Eléctrico
24 vai estar de volta às ruas de Lisboa e as obras já começaram
Fernando
Medina considerou “um erro” a redução da rede de eléctrico na
cidade e estabelece a sua reconstrução como um objectivo para a
“futura política de mobilidade da cidade”.
MARGARIDA DAVID
CARDOSO 15 de Dezembro de 2016, 19:31 actualizado a 16 de Dezembro às
11:20
O regresso das
antigas linhas de eléctrico que serviam a cidade de Lisboa foi um
das questões mais colocadas pelos munícipes ao presidente da câmara
numa “conversa” em directo do Facebook da autarquia. Em resposta
a um comentário feito na emissão vídeo que Fernando Medina fez
esta quinta-feira, o autarca anunciou que estão em curso os
trabalhos de reactivação do histórico eléctrico 24, que ligava o
Cais do Sodré a Campolide.
Na verdade, as obras
já estão em curso, tanto no Cais do Sodré como na praça do
Campolide, com a instalação de novos carris. “Se forem ver, nós
estamos a instalar de novo a linha do eléctrico para que possamos
instalar o eléctrico 24 a funcionar”, salientou o autarca. Esta é
uma obra que “vai demorar algum tempo”, mas corresponde ao “sonho
de há muitos anos” de trazer o eléctrico 24 de volta às ruas da
capital, afirmou.
Sem adiantar prazos
de conclusão, Medina espera que as obras estejam concluídas o “mais
breve possível”.
O eléctrico 24
esteve em circulação desde Julho de 1905 até Agosto de 1995 quando
a circulação foi suspensa, na altura de forma provisória, por
determinação da câmara por causa da construção de um parque de
estacionamento subterrâneo em Campolide que inviabilizava a
circulação de eléctricos durante as obras. Apesar de vários
avanços e recuos, a linha que ligava o Carmo à Rua de Alfândega
nunca foi restabelecida. Após sucessivos encurtamentos, a partir de
1991, o electrico circulou entre o Carmo e o Alto de São João,
depois encurtado ao Arco do Cego, e prolongado ao Cais do Sodré.
O autarca considerou
um “erro” a redução da rede de eléctrico feita ao longo de
vários anos na cidade, que encara como “uma das consequências da
primazia que se deu ao alargamento das vias para o automóvel”.
Reconhecendo a dificuldade que será reconstruir as linhas de
eléctrico na sua extensão “de forma tão vasta”, Medina
acredita que deve ser algo equacionado na “futura política de
mobilidade da cidade”.
Este ano, uma
proposta para reactivação do eléctrico 24 figurava no Orçamento
Participativo de Lisboa. Orçado em quinhentos mil euros, a proposta
cidadã pedia a reabilitação dos troços em falta, permitindo a
reabertura do eléctrico a curto prazo. A proposta ressalva que esta
linha era a única que ligava "a zona ribeirinha do Cais do
Sodré/São Paulo à ‘Sétima Colina’, trepando a Rua do Alecrim
e da Misericórdia até à Igreja de S. Roque e Jardim de São Pedro
de Alcântara, seguindo depois ao longo de toda a Rua da Escola
Politécnica em direcção ao Rato e às Amoreiras, e que,
paralelamente, desde que a Carris suprimiu a carreira 790 o eixo R.
Alecrim/Misercórdia/Escola Politécnica está reduzido a uma única
carreira (758).”
Notícia actualizada
às 11h20: corrigido percurso do eléctrico 24. O percurso
anteriormente apresentado era referente ao primeiro trajecto, de
1905.
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