Críticos
de Passos recolhem assinaturas para convocar congresso extraordinário
O
congresso teria que acontecer entre Março e Abril, porque depois
disso seria demasiado próximo das eleições autárquicas de 2017.
PÚBLICO 23 de
Dezembro de 2016, 8:58
São mais de 2500 as
assinaturas já recolhidas por críticos de Pedro Passos Coelho para
que seja convocado um congresso extraordinário para o próximo ano.
A possível convocação de um congresso servirá para pôr em causa
o lugar do actual líder do PSD, mas falta avaliar o momento em que
este poderá decorrer. A informação é avançada pelo semanário
Expresso.
O PSD tem descido
nas sondagens e há sinais de falta de mobilização dentro do
partido. Com as eleições internas do PSD marcadas para 2018, um dos
impulsionadores deste movimento de recolha de assinaturas referiu ao
Expresso que a avaliação do projecto do actual líder seria só
feita nesse ano, “mas também pode ser antes” referindo-se ao
congresso extraordinário.
A realização de um
congresso não implica, no entanto, uma mudança imediata de líder
do partido, visto que este é eleito por eleições directas. Este
possível congresso extraordinário acabaria sim por acentuar as
críticas feitas a Passos e dar início a uma disputa pela liderança
do PSD.
Rui Rio é um dos
nomes que se posiconam para fazer frente a Pedro Passos Coelho nas
eleições directas do PSD. O ex-presidente da Câmara do Porto já
se disponibilizou para o cargo e os apoios crescentes que tem ganho
quase que tornam inevitável que assim seja. Rio vem ganhando terreno
com a presença em cada vez mais encontros partidários do PSD.
O limite temporal
para a possível realização deste congresso será em Março ou
Abril de 2017, visto que depois disso a data aproxima-se demasiado
das eleições autárquicas, que se realizam em Setembro ou Outubro.
A queda da
popularidade de Passos e, consequentemente, do partido acabará por
influenciar os próprios candidatos às autarquias. “Por todo o
país há gente que Passos desiludiu, há conflitos das autárquicas
que vão deixar feridas e há a ideia de que ele deu o que tinha a
dar”, diz um crítico citado pelo Expresso.
Esta hipótese de
algum opositor desafiar a posição de Passos Coelho ainda antes das
autárquicas não é certa, mesmo com a recolha de assinatura em
curso. Dirigentes sociais-democratas ouvidos pelo PÚBLICO consideram
"improvável" a realização de um congresso, apesar de
essa hipótese ter sido levantada por Carlos Encarnação, antigo
presidente da Câmara de Coimbra.
Já do lado de Pedro
Passos Coelho, o Expresso avança que na equipa do actual líder a
hipótese de este ceder o seu lugar por iniciativa própria nem
sequer é posta em cima da mesa. A recolha de assinaturas teve, em
grande parte, apoio e mobilização da concelhia de Lisboa, cidade
onde as candidaturas às autárquicas têm dado muito que falar,
sendo que as negociações sobre uma coligação com o CDS para a
capital continuam a perturbar o PSD.
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