segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Crise do euro no único duelo Merkel-Steinbrück.



Merkel ia 16 pontos à frente de Steinbrück antes do debate . Ver artigo completo do Guardian, em baixo.

Crise do euro no único duelo Merkel-Steinbrück


A chanceler defende solidariedade e reformas. O seu opositor questiona: e se a Grécia e Portugal não pagarem a dívida?
O euro entrou cedo no único debate entre a chanceler alemã, a democrata-cristã Angela Merkel, e o seu opositor, o social-democrata Peer Steinbrück.
Steinbrück questionou a estratégia de Merkel. Primeiro, perguntou: irão a Grécia e Portugal pagar o que lhes foi emprestado? Depois lembrou que a Alemanha já foi ajudada, citando o plano Marshall do pós-guerra, e defendeu mais atenção a problemas como desemprego jovem, e medidas para ajudar ao crescimento (embora não especificasse quais).
Merkel rispostou que não é uma questão de "se ajudamos" mas de "como ajudamos", sublinhando que são precisas reformas. "A Grécia não tem só um défice financeiro", afirmou.
À hora de fecho desta edição, o debate prosseguia. Angela Merkel e Peer Steinbrück eram questionados por jornalistas das quatro televisões que o transmitem em directo - três veteranos das estações ARD, ZDF e RTL e um apresentador de programas de entretenimento e comediante, o que causou algum frisson, e foi visto como uma tentativa de interessar os alemães por uma campanha morna, com a CDU de Merkel em grande vantagem (39% na última sondagem do instituto Emnid) contra o SPD de Steinbrück (23%).
As diferenças entre as posições dos dois partidos podem parecer subtis, e a campanha tem-se centrado mais nas personalidades dos dois candidatos - Merkel cautelosa e segura, Steinbrück sincero e dado a gaffes.
O debate a dois - o "duelo televisivo" - existe desde 2002, nota a Deutsche Welle, substituindo a mesa redonda com todos os grandes partidos que era a norma antes.
Wolfgang Donsbach, professor em Dresden, comenta à revista Economist que este debate em estilo americano não será o que melhor se adapta a uma democracia parlamentar. Dá a impressão de que apenas concorrem dois candidatos, e personaliza a política - algo que a Alemanha do pós-guerra se tem esforçado por evitar.
A três semanas das eleições irá o debate entre os líderes dos dois principais partidos (os mais pequenos - Liberais, Verdes e Die Linke - têm o "seu" debate no dia seguinte) mudar alguma coisa? É difícil prever. Há quem diga que ao enfrentar pela primeira vez directamente um concorrente, o antigo chanceler Gerhard Schröder ganhou vantagem sobre Edmund Stoiber.
Já no debate de 2005 entre Merkel e Schröder foi mais difícil ver um efeito - a performance de Schröder não teria justificado a grande subida do SPD entre o que lhe atribuíam as sondagens e o que acabou por ter no dia do debate.
Na história dos debates não ficou definitivamente o das últimas eleições entre Merkel e Frank-Walter Steinmeier, quando a CDU e o SPD governavam numa "grande coligação", e o confronto foi apelidado na altura de "dueto em vez de duelo".


The Guardian, Monday 2 September 2013 / Merkel wins narrow victory over Social Democrat rival in pre-election TV clash


German chancellor and Steinbrück debate jobs, pay, eurozone crisis, NSA spy scandal and much else in live broadcast
Chancellor Angela Merkel won a narrow victory over her main political rival on Sunday in a tense live televised debate in advance of the German elections on 22 September.

Of the estimated 20 million viewers of the clash between Merkel, for the Christian Democrats, and Peer Steinbrück of the Social Democrats, 44% of those polled declared the chancellor to be the winner, while 43% thought her opponent was more effective.

Over 90 minutes the candidates covered issues spanning the eurozone crisis, Germany's tax system, health, low wages and the NSA spy scandal.

The primetime debate, broadcast on four channels, was predicted to enliven an uninspired election campaign. Four journalists – including a popular entertainer – interrogated Merkel and Steinbrück, who were allowed up to 90 seconds to answer each question. Merkel was twice reprimanded for having spoken for too long.

The two clashed over German jobs, with Steinbrück declaring that 7 million Germans earned less than €8.50 (£7.20) an hour, and Merkel saying her government had boosted the number of jobs during its four years in office by 1.9 million. Germany, she said, was Europe's "growth motor" and "stability anchor", and Germans would be motivated to vote "by the question who can the people trust more that Germany continues to do well".

Steinbrück said if he was elected, Germans would be better off at the end of his four-year term, and his party would ensure greater "social justice" by ushering in a national minimum age as well as higher taxes.

Merkel's red, gold and black necklace – the colours of the German flag – won the social-media vote, becoming the most discussed aspect of the debate on Twitter. The necklace, which was dubbed the kanzlerkette (chancellor chain), provoked its own spoof account on the micro-blogging website.

On the NSA scandal, Merkel said the controversy had highlighted "the need to strengthen international data protection". Steinbrück paid tribute to whistleblower Edward Snowden for his "civil courage" and for having triggered a vital debate.Merkel ruled out German participation in any military intervention in Syria, and said a collective stance by the international community through the United Nations was necessary.

Amid expectations that Greece will require a third bailout this autumn, Steinbrück attacked Merkel's management of the euro crisis. Merkel retorted that he had repeatedly voted in favour of her euro policies in parliament, and reminded him it was under SPD leader Gerhard Schröder that Greece had been let into the eurozone.

Pollsters will be looking closely to see if the debate will affect the two main parties' standing in the polls. An opinion poll ahead of the debate had given Merkel's conservative CDU/CSU bloc 41% of the vote, which could allow her to remain in power with her liberal pro-business partners, the FDP. The Social Democrats were trailing with just 26%.

It is predicted that the debate could influence about 5% of voters, enough to determine the outcome.


If reelected on 22 September, Merkel would become Europe's longest serving female leader.

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