist shrugged despairingly and said: “It’s August.” While it’s meant to be a time for heading for the beach or kicking back in the sunshine with the kids, August has often witnessed the first cracks that presaged what later became profound shifts in the tectonic plates of the global economy — from the Russian debt default in 1998, to what Northern Rock boss Adam Applegarth called “the day the world changed,” when the first ripples of the credit crunch were felt in 2007; to August 2011, when ratings agency Standard and Poor’s sent shockwaves through financial markets by stripping America of its triple-AAA credit rating.

Taking the long view, last week’s devaluation by China, which left the yuan about 3% weaker against the dollar, was relatively modest — sterling had lost 16% of its value in 1967 when Harold Wilson sought to reassure the British public about the “pound in your pocket”.

But China’s decision represented the largest yuan depreciation for 20 years; and the ripples may yet be felt thousands of miles away. So what difference will it make to the rest of the world?

1. It could be serious
China’s devaluation may be best seen as a distress signal from Beijing policymakers – in which case the world’s second-largest economy may be far weaker than the 7% a year growth that official figures suggests. China has been trying to engineer a shift from export-led growth to an expansion based on consumer spending – while simultaneously trying to deflate a property bubble. Last week’s move, which loosened the yuan’s link to the value of the dollar, suggested some policymakers may be losing patience with that strategy, and reaching for the familiar prop of a cheap currency. Nobel prize-winning economist Paul Krugman described the decision as “the first bite of the cherry,” suggesting more could follow, and in a reference to Chinese premier Xi Jinping, warned that such a modest move gave the impression that, “when it comes to economic policy Xi-who-must-be-obeyed has no idea what he’s doing”.

If its economy really is much weaker than Beijing has let on, it would be alarming for any company hoping to export to China — something firms in Britain have been encouraged to do in recent years, to lessen reliance on the stodgy European economies. China was the sixth-largest destination for British exports last year. China will remain a vast market; but it may not be quite such a one-way bet as some analysts have suggested. And when it comes to the challenges facing Chinese policymakers, Russell Jones, of consultancy Llewellyn Consulting says: “The potential for getting this wrong is quite high.”

2. A less costly Christmas
China has been trying to shift from being a vast factory producing cut-price consumer goods for the rest of the world. Yet glance at the label on almost any T-shirt or toy – let alone consumer gadget – and it’s still likely to read “Made in China”. A country’s currency is not the only determinant of how much its goods will cost when they reach the high street: Chinese wages have been rising, making its products less competitive, and the price of raw materials and shipping is also important. However, the devalued yuan will force China’s Asian rivals, such as Indonesia and South Korea, to compete even harder in response; and the result may be a few pence off the price of Chinese-made Christmas presents. Martin Beck, of consultancy Oxford Economics, says, “Almost 9% of the UK’s goods imports come from China, a share that has doubled over the last decade.” So there will be a direct disinflationary effect from cheaper imports.



3. Cheaper petrol at the pump
China’s apparently insatiable demand for natural resources has been a key factors supporting the price of oil in recent years. So fears that China’s economy is in trouble tend to undermine oil prices – and that probably means cheaper petrol in Britain. Of course, there are other factors, including strong oil production in the US; but global oil prices resumed their decline last week following China’s move, dipping back below $50 a barrel. In coming months, weak Chinese demand could force down the cost of many commodities, from oil to iron ore.

4. Delayed rate rises
Central bankers in the US and the UK have been issuing warnings for months that, with growth strengthening, they are preparing to start pushing up interest rates – reversing the emergency cuts made in the global credit crunch. Mark Carney, the Bank of England governor, has suggested “the turn of the year” might be the moment to consider tightening monetary policy (ie raising rates); Janet Yellen at the US Federal Reserve has signalled that an increase could come as early as September. However, if the cheaper yuan cuts the price of imports, this will undermine inflation, which is already at zero in the UK; and could delay a rate rise. A renewed bout of market turbulence as global investors assess the implications of China’s decision could have the same effect.

5. Deflation, deflation, deflation
In the short term, lower-than-expected borrowing costs will benefit indebted consumers in the west – including Britain’s mortgage-holders. But some analysts believe China’s decision is the latest evidence of a deep-seated lack of demand in the global economy, which will unleash deflation. Brief periods of falling prices – particularly if concentrated among one or two commodities – can be good news; but economists fret about periods of persistently falling prices, which can undermine spending and investment and feed through to wages, as consumers and businesses delay spending, expecting goods to be even cheaper in future. And if a fresh downturn does come, central bankers have little ammunition left to tackle it, since interest rates in the US, the UK and Europe are already on the floor. Economist Ann Pettifor, of thinktank Prime, who foreshadowed the credit crunch in her 2006 book, The Coming First World Debt Crisis, believes the developed economies face some of the challenges felt by Japan during its “lost decade”, when it suffered both deflation and weak demand – but unlike Japan, many developed economies, not least the UK, would enter any new crisis under a heavy burden of borrowing. “It’s the pressure of debt on consumers, corporates, municipalities,” Pettifor says, raising the spectre of the kind of debt trap identified by the US economist Irving Fisher in the wake of the Great Depression. Not everyone is so pessimistic, and Carney has shrugged off the idea that deflation is a threat in the UK; but as Neil Mellor, of BNY Mellon, put it in a research note on Friday, “as we watch and wait, the market will be anxiously aware that a sustained depreciation could have ramifications across the globe by shifting the inflation dynamic at a most inopportune time.”

Australia’s economic buoyancy has depended to some extent on its sales of natural resources to Asian neighbours such as China. Facebook Twitter Pinterest
Australia’s economic buoyancy has depended to some extent on its sales of natural resources to Asian neighbours such as China. Photograph: Ian Waldie/Getty Images

6. Tough times for Oz
Australia has experienced an impressive economic boom in recent years on the back of selling natural resources, including coal and iron ore, to its Asian neighbours, and China accounts for more than a quarter of its exports. So weakness in the Chinese economy is bad news for Australia. Research by consultancy Oxford Economics last week, which modelled the impact of a 10% Chinese devaluation, accompanied by a sharp slowdown, suggested other hard-hit countries could include Brazil, Russia, Chile and Korea.

7. Even more pain for Greece
If the Chinese devaluation does bring what one City analyst, Albert Edwards, last week called a “tidal wave of deflation” to the global economy, the most vulnerable countries will be those that are heavily in debt – because while wages and profits fall in a deflationary period, the value of debts remains fixed, making them harder to service (to pay interest on). And economies where consumer demand and confidence is already weak tend to be hit harder by the reduced spending that deflation can bring. As economists at consultancy Fathom said last week, “peripheral European economies”, not least crisis-hit Greece, fit that definition. Greece is already suffering deflation after repeated cuts in wages and benefits as the government tries to balance the books, and if it worsens, that will only make its gargantuan debts – worth more than 170% of the size of the economy – harder to service.

8. Currency wars
Beijing’s move was ostensibly offered as part of measures to open up its financial system, and allow foreign exchange markets more say over the value of the yuan – something America has long demanded as evidence that China is genuinely open to financial reform. The International Monetary Fund described the move as welcome. But the devaluation was nevertheless greeted angrily in Washington. New York senator Chuck Schumer said: “For years, China has rigged the rules and played games with its currency, leaving American workers out to dry. Rather than changing their ways, the Chinese government seems to be doubling down.” Republican senator and former US trade representative Rob Portman accused China of trying to gain an unfair trade advantage over America though “currency manipulation” – just as the US is negotiating an important trade agreement, the Trans-Pacific Partnership, with a number of China’s rivals, including Japan.


If Beijing allows the yuan to decline further in coming months, it could increase trade tensions, or even a “currency war”, in which the world’s big trading blocs face off in a beggar-thy-neighbour battle to seize the largest possible share of global consumer demand. For now, a 4% devaluation in the yuan is more of a hairline crack in the world economic order than a seismic shift; but policymakers will be weighing up its consequences long after they return from their summer break.

Bungling Beijing’s Stock Markets / China Bites The Cherry / Paul Krugman


Bungling Beijing’s Stock Markets
Paul Krugman

China is ruled by a party that calls itself Communist, but its economic reality is one of rapacious crony capitalism. And everyone has been assuming that the nation’s leaders are in on the joke, that they know better than to take their occasional socialist rhetoric seriously.

Yet their zigzagging policies over the past few months have been worrying. Is it possible that after all these years Beijing still doesn’t get how this “markets” thing works?

The background: China’s economy is wildly unbalanced, with a very low share of gross domestic product devoted to consumption and a very high share devoted to investment. This was sustainable while the country was able to maintain extremely rapid growth; but growth is, inevitably, slowing as China runs out of surplus labor. As a result, returns on investment are dropping fast.

The solution is to invest less and consume more. But getting there will take reforms that distribute the fruits of growth more widely and provide families with greater security. And while China has taken some steps in that direction, there’s still a long way to go.

Meanwhile, the problem is how to sustain spending during the transition. And that’s where things have gotten weird.

At first, the Chinese government supported the economy in part through infrastructure spending, which is the standard remedy for economic weakness. But it also did so by funneling cheap credit to state-owned enterprises. The result was a run-up in these enterprises’ debt, which by last year was high enough to raise worries about financial stability.

Next, China adopted an official policy of boosting stock prices, combining a stock-buying propaganda campaign with relaxed margin requirements, making it easier to buy stocks with borrowed money. The goal may have been to help out those state-owned enterprises, which could pay down debt by selling stock. But the consequence was an obvious bubble, which began deflating earlier this year.

The response of the Chinese authorities was remarkable: They pulled out all the stops to support the market — suspending trading in many stocks, banning short-selling, pushing large investors to buy, and instructing graduating economics students to chant “Revive A-shares, benefit the people.”

All of this has stabilized the market for the time being. But it is at the cost of tying China’s credibility to its ability to keep stock prices from ever falling. And the Chinese economy still needs more support.

So this week China decided to let the value of its currency decline, which made some sense: While the renminbi was clearly undervalued five years ago, it’s significantly overvalued now. But Chinese authorities seem to have imagined that they could control the renminbi’s descent, taking it a couple of percent at a time.

They appear to have been taken completely by surprise by the market’s predictable reaction; namely, the initial devaluation of the renminbi was “the first bite of the cherry,” a sign of much bigger declines to come. Investors began fleeing China, and policy makers abruptly pivoted from promoting currency devaluation to an all-out effort to support the renminbi’s value.

The common theme in these wild policy swings is that China’s leadership keeps imagining that it can order markets around, telling them what prices to reach. And that’s not how things work.

I’m not saying governments should never interfere with markets, or even set limits on prices. There is, as I’ve written in the past, a strong case for raising the minimum wage and in general for promoting higher wages for American workers; there’s an even stronger case for effective financial regulation.

There’s even a case for occasional intervention to prop up asset prices. Three years ago, the European Central Bank’s promise to do “whatever it takes” to safeguard the euro — generally interpreted as a promise that it would buy government bonds if necessary — worked wonders. Back in 1998 the Hong Kong Monetary Authority purchased large amounts of stock to beat back a hedge fund attack on its currency, and scored a notable success.

But these were short-lived actions, taken at times when markets seemed to have lost their bearings. Staffers at the Federal Reserve used to call these moves “slap in the face” interventions. That’s very different from the kind of sustained intervention and political dictation of prices China seems to imagine it can pull off. Do the country’s leaders really not understand why that won’t work?

If they really don’t, that’s a big concern. China is an economic superpower — not quite as super as the United States or the European Union, yet, but big enough to matter a lot. And it’s facing tough times. So if its leadership is really as clueless as it has been looking lately, that bodes ill, not just for China, but for the world as a whole.


China Bites The Cherry
Paul Krugman

Are you staring to have the feeling that when it comes to economic policy Xi-who-must-be-obeyed has no idea what he’s doing?

China’s decision to devalue the renminbi had some economic logic behind it. As David Beckworth rightly points out, it’s not just about gaining a competitive advantage. China clearly has a weakening economy, whatever the official numbers may say, and would like to use monetary stimulus. But monetary autonomy and a fixed exchange rate don’t go well together; China’s capital controls give it some leeway, but it is nonetheless suffering from a lot of capital flight — and it wants to liberalize the capital account in pursuit of reserve-currency status. (A foolish goal, but that’s a subject for another day.)

So it would make sense on purely economic grounds for China to move to a free float, and gain the freedom to use monetary policy that, say, Japan has.

But it’s important to understand how that works. When Japan loosens money, it creates an incentive to move funds abroad, causing the yen to fall. This process only stops once the yen has fallen enough that investors consider it undervalued, and are willing to buy Japanese securities in the expectation of a future yen rise. Exchange rate overshooting is an essential part of the story.

China, however, did not let the renminbi float, nor did it devalue by enough to persuade investors that any future move was likely to be up. Instead, it only devalued a little.

This is what Charlie Kindleberger used to call “taking the first bite of the cherry”. (Nobody takes just one bite out of a cherry.) China has now demonstrated that its currency peg is no longer solid; but it has come nowhere near to devaluing enough to create expectations of future appreciation. This is a recipe for convincing investors that the future direction of the currency is down — which means that capital flight will accelerate (and apparently already has.)

Now what? China could just let the renminbi float; given the current state of the Chinese economy, that would surely mean a large depreciation. But this would greatly increase trade tensions and pose problems for foreign policy. Maybe that’s a tradeoff worth accepting, but nothing in events so far suggests that China’s leadership was prepared to take that step. Instead, they went for a small move that was sufficient to destabilize expectations while producing trivial benefits.


A reminder, then, of the lack of wisdom with which the world is governed.

Doomsday clock for global market crash strikes one minute to midnight as central banks lose control


Doomsday clock for global market crash strikes one minute to midnight as central banks lose control

China currency devaluation signals endgame leaving equity markets free to collapse under the weight of impossible expectations

It is only a matter of time before stock markets collapse under the weight of their lofty expectations and record valuations



When the banking crisis crippled global markets seven years ago, central bankers stepped in as lenders of last resort. Profligate private-sector loans were moved on to the public-sector balance sheet and vast money-printing gave the global economy room to heal.
Time is now rapidly running out. From China to Brazil, the central banks have lost control and at the same time the global economy is grinding to a halt. It is only a matter of time before stock markets collapse under the weight of their lofty expectations and record valuations.
The FTSE 100 has now erased its gains for the year, but there are signs things could get a whole lot worse.

1 - China slowdown
China was the great saviour of the world economy in 2008. The launching of an unprecedented stimulus package sparked an infrastructure investment boom. The voracious demand for commodities to fuel its construction boom dragged along oil- and resource-rich emerging markets.
The Chinese economy has now hit a brick wall. Economic growth has dipped below 7pc for the first time in a quarter of a century, according to official data. That probably means the real economy is far weaker.

The People’s Bank of China has pursued several measures to boost the flagging economy. The rate of borrowing has been slashed during the past 12 months from 6pc to 4.85pc. Opting to devalue the currency was a last resort and signalled the great era of Chinese growth is rapidly approaching its endgame.
Data for exports showed an 8.9pc slump in July from the same period a year before. Analysts expected exports to fall only 0.3pc, so this was a huge miss.
The Chinese housing market is also in a perilous state. House prices have fallen sharply after decades of steady growth. For the millions who stored their wealth in property, it makes for unsettling times.

2 - Commodity collapse
The China slowdown has sent shock waves through commodity markets. The Bloomberg Global Commodity index, which tracks the prices of 22 commodity prices, fell to levels last seen at the beginning of this century.

The oil price is the purest barometer of world growth as it is the fuel that drives nearly all industry and production around the globe.
Brent crude, the global benchmark for oil, has begun falling once again after a brief rally earlier in the year. It is now hovering above multi-year lows at about $50 per barrel.

Iron ore is an essential raw material needed to feed China’s steel mills, and as such is a good gauge of the construction boom.
The benchmark iron ore price has fallen to $56 per tonne, less than half its $140 per tonne level in January 2014.

3 - Resource sector credit crisis
Billions of dollars in loans were raised on global capital markets to fund new mines and oil exploration that was only ever profitable at previous elevated prices.
With oil and metals prices having collapsed, many of these projects are now loss-making. The loans raised to back the projects are now under water and investors may never see any returns.

Nowhere has this been felt more acutely than shale oil and gas drilling in the US. Tumbling oil prices have squeezed the finances of US drillers. Two of the biggest issuers of junk bonds in the past five years, Chesapeake and California Resources, have seen the value of their bonds tumble as panic grips capital markets.

As more debt needs refinancing in future years, there is a risk the contagion will spread rapidly.

4 - Dominoes begin to fall
The great props to the world economy are now beginning to fall. China is going into reverse. And the emerging markets that consumed so many of our products are crippled by currency devaluation. The famed Brics of Brazil, Russia, India, China and South Africa, to whom the West was supposed to pass on the torch of economic growth, are in varying states of disarray.
The central banks are rapidly losing control. The Chinese stock market has already crashed and disaster was only averted by the government buying billions of shares. Stock markets in Greece are in turmoil as the economy grinds to a halt and the country flirts with ejection from the eurozone.
Earlier this year, investors flocked to the safe-haven currency of the Swiss franc but as a €1.1 trillion quantitative easing programme devalued the euro, the Swiss central bank was forced to abandon its four-year peg to the euro.

5 - Credit markets roll over
As central banks run out of silver bullets then, credit markets are desperately seeking to reprice risk. The London Interbank Offered Rate (Libor), a guide to how worried UK banks are about lending to each other, has been steadily rising during the past 12 months. Part of this process is a healthy return to normal pricing of risk after six years of extraordinary monetary stimulus. However, as the essential transmission systems of lending between banks begin to take the strain, it is quite possible that six years of reliance on central banks for funds has left the credit system unable to cope.

Credit investors are often far better at pricing risk than optimistic equity investors. In the US while the S&P 500 (orange line) continues to soar, the high yield debt market has already begun to fall sharply (white line).

6 - Interest rate shock
Interest rates have been held at emergency lows in the UK and US for around six years. The US is expected to move first, with rates starting to rise from today’s 0pc-0.25pc around the end of the year. Investors have already starting buying dollars in anticipation of a strengthening US currency. UK rate rises are expected to follow shortly after.

7 - Bull market third longest on record
The UK stock market is in its 77th month of a bull market, which began in March 2009. On only two other occasions in history has the market risen for longer. One is in the lead-up to the Great Crash in 1929 and the other before the bursting of the dotcom bubble in the early 2000s.

UK markets have been a beneficiary of the huge balance-sheet expansion in the US. US monetary base, a measure of notes and coins in circulation plus reserves held at the central bank, has more than quadrupled from around $800m to more than $4 trillion since 2008. The stock market has been a direct beneficiary of this money and will struggle now that QE3 has ended.

8 - Overvalued US market

In the US, Professor Robert Shiller’s cyclically adjusted price earnings ratio – or Shiller CAPE – for the S&P 500 stands at 27.2, some 64pc above its historic average of 16.6. On only three occasions since 1882 has it been higher – in 1929, 2000 and 2007.

GORDON CHANG - AUTHOR, "THE COMING COLLAPSE OF CHINA" - CAMBRIDGE HOUSE ...

LOURO PRENSADO É DROGA. Pela criminalização dos falsos traficantes de haxixe / LUÍS PEDRO NUNES


LOURO PRENSADO É DROGA

Pela criminalização dos falsos traficantes de haxixe

LUÍS PEDRO NUNES

A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) ponderou e fez bem. E assim que voltar de férias vai fazer chegar ao Ministério da Administração Interna, ali ao lado, na Praça do Comércio, o pedido para elaboração de enquadramento legal para criminalizar o falso tráfico de droga. Quero já avisar que li muita chalaça sobre este assunto. Aqui será levado a sério. O tema foi introduzido na AML devido a uma petição de cerca de 700 assinaturas, muitas de comerciantes da zona. O tráfico de alegada droga no centro histórico (e em frente ao Ministério da Administração Interna) está incontrolável. Há grupos organizados de falsos traficantes a vender falsa droga. Este não é um falso problema. Espíritos mais conservadores serão capazes de dizer: então agora o Estado tem que se preocupar com burlados da droga? Sim. Tem.

Um pequeno dealer de haxe que se aventure a fazer negócio sério pela Baixa ou arredores terá que ser um tipo com algum sentido de honra. Necessita de investir na compra do produto e depois revender com margem de lucro para voltar a recomprar. Neste tipo de negócio três riscos me ocorrem de imediato: ser roubado, preso, ou fumar ele próprio a mercadoria antes de a colocar no mercado. É assim com estupefação e perplexidade que verá concorrentes a colocar no mercado produto falso e a ter um lucro de 100% e zero risco com a lei, o que, e passo a citar, sendo “louro prensado, que não consubstancia um ilícito criminal”. Mas este ato não é tido como bondoso pelos locais. Pelo contrário. Criou uma nova aliança entre o comércio da Baixa e o dealer honrado para pôr fim ao traficante satisfeito de produto contrafeito.

Aparentemente tudo isto tem ares de fait-divers de verão. Engano, caro leitor. Esta é uma questão que acarreta graves problemas para a imagem da cidade e que a AML corajosamente decidiu enfrentar. Estamos a falar de “grupos organizados” que têm “crescido exponencialmente nos últimos anos” que sabem não estar a cometer nenhum ilícito. Pelo que abordam de forma ostensiva qualquer pessoa na rua para oferecer droga. Se fizer um passeio na Baixa com ar de “camone” será suavemente placado uma dezena de vezes por estes pretensos dealers. Isto levanta dois problemas de imagem para a cidade. Para os que não querem comprar estupefacientes que, assim, ficam com a ideia que isto é uma terra sem lei e insegura largada aos traficantes que vendem droga frente à autoridade fardada. E aos que compram e são enganados. Nos dois casos temos uma questão reputacional. Lisboa vem descrita como cidade charro-friendly, de droga barata e, efetivamente, a vontade é de ir fazer queixa ao polícia junto da qual se comprou o louro prensado. Como é possível permitir que fulanos com ar chunga de dealer rascoso façam negócio numa zona turística, nas barbas da polícia, e o que vendem seja Knorr? Onde fazer queixa? Há posto de turismo com livro de reclamação? Porque é que no hostel não avisaram? Há uma app para dar um rating negativo? Como posso recomendar esta cidade a uns amigos que gostam de fumar umas brocas?

Os comerciantes e habitantes estão saturados. Os comerciantes, porque dada a impunidade têm grupos de “mitras” à frente das portas do seu negócio a abordar turistas com ar de quem está a vender algo ilícito. Os habitantes, pela mesma razão e pela falta de memória visual dos falsos traficantes, pois são capazes de lhes tentar impingir o tal louro prensado várias vezes no mesmo dia. E fica uma sensação de irritação muito grande. Tudo isto se passa a 50 metros de um polícia que vê, fingindo que não vê, pois sabe que não pode fazer nada.

Quando há dias saiu a notícia de que a Câmara queria criminalizar o falso tráfico a galhofa foi grande. Mas não há razões para isso. Imagine pois que é à sua porta. Os autarcas pensaram... pensaram... e o presidente de Junta de Freguesia de Santa Maria Maior teve, quanto a mim, a melhor ideia: atacá-los como “vendedores ambulantes não licenciados”. Não é prisão mas permite fazer uma pressão.

Esta pode ser uma ideia brilhante. E, a ser colocada em prática, poderá até resolver o problema. Ao retirar a questão da venda de falsa droga para mera venda de louro prensado necessita de licenciamento — sujeito a coimas — pode ser chamada a ASAE. E a ASAE dos bons velhos tempos não é a polícia municipal. Há que lembrar que esta autoridade foi capaz de eliminar as colheres de pau das cozinhas dos restaurantes com a presença de agentes de capacete, máscara, colete antibala e outra parafernália de força de segurança máxima tipo SWAT, GOE, força especial. Neste ponto, o que será determinante é ter uma base legal que permita, tal como acontece com as infrações ao código da estrada, exigir o pagamento da coima no momento. E que a venda de louro prensado e Knorr (ou seus derivados, já sabemos como esta malandragem é, que vai logo buscar coentros secos ou caldos Maggi) seja pesada.

Com isto haverá espaço livre para os traficantes de haxe dignos desse nome poderem fazer o seu trabalho que raramente passa por abordar tão ostensivamente o turista de passeio. As ruas e praças deixam de ter aquele aspeto de gueto em que de 5 em 5 minutos um bacano vem sussurrar com o canto da boca qualquer coisa como “axexexexexe?”. E, quem sabe, ainda poderemos ver um polícia num Segway a fazer uma perseguição a um dealer, sem ficar parado como agora, com aquele capacete tipo penico na cabeça e cara de autoridade sem poder, em cima de um brinquedo: “É um falso criminoso. Não tenho legitimidade para proceder.”

Jornal Expresso SEMANÁRIO#2233 | 15AGO,2015



Jeremy Corbyn: um “Podemos” na Inglaterra? / JORGE ALMEIDA FERNANDES


Jeremy Corbyn: um “Podemos” na Inglaterra?
JORGE ALMEIDA FERNANDES 16/08/2015 -PÚBLICO

1. Faltava a Inglaterra, a mais inesperada paragem para títulos como “O Podemos britânico voa nas sondagens do Labour”. Trata-se da batalha pela liderança do Partido Trabalhista. O “Podemos” ou o “Syriza” ingleses são a arma de campanha de Jeremy Corbyn, 66 anos, um veterano que propõe um regresso ao socialismo dos anos 1980. Tem o apoio dos grandes sindicatos. Não é um Pablo Iglesias nem um Alexis Tsipras, de quem é amigo. Mas o seu discurso “anacrónico” incendiou os jovens trabalhistas.

O que estes jovens apreciam em Corbyn não é o carisma, que ele não tem, mas a “autenticidade” e a recusa de adaptar os seus princípios de sempre às exigências das vitórias eleitorais. O jornalista John Carlin chama-lhe “O Quixote inglês”. Corbyn responde “ao anseio de muitos, especialmente jovens, se identificarem com uma causa que julgam autêntica, justa e nobre”, escreveu no El País.

Jonathan Freedland, no Guardian, analisa a febre dos jovens trabalhistas. Há um dado surpreendente e que é a chave do sucesso de Corbyn: apenas 10% dos seus apoiantes consideram importante que o líder do partido ‘compreenda o que é necessário para vencer uma eleição’” — os apoiantes dos outros três concorrentes dizem o contrário.

Querem o partido e não querem o poder? Explica Freedland: “Escolher um líder do partido nada tem a ver com a construção de uma maioria governamental, com a conquista do poder ou até com uma mudança na sociedade. O que está em causa é a identidade. Serem verdadeiros consigo mesmos.” Os fracassos trabalhistas de há 30 anos são para eles uma história longínqua. “Olham a paisagem de hoje, o Partido Nacional Escocês, o Syriza ou o Podemos e pensam: por que não? (...) Absorveram a lição de que talvez o poder não seja essencial se tudo a que leva são privatizações, Iraque ou uma City mais voraz.”

A actual geração dirigente foi marcada pelos desastres do Labour na era Thatcher, escreve Andrew Rawnsley no Observer. “A jovem geração foi marcada pela experiência do New Labour e pelo fracasso de Miliband em desalojar os tories. (...) Muitos membros do partido parecem estar a retirar-se para uma política de protesto em vez de visar o poder.” O que enfurece os dirigentes trabalhistas: “O Labour quer simplesmente denunciar os tories ou está interessado em os bater? Está-se nas tintas em ser competitivo nas próximas eleições?”

2. Passemos a Corbyn. Partindo quase do zero e apenas aspirando ser a voz da antiga esquerda, teve uma ascensão fulminante e lançou o pânico no establishment trabalhista. A sua vitória teria um impacto devastador na paisagem política britânica, já desestabilizada à direita pelo UKIP, de Nigel Farage. O Labour deixaria de ser um partido de governo para se tornar num movimento de protesto parlamentar e extra-parlamentar.

Alguns prevêem uma cisão.

A sondagem (YouGov) de terça-feira dava a Corbyn 53% das intenções de voto, largamente maioritário entre militantes, sindicalistas e registados para votar (mediante três libras e uma declaração de apoio ao partido). Em Maio, o Labour tinha 200 mil militantes; desde então inscreveram-se mais 79 mil pessoas e registaram-se para votar 145 mil. Prudência: a votação só acaba a 10 de Setembro e até lá os “estados de espírito” podem mudar. Serão três semanas de batalha sem quartel.

A imprensa internacional foi fascinada por Corbyn, o “socialista à antiga”. Comentadores e políticos britânicos atacam os seus “os anacrónicos valores socialistas”. Promete renacionalizar a grande indústria, os caminhos-de-ferro, o gás e a electricidade, subir os impostos dos ricos, um plano maciço de investimento nas infra-estruturas, a restauração dos direitos perdidos pelos trabalhadores, a gratuidade das universidades e, sobretudo, o aumento da despesa pública e o fim da política de austeridade. Propõe também o cancelamento do nuclear militar britânico e a saída da NATO, tal como a revisão do estatuto britânico na UE. Paul Krugman deu a bêncão ao seu programa económico.

É um anti-americano visceral. Foi admirador de Chávez, apoiou Putin no conflito ucraniano, elogia o Hamas e o Hezbollah. Um dirigente sindical diz que ele é o “melhor antídoto contra o vírus do blairismo.”

Por aqui passa muita retórica. Vêm à memória as eleições de 1983. Depois da derrota de 1979 perante Thatcher, em grande medida provocada pela exasperação perante as sucessivas greves do carvão, o Labour elegeu um venerando líder radical, Michael Foot, que se apresentou às eleições com um programa maximalista. Ao lê-lo, o trabalhista Gerald Kaufman qualificou-o como “a mais longa carta de suicídio da História”. O Labour foi esmagado. Foi um trauma que permitiu a futura ascensão de Tony Blair. Interrogado sobre 1983, respondeu há dias Corbyn: “Que é que há de errado no manifesto de 1983?”

Aos que dizem que as “eleições se ganham ao centro” — coisa que Tsipras, Iglesias ou Marine Le Pen percebem — a sua candidatura responde que os próximos cinco anos com Cameron farão os britânicos mudar de opinião. “Estive na Grécia e estive em Espanha. É interessante ver que os partidos sociais-democratas que aceitaram a austeridade e a praticaram acabaram por perder numerosos membros e apoios”, declarou Corbyn ao Daily Mail.

3. O caso do Labour é uma surpresa mas também o reflexo de uma grande mudança. A crise provocou uma recomposição política, que se traduziu no reforço ideológico dos conservadores, no impasse da social-democracia, no crescimento dos populismos de direita e em fenómenos como o Syriza e o Podemos. Mas também permitiu a ressurreição das “velhas esquerdas” que continuam a pensar o mundo como há 30 ou 40 anos e que, portanto, lhe respondem com velhas receitas que fracassaram. Este é o mundo de Corbyn.

O desafio da social-democracia ou do Labour não se resume às alianças e a ganhar as eleições ao centro. O que ainda não conseguiram dizer é o que será uma “resposta de esquerda”.

Explodiu a globalização, que, ao lado das mudanças tecnológicas, reduziu e fragmentou a classe operária. Desfez-se a coligação histórica entre a classe operária e as novas classes médias de empregados assalariados, em que a antiga social-democracia assentava. Como governar? O envelhecimento da população e a extensão das prestações sociais exigem impostos mais altos. Uma fiscalidade excessiva ameaça a competitividade. E o recurso ao endividamento deixa os governos à mercê dos mercados financeiros.

Grande parte da esquerda tem tendência a negar a realidade. “A esquerda europeia necessita de um pensamento radical para enfrentar o futuro (...) e esse pensamento político radical tem de ser trazido para o âmbito do centro-esquerda”, escreve o jornalista britânico John Lloyd.


Mais do que Corbyn, importam o Labour e os seus jovens. Não têm um novo horizonte político. Recuam da política para o moralismo. Fica uma interrogação inquietante: que se seguirá a uma previsível decepção, ganhe ou perca Corbyn a liderança do partido?