Exijem-se as mais urgentes, severas e efectivas medidas !!!
Incêndios. Nova comissão para analisar pedidos de ajuda
Por Diogo Pombo
publicado em 3 Set 2013 in (jornal) i online
Ministérios vão cooperar na avaliação de pedidos de ajuda
causados por fogos. Solução não está nas penas para incendiários, diz Teixeira
da Cruz
Os pedidos de ajuda que os municípios enviem ao governo
devido a incêndios florestais vão passar a ser avaliados por uma comissão
interministerial. Fernando Alexandre, secretário de Estado Adjunto do ministro
da Administração Inteira, apenas garantiu ontem que esta entidade "será
aprovada no próximo Conselho de Ministros".
O secretário de Estado não adiantou em concreto quais serão
os ministérios a compor a comissão - apenas revelou que o planeamento do
organismo está a cargo da secretaria de Estado da Administração Local,
pertencente ao Ministério do Desenvolvimento Regional, tutelado por Miguel
Poiares Maduro. A "função da comissão interministerial", explicou Fernando
Alexandre, será investigar os incêndios ocorridos. "As duas últimas
semanas foram muito duras e, mesmo no final de Julho, houve incêndios
complicados e serão analisados", afirmou o dirigente.
Entre 2008 e 2013, 40% das investigações aos incêndios não
providenciaram quaisquer resultados, segundo dados do Instituto de Conservação
da Natureza e das Florestas (ICNF) que o i avaliou na sua edição de 30 de
Agosto. Só em 2012 foram mais de 4 mil processos, coordenados pelo Serviço de
Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, que nada concluíram.
54 DETIDOS Também ontem dois ministros se pronunciaram sobre
os incêndios. Paula Teixeira da Cruz defendeu outro "tipo de solução"
para o problema dos incendiários - o reforço da aposta em medidas de segurança
e prevenção de incêndios nas florestas. Isto ao invés de aumentar as penas de
prisão aplicadas aos criminosos, que "já foram alteradas e são
elevadas", argumentou a tutelar pela pasta da Justiça.
Já o número de detidos em 2013 por prática de crime de
incêndio florestal aumentou para 54.
A PJ deteve uma mulher, de 40 anos, "com problemas
decorrentes de excesso de consumo de álcool e sem antecedentes criminais",
suspeita de ter ateado um fogo perto de Portalegre, na sexta-feira. A este
propósito, Teixeira da Cruz frisou que os portugueses devem "estar
orgulhosos" com a acção da PJ.
Já o ministro da Defesa revelou que, só este ano, mais de
1200 efectivos das Forças Armadas (FA) auxiliaram no combate aos incêndios.
"As FA estão sempre disponíveis e prontas para, assim que a Protecção
Civil deseje e precise de reforço, o fazer", assegurou José Pedro
Aguiar-Branco.
A última actualização feita no site da Autoridade Nacional
da Protecção Civil (ANPC), até ao fecho desta edição, mostrava que, às 21h30,
ainda estavam activos 11 incêndios florestais em Portugal - seis no distrito do
Porto, dois em Viana do Castelo, um em Braga, outro em Viseu e o restante em
Aveiro. O incêndio mais problemático deflagrou perto de Paço de Ferreira, distrito
do Porto, onde as cham as chegaram a estar perto de casas e algumas fábricas e
obrigaram mesmo à intervenção de dois aviões para neutralizar a ameaça. No
domingo a ANPC registou a ocorrência de 398 incêndios florestais, que obrigaram
a mobilizar 7228 operacionais e 1975 veículos.
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