COVID-19
Pandemia em Portugal ainda vai piorar, diz Marta Temido
28 jun, 2021 -
20:28 • Filipe d'Avillez
A ministra da Saúde disse em entrevista, esta
segunda-feira, que se espera uma generalização do predomínio da variante Delta.
Marta Temido diz que a situação em Portugal vai piorar
antes de melhorar.
Em entrevista à
SIC, a ministra diz que o predomínio da variante Delta vai generalizar-se.
“Neste momento
antecipa-se ainda uma fase de crescimento da pandemia em Portugal, que terá uma
generalização do predomínio desta variante Delta”, disse Marta Temido.
"Há quem
diga que nós nunca deixámos de estar na primeira vaga. O que é facto é que
tivemos várias ondas e estamos agora numa quarta onda", salientou.
Aludindo aos
casos de covid-19 no período mais recente, a ministra afirmou que já não há a
"sensação de esmagamento" que existia em situações anteriores, em que
se sabia que os mais idosos com covid-19 tinham maior probabilidade de
desenvolver doença grave e fatal.
"Agora há
outra preocupação, porque também há casos graves e fatais, que são jovens, e é
igualmente penoso", mas a pressão sobre o sistema de saúde é neste momento
"ligeiramente diferente", disse Marta Temido, advertindo, contudo,
que se o número elevado de novos casos se mantiver, alguns hospitais poderão
vir a ter as mesmas necessidades que tiveram.
Vacina pode
passar a fazer parte do programa
Questionada numa
entrevista conduzida por Júlia Pinheiro no programa da SIC "Júlia"
sobre se Portugal vai ter "um plano nacional de vacinas para todos"
em que a vacina contra a Covid-19 vai estar incluída como acontece com a vacina
do sarampo e outras, Marta Temido afirmou que "não havendo certezas é
muito provável".
"O progresso
da ciência colocou-nos neste momento a vacina como uma oportunidade que temos
para nos proteger", salientou.
Relativamente às
decisões tomadas para travar a pandemia, a ministra afirmou que, apesar de
haver algumas em que se acredita mais do que noutras, sempre concordou com
todas.
"Não somos
neutros relativamente a todas as decisões que corporizamos (...) mas eu posso
dizer, com tranquilidade, que todas as decisões tomadas até agora pelo Governo
são decisões com as quais eu estive solidária, nas quais eu acreditei",
vincou. .
No entanto,
considerou que se pudessem ser reescritas algumas decisões, provavelmente
seriam desenhadas e comunicadas de outra maneira, apontado o que aconteceu com
o Natal e as celebrações desportivas.
"Numa
perspetiva estritamente securitária era tudo relativamente simples, dizia-se:
fecha tudo, mas essa não é a postura em saúde pública, que é uma das áreas que
melhor entende que é preciso construir equilíbrios entre a saúde física, a
saúde mental, psicológica e a economia", acrescentou.
Marta Temido
reconheceu também ser "muito difícil" comunicar em contexto de
pandemia", explicar, por exemplo, o interesse que têm medidas como fechar
os restaurantes às três da tarde ou a proibição de circular entre concelho.
"Não é nada
fácil comunicar neste contexto, nestas zonas de sombra e sempre que a pressão
alivia torna-se mais difícil ainda comunicar as escolhas, porque é mais difícil
manter um fio condutor único", referiu.
À pergunta se já
pensou alguma vez desistir do cargo de ministra da Saúde, Marta Temido afirmou
que não.
Portugal tem
vindo a assistir a um crescimento sustentado de casos positivos de Covid ao
longo das últimas semanas.
Depois do Reino
Unido, no final da semana passada foi a Alemanha a colocar Portugal na lista de
países de risco e são já vários os concelhos que registam números de casos
positivos por 100 mil habitantes que os colocam em posição de alto risco,
regredindo no desconfinamento.
A culpa é, entre
outros fatores, da variante Delta da Covid-19 que é mais contagiosa que as
restantes e que se tem generalizado em Portugal.
[Notícia atualizada às 21h30]
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