Variante Delta representará 90% de casos na UE até final
de Agosto e mais mortes
Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)
garante que “a vacinação completa proporciona uma protecção quase equivalente
contra a variante Delta”.
Lusa
23 de Junho de
2021, 16:20
A variante Delta
do SARS-CoV-2 representará 90% das novas infecções na Europa até final de
Agosto e um aumento nos internamentos e mortes, estimou esta quarta-feira o
Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), pedindo rápida
vacinação.
“Com base na
estimativa de avanço de transmissão da variante Delta e utilizando previsões de
modelização, prevê-se que 70% das novas infecções do SARS-CoV-2 sejam devidas a
esta variante [Delta] na União Europeia e Espaço Económico Europeu até ao
início de Agosto e 90% das infecções até ao final de Agosto”, informa o ECDC
num relatório esta quarta-feira divulgado.
Apontando que a
mutação detectada na Índia (e designada como Delta) é entre 40% a 60% mais
transmissível do que a variante detectada no Reino Unido, estando também
associada a um maior risco de hospitalizações e mortes, a agência europeia
assinala que “aqueles que receberam apenas a primeira dose - de um processo de
vacinação de duas - estão menos protegidos contra a infecção da variante Delta
do que contra outras variantes, independentemente do tipo de vacina”.
“No entanto, a
vacinação completa proporciona uma protecção quase equivalente contra a
variante Delta”, acrescenta.
Por essa razão, o
centro europeu vinca que “a vacinação completa de todos os grupos com risco
acrescido de covid-19 grave deve ser alcançada o mais cedo possível para
reduzir o risco de hospitalizações e mortes”.
Além disso, e “a
fim de alcançar a máxima protecção no mais curto espaço de tempo possível,
recomenda-se que os indivíduos com maior risco de efeitos graves da SARS-CoV-2
recebam uma segunda dose de vacina no intervalo mais curto possível após a
administração da primeira dose”, aconselha.
E numa altura em
que vários países europeus aplicam ou equacionam relaxar restrições a tempo do
verão, o ECDC projecta que, “num cenário de redução gradual de 50% das medidas
de intervenção não-farmacêuticas até 01 de Setembro, espera-se que a incidência
da SARS-CoV-2 aumente em todos os grupos etários, com a maior incidência
naqueles com menos de 50 anos”.
A agência
europeia estima mesmo que “qualquer relaxamento durante os meses de verão do
rigor das medidas não-farmacêuticas [restrições] que estavam em vigor na União
Europeia e Espaço Económico Europeu no início de Junho poderia levar a um
aumento rápido e significativo dos casos diários em todos os grupos etários,
com um aumento associado dos internamentos e das mortes, atingindo
potencialmente os mesmos níveis do outono de 2020, se não forem tomadas medidas
adicionais”.
Além da
“aceleração da vacinação” para aumentar a cobertura vacinal, o ECDC recomenda
que os Estados-membros da União Europeia apostem num “nível suficiente” de
restrições para conter a transmissão comunitária e melhorem ainda a “detecção
precoce e monitorização das variantes emergentes do SARS-CoV-2”.
“Dada a
predominância futura esperada da variante Delta, o risco aumentou para os
países em todas as situações epidemiológicas. Sem a aplicação continuada de
medidas não-farmacêuticas e sem avanços mais rápidos da vacinação total, podem
ser observados aumentos acentuados de novas infecções, hospitalizações e
mortes”, alerta ainda a instituição.
Dados do ECDC
revelam que, até ao momento, uma média de 57,3% da população adulta europeia já
recebeu pelo menos uma dose da vacina, enquanto 34% dos adultos estão
totalmente inoculados.
Em termos
absolutos, foram já administradas no espaço comunitário cerca de 328 milhões de
doses de vacinas, das 377 milhões de doses recebidas pelas farmacêuticas.
Estão aprovadas
na União Europeia quatro vacinas anticovid-19: a Comirnaty (Pfizer/BioNTech),
Moderna, Vaxzevria (AstraZeneca) e Janssen (Johnson & Johnson).
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