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Palavras para quê ?
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Fernando Seara promete reduzir impostos e "dar afecto às pessoas"
O candidato da coligação do PSD/CDS e MPT apresentou o seu programa para a Câmara de Lisboa, que inclui uma aposta no turismo religioso e a criação de "brigadas permanentes de limpeza"
Transformar prédios camarários devolutos em
residências universitárias e reduzir taxas e impostos municipais são algumas das
propostas de Fernando Seara. O candidato à Câmara de Lisboa diz que é a
"dedicação às pequenas coisas" que o distingue de António Costa e promete, caso
seja eleito presidente, "dar afecto às pessoas".
O cabeça de lista da candidatura Sentir Lisboa, que integra PSD, CDS-PP e
MPT, apresentou ontem o seu programa eleitoral, do qual constam a candidatura da
Baixa a património mundial, a criação do pelouro dos idosos na autarquia e a
construção de um túnel no Saldanha, três ideias que o social-democrata Pedro
Santana Lopes já tinha defendido em eleições anteriores. Fernando Seara também repescou o conceito de Lisboa "Cidade Erasmus", de que o actual presidente da Câmara de Lisboa fala há vários anos, mas sublinhou que a sua ambição é tornar essa realidade "efectiva". Não só através da criação das tais residências universitárias, mas também da instituição da figura de um "embaixador itinerante", a quem caberia andar pelo mundo a promover a cidade e a angariar novas empresas e operadores turísticos.
Na apresentação do programa da candidatura Sentir Lisboa, o actual presidente da Câmara de Sintra destacou a criação de "brigadas permanentes de limpeza", acusando António Costa de só nos últimos dias ter descoberto que a higiene urbana devia ser uma prioridade, o fim dos passeios esburacados e a aposta no turismo cultural, religioso e de cruzeiros. Fernando Seara afirmou ainda que quer acabar com a "discricionariedade" na gestão autárquica, garantindo que apostará na realização de concursos públicos, embora no documento ontem distribuído aos jornalistas se anuncie a "realização de pequenas empreitadas lançadas por ajuste directo" na área da "habitação e reabilitação".
Ao longo do seu discurso, o candidato social-democrata à Câmara de Lisboa usou por várias vezes a palavra "afectos", não só para defender que é isso que "falta" à cidade, mas também para deixar a garantia de que, não só ele, mas também os seus candidatos às juntas de freguesia não se inibirão de os distribuir caso sejam eleitos. "Ao contrário dos socialistas, nós não utilizamos as pessoas. Nós queremos dar afecto às pessoas", concluiu Fernando Seara, logo depois de ter garantido que iria trabalhar para "um futuro em que as pessoas são o centro, a base, o alfa e o ómega".
"Esta candidatura tem entre todas uma prioridade fundamental: as famílias, a educação, acima de tudo a solidariedade", disse por sua vez Telmo Correia, candidato à presidência da assembleia municipal. O dirigente do CDS afirmou que nas eleições de 29 de Setembro aquilo que está em causa é "uma escolha" entre dois modelos: um que quer fazer de Lisboa "uma cidade onde seja agradável viver" e outro em que se aposta, com "despesismo", na construção de "uma espécie de cenário para mostrar a turistas".
Já Carlos Barbosa, número dois na lista da candidatura Sentir Lisboa à assembleia municipal, acusou Manuel Salgado, hoje vice-presidente da câmara, de ser "um verdadeiro incompetente em relação à mobilidade" e afirmou que a cidade está "um caos" nesta área. "Precisamos de mudar a mobilidade em Lisboa e é fácil fazê-lo. Basta não fazer asneiras, como o Marquês de Pombal e a Avenida da Liberdade, e que a Polícia Municipal não seja uma mão ao serviço de António Costa", afirmou o presidente do Automóvel Club de Portugal, que, ao longo dos últimos anos, tem contestado publicamente muitas das medidas do actual executivo camarário.
Na apresentação do programa eleitoral falaram também os candidatos a vereadores Teresa Leal Coelho e António Prôa, tendo este último defendido uma aposta na reabilitação urbana.
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