Grupo de
cidadãos pede à Câmara de Lisboa para acabar com as marquises
Fevereiro
10, 2017
O grupo
cívico Vizinhos do Areeiro está a propor à Câmara Municipal de Lisboa (CML) a
escolha da freguesia como território para a aplicação de um projecto-piloto
visando acabar com as marquises. O mesmo, a ser aceite, passaria pela aplicação
de um plano de sensibilização dos senhorios, mas também de financiamento da
desmontagem das estruturas ilegais.
Em Lisboa,
como no resto do país, existe um número não quantificado de apartamentos cujas
varadas foram, à margem dos regulamentos urbanísticos, convertidas em
marquises. A proposta do colectivo de residentes passa por estabelecer uma
ponte de diálogo com os donos das casas, encontrando uma alternativa à punição
legal por violação do projecto de arquitectura original.
O primeiro passo, de acordo com a proposta,
seria o “levantamento de todas as marquises e varandas fechadas que colidam com
o projecto autorizado”. Fase a que se seguiria o contacto com os proprietários
das marquises, alertando-os para a questão, ao mesmo tempo que se lhes indicam
alternativas para os seus problemas de isolamento térmico e sonoro. O terceiro
passo seria “criar, com os proprietários, um plano de remoção de marquises”
Marquises, caixotes de ar
condicionado e outras excrescências
ANTÓNIO SÉRGIO ROSA DE CARVALHO 6 de Setembro de 2009
O tema das marquises
e da forma como estas excrescências têm invadido, como verrugas, a pele dos
nossos edifícios, tem sido motivo de desespero para todos aqueles preocupados
com o património de Lisboa.Com efeito, a varanda, espaço-plataforma que devia
garantir o nosso contacto natural com os elementos; que devia ser terraço,
jardim suspenso, espaço de lazer e transição térmica natural num clima com as
nossas caracteristicas, foi transformada através da marquise, irracionalmente,
em estufa asfixiante e excrescência desfiguradora.
O desespero
vem do sentimento que este fenómeno, tão terceiro-mundista, parece constituir
uma fatalidade irreversivel e incontrolável, tal como os carros em cima dos
passeios ou os "cachos" de caixotes de ar condicionado que invadiram
tudo quanto é fachada.
Tomámos
conhecimento através do PÚBLICO, que alguém tomou a iniciativa louvável de
desencadear uma campanha sensibilizadora, tendo como objectivo, se não acabar,
pelo menos inverter progressivamente esta calamidade. Este texto tem como
objectivo contribuir através de uma proposta concreta, "de facto"
para o sucesso progressivo desta campanha. A única forma efectiva de
desenvolver um exemplo estimulante e pedagógico, capaz de mudar mentalidades e
estabelecer disciplina, é conseguir uma situação de conjunto, onde num conjunto
arquitectónico significativo, a situação seja invertida e o desastre e o
atentado sejam corrigidos.
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