domingo, 13 de janeiro de 2019

Afinal em que ficamos ?



Afinal em que ficamos ? Lendo o artigo de MARGARIDA GOMES 3 de Julho de 2009 no Público ( em baixo no comentário ) conclui-se:  “PIANISTA ZANGADA COM AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS /Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa”… (!?)
A Nacionalidade Portuguesa como “arma de arremesso e de chantagem institucional” não constitui, nem nunca constituirá “música afinada” … Existem certos temas que estão ligados a um “oblige” e, certamente, por parte de figuras públicas …
OVOODOCORVO

Maria João Pires: "Nunca reneguei a nacionalidade portuguesa"
De regresso a Belgais e com o projeto do centro de artes reativado, a pianista deu uma entrevista ao Jornal do Fundão em que regressou a 2009, quando o centro fechou, e refletiu sobre o momento atual da sua carreira.

DN
11 Janeiro 2019 — 15:34

Maria João Pires atua no renovado centro que criou em Belgais
"Voltei porque tinha muitas saudades da casa. Principalmente por isso. E depois tinha uma grande vontade de fazer os meus próprios projetos e não só as coisas que vinham das ideias dos outros", diz Maria João Pires naquela que é a sua primeira entrevista desde que regressou a Belgais, em Castelo Branco, ao centro de artes que criou em 1999 e que terminou em 2009 em dificuldades económicas e entre um processo polémico que envolveu um arresto de bens.

Agora, quase uma década depois, o então Centro Belgais para o Estudo das Artes foi reativado como Centro de Artes de Belgais e ali existem já retiros musicais, cursos internacionais, alojamento e até produção de azeite. Atualmente a dar um ciclo de recitais que começaram em dezembro e se estendem até maio, no próprio Centro de Artes de Belgais, Maria João Pires, que em 2017 anunciou que deixaria de fazer digressões, é clara em relação ao que a fez regressar. "Regresso a Belgais para recriar o projeto artístico, para que seja um espaço de partilha com as pessoas, de criação, sem que isso tenha uma conotação comercial."

Ao Jornal do Fundão, a pianista explica que o fim daquele projeto artístico e educativo, que envolveu queixas por falta de apoio do Governo e um processo judicial com quatro ex-funcionários, a deixou "exausta". "Fiquei magoada com a injustiça das afirmações que fizeram, com acusações extremamente injustas que não correspondiam à verdade", afirmou, dizendo também nunca se ter queixado "da falta de apoio do Governo". "Queixei-me de falta de interesse, não de apoio que existiu em termos financeiros. Falo do interesse geral, com exceção da região que sempre me apoiou no projeto."

Quando a jornalista lhe diz que "chegou a exprimir vontade em renegar à nacionalidade portuguesa", Maria João Pires responde: "Nunca o fiz e nem nunca tive nacionalidade brasileira, como se disse quando vivi no Brasil. Há 40 anos que tenho dupla nacionalidade suíça e portuguesa."

A pianista, nascida em Lisboa a 23 de julho de 1944, explica que nesta sua nova vida Belgais está a tentar sobreviver "sem ajudas nenhumas" e que entre os planos para o futuro está a vontade de "repor o estúdio de gravação e começar a fazer discos aqui". "Gostava de gravar ainda alguns discos de obras que ainda não gravei. E gostava de fazer coisas em conjunto e em parceria com a comunidade. Todos nós temos talentos. Acho é que uns têm mais oportunidades que outros", acrescenta.

Maria João Pires diz que está "definitivamente a viver" em Belgais e conta que vai ao piano todos os dias, "pelo menos meia hora"."Acredito que a minha missão não é só encher salas de concertos. Eu já fiz isso. É sim transmitir a minha experiência de vida e partilhar tudo isso com as pessoas mais novas."

Cultura-Ípsilon
PIANISTA ZANGADA COM AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS
Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa
 Margarida Gomes
MARGARIDA GOMES 3 de Julho de 2009, 9:13

A pianista Maria João Pires vai renunciar à nacionalidade portuguesa, tornando-se aos 65 anos cidadã brasileira. A notícia é avançada pela Antena 2 da RDP, que adianta que a pianista se fartou “dos coices e pontapés que tem recebido do Governo português".

Decepcionada com o modo como tem sido tratada a nível governamental, sobretudo no seu projecto de ensino artístico de Belgais (Castelo Branco), Maria João Pires, que tinha dupla nacionalidade, decidiu agora ficar apenas com a brasileira.

Em Junho de 2006, Maria João Pires abandonou o Projecto Educativo de Belgais, que desenvolveu no concelho de Castelo Branco, e decidiu ir viver para o Brasil, onde pediu autorização de residência. A pianista está a viver em Salvador, no Estado da Bahia, e vai dedicar-se à hotelaria.

A decisão de renunciar à cidadania portuguesa foi revelada ontem pessoalmente pela pianista ao jornalista da Antena 2 Paulo Alves Guerra, numa conversa que os dois tiveram num centro comercial de Lisboa.

“Encontrei-a casualmente no Centro Comercial das Amoreiras. Maria João Pires andava às compras e ao ver-me acenou-me. Fui ter com ela e no desenrolar da conversa disse-me que ia renunciar à cidadania portuguesa”, relatou ao PÚBLICO o jornalista.

Paulo Alves Guerra advertiu-a de que estava a falar com um jornalista, ao que ela respondeu que podia utilizar a informação como quisesse. Só não permitiu que as suas declarações fossem gravadas.

Maria João Pires não pretenderá fazer mais declarações em Portugal. Daqui para a frente a sua vida vai passar a ser feita entre Portugal, Suíça e Brasil.

A pianista tem recebido telefonemas de vários organismos governamentais de Espanha e do Brasil a convidarem-na para se instalar definitivamente nesses países, mas o convite feito pelas autoridades brasileiras terá sido muito sedutor, levando a pianista a optar por se mudar de armas e bagagens para o outro lado do Atlântico.

Nascida a 23 de Julho de 1944, Maria João Pires aprendeu muito cedo a tocar piano: aos cinco anos deu o seu primeiro recital e aos sete anos tocou publicamente concertos de Mozart.
Com nove anos recebeu o prémio da Juventude Musical. Torna-se reconhecida internacionalmente ao vencer o concurso internacional do bicentenário de Beethoven, em 1970, realizado em Bruxelas.

Maria João Pires renunciou à cidadania portuguesa mas não aos concertos em Portugal, estando igualmente a preparar um novo disco.


Sem comentários: