A
fotografia que não aconteceu
DIRECÇÃO EDITORIAL
08/05/2016 / PÚBLICO
Resta a dúvida
sobre se o primeiro-ministro António Costa pediu especificamente
para que, na coreografia desenhada pelo protocolo para inaugurar o
Túnel do Marão, no sábado à tarde, se evitassem as situações
nas quais fosse fotografado ao lado de José Sócrates, convidado
pelo Governo por ter iniciado a obra. Os dois falaram — pela
primeira vez em muitos meses —, cumprimentaram-se, e Costa deu até
os parabéns ao seu antigo chefe socialista. Com ou sem intenção, a
verdade é que Costa tem várias razões para não dar às televisões
e aos jornais — ou seja, aos portugueses e à sua biografia
política — uma imagem que lhe é incómoda. Por razões pessoais,
mas também políticas. O esfriar de relações entre ambos é um
facto público e notório. Mas além disso, uma proximidade neste
momento, mesmo que protocolar, iria gerar inevitavelmente leituras
políticas sobre o impacto que teria na acção da justiça. A sorte
constrói-se. E as fotografias também.
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