Acidente com carro de Cabrita: a chave do BMW pode contar
muito do que falta saber
01.07.2021 às
21h43
JOÃO AMARAL
SANTOS
JORNALISTA
A chave do BMW
onde viajava o ministro Eduardo Cabrita, que esteve envolvido no acidente da A6
que provocou uma vítima mortal, possui um dispositivo que permite apurar a
velocidade a que seguia o veículo no momento do embate. GNR nem precisa de
levantar o capô do automóvel
O segredo do que
se passou no acidente da A6, que provocou o atropelamento mortal de um
trabalhador que fazia a manutenção da via, pode caber dentro de um punho
fechado: basta a chave do automóvel para se saber (quase) tudo. O modelo onde
viajava Eduardo Cabrita – um BMW série 7 de 2011 – possui um dispositivo que
permite fazer a leitura da performance mecânica e elétrica do veículo,
incluindo a velocidade a que este circulava no momento do embate. Uma autêntica
“caixa negra”, simples, portátil, que pode ser aberta sem qualquer dificuldade,
bastando, para tal, efetuar uma leitura através de um software que só a própria
marca disponibiliza.
Na prática, as
informações são captadas pelo computador interno do automóvel – a centralina –,
ficando, neste género de veículos, imediatamente disponíveis na memória que a
chave dispõe. Foi, aliás, desta forma, que, em 2011, a investigação ao acidente
da A1 que vitimou Angélico Vieira concluiu que o cantor e ator seguia a 253
quilómetros por hora, ao volante de um BMW 635 Cabriolet, quando perdeu o
controlo da viatura. Os dados também apuraram que não houve qualquer
desaceleração na altura do choque.
GNR continua a
investigar
Fonte oficial da
GNR confirmou à VISÃO que a investigação aos acontecimentos decorre sem
qualquer obstáculo. A GNR desmente, assim, a notícia avançada esta quinta-feira
pelo Correio da Manhã, onde se refere que aquela força policial tinha sido
“impedida por decisão superior de fazer perícia ao carro” envolvido no
acidente. A GNR garante que já “desenvolveu e encontra-se a desenvolver, nos
termos da lei, todas as diligências inerentes a um processo de investigação de
um acidente de viação com vítimas mortais”. Recorde-se que o Ministério Público
também já abriu um inquérito ao caso. O processo está nas mãos do Departamento
de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, que aguarda pelo relatório final
da GNR.
O acidente
ocorreu no dia 18 de junho, por volta das 13h00, ao quilómetro 77 da A6
(sentido Évora-Lisboa), autoestrada que liga Marateca à fronteira do Caia, em
Elvas. O alerta para o acidente rodoviário foi dado aos bombeiros às 13h14. O
indivíduo atropelado, um trabalhador de uma empresa subcontratada pela Brisa,
que realizava trabalhos de manutenção da via, ainda foi assistido, mas acabaria
por falecer no local.
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