No
mesmo dia, Trump e Putin falaram em reforçar o arsenal nuclear russo
e dos EUA
No
Twitter, Donald Trump afirmou que os EUA precisam de "fortalecer
e expandir a capacidade nuclear". Vladimir Putin defendeu que a
Rússia tem de “reforçar a capacidade de combate das forças
nucleares estratégicas".
CLARA BARATA e
MANUEL LOURO 22 de Dezembro de 2016, 21:12
Vladimir Putin
começou. Afirmou que um objectivo da Rússia para 2017 é “aumentar
a capacidade de combate das forças nucleares estratégicas”.
Donald Trump, o Presidente eleito dos Estados Unidos, rematou, num
tweet sem mais explicações: os EUA “têm de fortalecer e expandir
a sua capacidade nuclear até que o mundo ganhe juízo no que
respeita às armas nucleares”.
Causou estranheza
que Trump e Putin expressassem publicamente o desejo de reforçar os
programas nucleares dos EUA e da Rússia no mesmo dia. O
recém-nomeado porta-voz do Presidente-eleito americano teve de vir
esclarecer que Trump se referia “à ameaça da proliferação
nuclear e à necessidade urgente de a prevenir – em especial de
evitar que organizações terroristas e regimes fora da lei tenham
acesso a estas armas”, relata a Reuters.
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Donald J. Trump ✔
@realDonaldTrump
The United States
must greatly strengthen and expand its nuclear capability until such
time as the world comes to its senses regarding nukes
5:50 PM - 22 Dec
2016
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Não tinha ficado
nada claro se Trump respondia às declarações do Presidente russo,
ou se o tweet tinha a ver com o encontro com uma dezena de generais e
dirigentes do Pentágono responsáveis por compras de defesa, bem
como com directores da Lockheed Martin e da Boeing, para discutir os
planos de modernização do armamento nuclear americano, diz a
Reuters.
Durante a próxima
década, os submarinos, mísseis balísticos e bombardeiros nucleares
– os três ramos da tríade nuclear – americanos vão chegar ao
fim da sua vida útil. A maior parte das armas e equipamentos
nucleares dos EUA tem entre 25 e 62 anos – foram fabricadas durante
os anos da Guerra Fria e da corrida ao armamento que opôs o país à
já desaparecida União Soviética.
Calcula-se que
modernizar o arsenal atómico dos EUA custe cerca de um milhão de
milhões de dólares, ao longo de três décadas – segundo
estimativas independentes, citados pela Reuters.
Quanto a Putin, as
suas declarações, feitas no Ministério da Defesa, surgem num
contexto de crescente confronto com o Ocidente, em que Moscovo não
tem hesitado em puxar da retórica da ameaça nuclear, desde a
anexação da Crimeia e da guerra na Ucrânia. Durante o Verão,
movimentou mísseis Iskander M, que podem ser carregados com ogivas
nucleares, para o enclave russo de Kalininigrado, entre a Polónia e
a Lituânia, na costa do mar Báltico.
No discurso desta
quinta-feira, Putin disse que a Rússia tem de apostar
“principalmente no reforço de complexos de mísseis que
garantidamente penetrem nos actuais e futuros sistemas de defesa
antimíssil”, relata a Associated Press.
Os tratados START,
de redução das armas estratégicas, assinados pela Rússia e pelos
Estados Unidos, não impedem os dois países de modernizar as suas
forças estratégicas.Permitem reduzir arsenais, acabando com as
armas mais antigas, para investir em novas tecnologias.
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