Por Agência Lusa
publicado em 13 Jul 2013 in (jornal) i online
João Semedo criticou ainda o caso da Horta do Monte (horta comunitária em Lisboa) e a "violência policial" desnecessária
O candidato do BE à Câmara de Lisboa, João Semedo, desafiou hoje o presidente da autarquia, António Costa, a revelar um relatório sobre obras públicas municipais, confessando-se "chocado" por ver um democrata de esquerda a recorrer a "expedientes".
A posição do também coordenador bloquista foi assumida no encerramento de um debate sobre o programa eleitoral autárquico do BE para Lisboa, num hotel da cidade, a propósito do recurso do socialista António Costa para o Tribunal Constitucional (TC), após várias sentenças judiciais que obrigam à divulgação do documento.
"Há uns anos um vereador da CML [Nunes da Silva] fez um trabalho exaustivo sobre o regime de adjudicação das obras públicas municipais, há um relatório sobre isso, mudanças nas metodologias para a adjudicação dessas obras. Até hoje, tirando alguns vereadores e o presidente, ninguém conhece o que diz esse relatório", criticou.
"Conhecemos outros autarcas que recorrem a estes estratagemas e expedientes para não cumprir decisões judiciais, não cito nomes porque eles são conhecidos. Mas ficamos chocados quando vemos António Costa recorrer aos mesmos expedientes, parece-nos que a ocultação do que está nesse relatório, que incide sobre adjudicações por ajustes diretos e pagamentos sucessivos pelas chamadas obras a mais não ajuda nada a combater aqueles que beneficiam de regimes de favor", afirmou Semedo.
O líder do BE afirmou que o seu partido já "requereu sucessivas vezes esse relatório", mas que nunca foi disponibilizado pela autarquia.
Neste contexto, João Semedo exortou o autarca do PS a divulgar o documento "o mais rapidamente possível, antes de acabar o mandato, porque a transparência é a melhor forma de combater os interesses instalados, os interesses que vivem da corrupção, o amiguismo, o compadrio nas decisões de interesse público".
Na sua intervenção, o candidato à autarquia lisboeta disse ser preciso "mais democracia, mais transparência e mais esquerda na CML", porque "as maiorias absolutas viciam os seus titulares porque os impregnam de autossuficiência e até de autoritarismo".
João Semedo criticou ainda o caso da Horta do Monte (horta comunitária em Lisboa) e a "violência policial" desnecessária.
"Havia alguma necessidade de fazer aquela intervenção policial da forma como foi feita? Algum de nós pensaria que algum vereador do PS se lembraria de terminar um processo como o da Horta do Monte desta forma? Eu não esperava, não deixei de ficar surpreendido quando me telefonaram a contar. As maiorias absolutas empurram até democratas de esquerda para prepotência e autoritarismo", condenou.
No final do seu discurso, Semedo manifestou confiança na recuperação de um vereador na CML e defendeu que um autarca do BE "acrescenta sempre e é sempre garantia de mais democracia, de mais transparência, de mais decência e respeito pelos cidadãos".
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