Impasse orçamental nos EUA pode 'dispensar' centenas de
milhares de funcionários
Económico
23/09/13 20:34
O Governo dos EUA prepara-se para privar de salário centenas
de milhares de funcionários públicos não essenciais dentro de uma semana.
O Governo dos EUA prepara-se para privar de salário centenas
de milhares de funcionários públicos não essenciais dentro de uma semana, se
persistir o impasse orçamental no Congresso, repetindo o que se passou em 1995.
As agências federais receberam ordem na semana passada para
se prepararem para o pior. "Ainda há tempo para que o Congresso impeça um
buraco no orçamento", escreveu na terça-feira passada Sylvia Burwell, cuja
posição é
equivalente à de ministra do Orçamento, advertindo que
"uma gestão prudente obriga as agências a estarem preparadas para a
possibilidade de um buraco".
O Pentágono preparava-se para informar hoje os seus
funcionários civis de que poderiam deixar de ter trabalho, adiantou o seu
porta-voz, George Little, prevenindo que, quanto aos soldados e militares,
"eles serão pagos, mas talvez não a horas".
Em 2011, durante uma situação similar, o Governo do
Presidente Barack Obama estimou que estariam em causa 800 mil dos 2,1 milhões
de funcionários.
A lei obriga o Congresso a votar imperativamente os
créditos, para que o Estado federal [Governo]continue a funcionar normalmente
depois do fim do ano orçamental, que vai ocorrer na próxima segunda-feira, dia
30 de setembro, às 23:59, hora local.
Mas o Congresso está dividido entre uma Câmara dos
Representantes, com maioria republicana, e um Senado democrata. A situação
costuma ser resolvida à última da hora, mas desta vez os primeiros recusam
financiar o Estado enquanto a reforma da saúde, que contestam,
permanecer financiada.
O Senado deve votar durante esta semana o projecto de
orçamento temporário - até 15 de Dezembro - adoptado na sexta-feira passada
pela Câmara dos Representantes, que terá então de o aprovar novamente.
A situação actual repete o ocorrido no outono de 1995,
quando outro antigo Presidente democrata, Bill Clinton, se opunha a um
Congresso totalmente dominado pelos republicanos, que tinham conseguido o
controlo das duas câmaras nas eleições de 1994.
Cada um dos dois campos apostava que o outro ia ceder
primeiro e, em 13 de Novembro de 1995, depois de um veto de Clinton a um
orçamento a um projecto de orçamento considerado demasiado austero, o Governo
federal colocou 800 mil funcionários em casa, sem salário, durante
cindo dias.
O Congresso votou na altura umas semanas de financiamento
suplementar, mas o impasse regressou em 15 de Dezembro.
Então, durante 21 dias, até 06 de Janeiro, cerca de 284 mil
funcionários foram colocados em desemprego técnico e cerca de 475 mil
continuaram a trabalhar sem receber.
O impasse acabou quando os republicanos cederam,
responsabilizados que foram pela opinião pública pela acumulação de lixo nas
ruas ao longo de dias, pela falta de controlo sanitário, pelo encerramento das
unidades de despoluição, pelo adiamento das acções de formação das forças de
ordem, pela suspensão do tratamento de dezenas de milhares de pedidos de vistos
e passaportes e pelo fecho de todos os parques naturais e museus nacionais, o
que afectou sete milhões de turistas e, consequentemente, a economia.
Sem comentários:
Enviar um comentário