segunda-feira, 16 de setembro de 2013

'O que, avisa, implicará acabar com a calçada portuguesa em alguns locais da cidade.'

SANTA CATARINA

RUA DA VITÓRIA
"O socialista apontou um objectivo para um eventual próximo mandato: concretizar o Plano de Acessibilidade Pedonal que está neste momento em consulta pública, eliminando barreiras arquitectónicas e criando "percursos cómodos e confortáveis".

Bem, no caso da Rua da Vitória, trata-se acima de tudo por parte de Manuel Salgado de afirmar por contraste de materiais no pavimento, de forma hierárquica, a axialidade do eixo estação Baixa Chiado / Elevador do Castelo , tal White Marble Road com respectiva assinatura / 'Arquitolas'/ Great Wizard of Lisbon.
António Sérgio Rosa de Carvalho.


'O que, avisa, implicará acabar com a calçada portuguesa em alguns locais da cidade.'


“AFECTOS”
Debate cordial entre Costa e Seara revela divergências na mobilidade

O candidato socialista - e edil de Lisboa - insiste na municipalização da Carris e do Metro e o do PSD - que sai agora de Sintra - pede "estabilidade" no trânsito. Para a semana, há novo frente-a-frente entre ambos
Foi num tom cordial, e com demonstrações de sentido de humor de parte a parte, que decorreu ontem, no Instituto Superior Técnico, o primeiro debate entre António Costa e Fernando Seara. Foi o socialista quem conquistou a primeira ovação do frente-a-frente, ao defender que Lisboa "não pode viver em competição com os concelhos vizinhos".
António Costa reagia a uma afirmação do seu opositor, que defendeu que a autarquia devia ser "intransigente" no sentido de impedir a deslocalização para concelhos próximos de "estruturas de pós-gradução ou MBA", numa referência à anunciada instalação da Nova School of Business and Economics em Carcavelos, no município de Cascais. O actual presidente da Câmara de Lisboa discordou de Fernando Seara, afirmando que "Lisboa é uma cidade pequena fisicamente", pelo que não pode albergar todos os equipamentos desejáveis, e que "a cidade metropolitana tem de se estruturar como tal".
Ao longo do debate, que se prolongou por cerca de uma hora e meia, houve outras diferenças de opinião entre os dois candidatos, por exemplo quanto à mobilidade, que António Costa considerou, aliás, ser "o grande tema de divergência" entre ambos. O socialista arrancou um novo aplauso da assistência ao afirmar que é necessário "retirar da mão do Governo e devolver às autarquias" a gestão dos transportes públicos.
Fernando Seara disse não concordar com a municipalização da Carris e do Metropolitano de Lisboa, defendendo que a autarquia deve ter um "papel activo" nas transportadoras. Através, defendeu o social-democrata, de uma Autoridade Metropolitana de Transportes "exigente, cumpridora, com capacidade de relação" com os diferentes actores.
Depois de, na apresentação do seu programa para a cidade, Fernando Seara ter usado várias vezes a palavra "afectos", para dizer que Lisboa tinha falta deles e que queria distribuí-los, ontem foi na ideia de "estabilidade" que o candidato insistiu. O actual presidente da Câmara de Sintra defendeu que Lisboa deve ter "estabilidade" ao nível fiscal (nas taxas que pratica), normativa (regulamentos e Plano Director Municipal) e também no que diz respeito ao trânsito.
Seara criticou as alterações de circulação introduzidas pelo executivo de Costa no Marquês de Pombal, na Avenida da Liberdade e também nos Olivais. "A estabilidade do trânsito em Lisboa é um bem fundamental para os lisboetas", sublinhou, contando que há "desgraçados" sem GPS que passam 45 minutos "às voltas" nas laterais da Avenida da Liberdade, incluindo taxistas cujos passageiros se atrasam de tal forma que podem até perder um voo marcado.
António Costa refutou as críticas, salientando que as modificações de trânsito no centro da cidade foram a forma encontrada para garantir a qualidade do ar e o cumprimento da legislação nessa matéria. Ainda na área da mobilidade, o socialista apontou um objectivo para um eventual próximo mandato: concretizar o Plano de Acessibilidade Pedonal que está neste momento em consulta pública, eliminando barreiras arquitectónicas e criando "percursos cómodos e confortáveis". O que, avisa, implicará acabar com a calçada portuguesa em alguns locais da cidade.
Ao longo do frente-a-frente, Fernando Seara aproveitou para lançar algumas farpas ao seu opositor. Nomeadamente ao lembrar a "ajuda" que este teve do Governo, que entregou à autarquia 271 milhões de euros pelos terrenos do aeroporto, e ao repisar a ideia que tantas vezes tem repetido de que o candidato socialista tem "desejo de ser mais do que presidente da Câmara de Lisboa". Tricas à parte, o social-democrata também reconheceu que, "nalguns aspectos", como o planeamento, António Costa fez "um bom trabalho". Algo que, em seu entender, não aconteceu em áreas como a limpeza do espaço público.
António Costa e Fernando Seara defenderam também algumas propostas comuns, como a de criar na capital um museu dedicado aos Descobrimentos. Algo que, segundo o actual presidente da autarquia, poderá acontecer já em 2015 (quando se assinalam os 600 anos do início da expansão marítima), quando abrir na Ribeira das Naus um pólo do Museu da Marinha dedicado em exclusivo a esse tema. Também comum às duas candidaturas é a intenção de dinamizar o surgimento de residências universitárias na cidade.
A encerrar o debate, o candidato da coligação PSD/CDS/MPT e o candidato do PS envolveram-se numa bem humorada troca de ideias sobre a questão da segurança, levantada pelo presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico. Tudo começou quando António Costa disse que devia haver mais polícias nas ruas e menos nas esquadras, lembrando que um projecto de reestruturação do dispositivo policial estava "há seis anos paralisado".
Fernando Seara não perdeu a oportunidade, dizendo ao socialista que "teve tempo mais do que suficiente para resolver isso tudo quando foi ministro da Administração Interna". António Costa teve também resposta pronta, dizendo que foi ele quem deixou pronto o tal plano paralisado há seis anos e acrescentando que enquanto foi ministro não se dedicou só a Lisboa, tendo também inaugurado postos da GNR em Sintra. "Lembro-me bem porque fui eu que os paguei", rematou Fernando Seara.
Na próxima segunda-feira, os dois candidatos à Câmara de Lisboa voltam a estar frente a frente, num debate na Associação Comercial de Lisboa.

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