Se Passos demite quem compra swaps polémicos, também tem de demitir
quem os vende.
Se o secretário de Estado entrou no briefing fragilizado, saiu de lá ainda mais debilitado politicamente. Se o Governo demitiu dois secretários de Estado (Juvenal Peneda e Braga Lino) quando descobriu que tinham estado em empresas públicas que contrataram swaps polémicos, agora não faz sentido manter Joaquim Pais Jorge, caso se venham a confirmar as suspeitas. A única aparente diferença é que os dois primeiros estiveram do lado do comprador e o novo secretário de Estado terá estado do lado do vendedor.
Foi a própria ministra das Finanças a dizer que a compra/venda dos
swaps é um problema, quando usada para "artificialmente reduzir custos e
melhorar resultados no curto prazo, à custa da assunção de riscos futuros muito
significativos". O Governo tem de ser coerente.
Editorial/ Público
O Governo retomou esta semana os briefings com a
comunicação social que foram abruptamente interrompidos no início de Julho pela
crise política. Aparentemente sanada a crise, os briefings regressaram e o novo
secretário de Estado do Tesouro apareceu no encontro com jornalistas para a dar
a cara pela nova polémica com os swaps a envolver membros do Governo. A
história, relatada esta semana pela Visão, conta-se em três frases: em 2005 o
Citigroup quis vender swaps a Portugal para baixar artificialmente o défice.
Nessa altura Joaquim Pais Jorge trabalhava no Citigroup. E a revista diz que
Pais Jorge tentou vender esses produtos ao Governo. Fim da história.
Esperava-se que o briefing ajudasse a esclarecer se o actual
secretário de Estado tentou vender os swaps para mascarar as contas
públicas. Mas as respostas de Joaquim Pais Jorge foram pouco ou nada
esclarecedoras. Eis um excerto: "Não posso evidenciar que tenha estado sequer
nessa apresentação. [...] Não me lembro se estive. [...] Não posso confirmar [se
a apresentação aconteceu], se eu não estive lá. [...] Admito que de facto a
apresentação existiu."Se o secretário de Estado entrou no briefing fragilizado, saiu de lá ainda mais debilitado politicamente. Se o Governo demitiu dois secretários de Estado (Juvenal Peneda e Braga Lino) quando descobriu que tinham estado em empresas públicas que contrataram swaps polémicos, agora não faz sentido manter Joaquim Pais Jorge, caso se venham a confirmar as suspeitas. A única aparente diferença é que os dois primeiros estiveram do lado do comprador e o novo secretário de Estado terá estado do lado do vendedor.
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