ALGARVE
SNS volta a requisitar hospitais privados para internar
doentes
Jovens ingleses são os mais atingidos pelas infecções em
Albufeira. O presidente da Câmara não prevê “um Verão muito agradável”.
Idálio Revez
22 de Junho de
2021, 19:12
Em Albufeira registaram-se esta segunda-feira oito jovens
infectados, seis dos quais são ingleses e dois portugueses
A ponte dos
feriados do 10 de Junho e dos Santos Populares pode servir para justificar o
aumento de casos covid-19 no Algarve, mas a abertura do corredor aéreo ao
mercado britânico também terá a sua quota-parte no agravamento da situação
pandémica na região. O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) voltou
a requisitar unidades privadas de saúde para enfrentar uma eventual quarta vaga
de infecções.
“Estamos
preparados, como estivemos, no pico da pandemia”, disse ao PÚBLICO o
administrador do CHUA, Paulo Neves, adiantando que a meio da semana passada foi
reaberto a Hospital de Stª Maria (grupo Lusíadas Saúde), em Faro, para
internamento de doentes não-covid. O mesmo sucedeu há cerca de duas semanas com
o Hospital São Gonçalo (Hospitais Particulares do Algarve-HPA), em Lagos, cujo
1.º piso está reservado para doentes do CHUA.
Os hospitais de
Faro e Portimão, sob administração do CHUA, na fase mais aguda da doença,
chegaram a internar 273 doentes no passado dia 5 de Fevereiro. Os dois
hospitais dispõem de uma capacidade de mil camas para internamentos. A variante
Delta, disse o presidente da Câmara de Albufeira, José Carlos Rolo, pode vir a
comprometer a próxima época balnear: “Não prevejo um Verão muito agradável”,
disse.
Neste concelho
turístico, adiantou, registaram-se esta segunda-feira oito jovens infectados,
seis dos quais são ingleses e dois portugueses. Na ponte do 10 de Junho e
Santos Populares, estima o autarca, o número de turistas deve ter duplicado a
população de residentes permanentes, que é de 42 mil pessoas. Os números são
justificados pelo aumento do volume de lixo recolhido.
A directora
regional de saúde pública, Ana Cristina Guerreiro, por seu lado, na passava
sexta-feira, confirmou o avanço da doença na região, nomeadamente entre os
elementos da comunidade estrangeira. Dos 456 casos de infecção registados nos
últimos 15 dias, afirmou, 34% são de nacionalidade estrangeira, residentes e
turistas.
“Se queremos ter
turismo, temos de acelerar a vacinação”, defende o autarca, admitindo estar
“preocupando” com um eventual corte das liberdades individuais imposto a
residentes e turistas, já a partir da próxima resolução do conselho de
ministros. O concelho de Albufeira já conta mais 300 casos de infecção por 100
mil habitantes.
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