Pela primeira vez a Rainha Isabel exprime implícitamente,
mas claramente, a sua preocupação sobre as divisões na sociedade do Reino Unido
na questão do Brexit, fazendo apelo a um bom senso comum afim de encontrar um
consenso que tenha em conta o “bigger picture”, ou seja, a consciência
responsável da enormidade e a importância daquilo que está em jogo … para o
futuro do Reino Unido e da Europa.
OVOODOCORVO
Queen's speech calling for 'common ground' seen as Brexit
allusion
Monarch urges Britons not to miss bigger picture at event
for Women’s Institute centenary
Caroline Davies
Thu 24 Jan 2019 23.50 GMT Last modified on Fri 25 Jan 2019
01.05 GMT
The Queen with Women’s Institute members at West Newton
village hall in Norfolk. Photograph: Joe Giddens/PA
The Queen has called for “common ground” and “never losing
sight of the bigger picture” in a speech to mark the centenary of the
Sandringham Women’s Institute (WI), which is likely to be interpreted as a
veiled reference to the toxic debate around Brexit.
She spoke of the virtues of “respecting” the other person’s
point of view, as parliament remains deeply divided over the issue of Britain
leaving the EU.
The Queen, who as head of state constitutionally remains
publicly politically neutral, reflected in her speech on a year of change,
during which it was clear the qualities of the WI endure, she said.
She added: “The continued emphasis on patience, friendship,
a strong community-focus and considering the needs of others are as important
today as they were when the group was founded all those years ago.
“Of course, every generation faces fresh challenges and
opportunities. As we look for new answers in the modern age, I for one prefer
the tried and tested recipes, like speaking well of each other and respecting
different points of view; coming together to seek out the common ground; and
never losing sight of the bigger picture. To me, these approaches are timeless,
and I commend them to everyone.”
It echoed her Christmas address when she touched on the same
theme, telling the nation: “Even with the most deeply held differences,
treating the other person with respect and as a fellow human being is always a
good first step towards greater understanding.”
The Queen attends a meeting of the her local WI once a year
at West Newton village hall as part of her winter stay on her Norfolk estate.
It is not the first time the Queen’s words have been
interpreted politically with reference to a referendum. She made a rare
intervention on the political stage when she expressed the hope that voters
will “think very carefully about the future” before the Scottish independence
referendum in 2014 while meeting a member of the public outside Crathie church
near Balmoral.
She was also dragged into the EU referendum campaign in 2016
when the Sun reported she told former deputy prime minister Nick Clegg she
believed the EU was heading in the wrong direction.
Her speech on Thursday was made as she joined members of her
local WI in a live game of Pointless, hosted by Alexander Armstrong, and was on
the winning team.
Armstrong, host of the BBC games show, who was this year’s
guest speaker, described her as “our most distinguished viewer”.
The Queen’s team was victorious in a best-of-five match
which finished three-one, he said, during which the Queen gave some answers
herself and had “some deft, silky Pointless skills”.
The Queen joined the Sandringham branch of the WI in 1943
when she was aged 17 and still Princess Elizabeth.
Rainha de Inglaterra pede "pontos em comum" e é
lido como apelo sobre Brexit
Isabel II pediu aos britânicos "pontos em comum" e
que "respeitem pontos de vista diferentes", o que foi lido como um
apelo indireto para que se entendam sobre o Brexit.
DN
25 Janeiro 2019 — 08:46
Num discurso sobre os 100 anos Sandringham Women's Institute
em Norfolk, a rainha de Inglaterra fez um apelo aos britânicos para que se
entendam. Os analistas imediatamente associaram as suas palavras à crise do
Brexit e à nova discussão que vai decorrer na próxima semana no parlamento
britânico sobre o acordo de saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
Os deputados rejeitaram o acordo proposto pela
primeira-ministra Theresa May na semana passada e se não se entenderem a
Grã-Bretanha sairá da UE dia 29 de março sem acordo. É nesse sentido, que o
correspondente da BBC, Nicholas Witchel considerou que há poucas dúvidas sobre
as palavras da rainha. "É impossível imaginar que o chefe do Estado usasse
uma construção de palavras como esta sem que elas fossem vistas como uma
referência ao atual debate político", disse o jornalista.
A rainha, como chefe de Estado, deve permanecer neutra em
questões políticas e geralmente não expressa os seus pontos de vista sobre
questões controversas. Isabel II não fez nenhuma referência explicita ao
Brexit, mas afirmou: "À medida que procuramos novas respostas na era
moderna, eu, pelo menos, prefiro as receitas experimentadas e testadas, como
falar bem um com o outro e respeitar pontos de vista diferentes; unir para
procurar o terreno comum".
As declarações da rainha acontecem quando Theresa May deve
voltar à Câmara dos Comuns, a 29 de janeiro, com uma espécie de plano B para o
Brexit, depois de o inicial ter sido rejeitado pelos deputados numa derrota
histórica a 15 de janeiro. Os deputados propuseram um conjunto de alterações,
entre as quais o adiamento da saída a 29 de março. Isto porque há o temor que
sem um acordo a Grã-Bretanha saia de forma desordenada, causando problemas
graves nos portos e nas empresas.
A fronteira da Irlanda continua a ser um problema central
nas discussões do Brexit, com uma solução que seja aceitável quer para
britânicos e europeus, quer para os unionistas e republicanos na Irlanda do
Norte. Todos defendem uma solução em que não exista uma fronteira física entre
as duas partes Theresa May tem repetido a ideia de uma fronteira é
"inconcebível". Ora os deputados pediram também uma alteração no
sentido de conquistar os que são pró-Brexit com prazo para o backstop, uma
espécie de "apólice de seguro" no acordo de retirada destinado a
assegurar que não haverá uma fronteira visível entre a Irlanda do Norte e a
República da Irlanda.
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