Imobiliárias
estimam subida de 40% nas rendas em Lisboa
VÍTOR ANDRADE
CONCEIÇÃO ANTUNES
Arrendamento
a turistas, com base em plataformas como a Airbnb, está a
inflacionar preços e a agitar o mercado. Cidades europeias já
avançaram medidas restritivas
Proprietários e
mediadores imobiliários - nomeadamente a APEMIP, que representa as
agências de todo o país, e a ERA, uma das maiores mediadoras do
sector -, garantem que os preços das rendas habitacionais em certas
zonas de Lisboa dispararam entre 30% a 40%, desde que as plataformas
online para reserva de casas começaram a ser mais utilizadas em
2014.
Alfama, Graça,
Baixa/Chiado ou Príncipe Real estão no centro das atenções dos
turistas que chegam a Lisboa sobretudo em voos de baixo custo,
dispostos a não gastar dinheiro em hotéis. O recurso a plataformas
de reserva de casas como o Airbnb, Wimdu ou 9Flats é cada vez mais
frequente e os lisboetas já compram e recuperam casas nos bairros
históricos com um único objetivo: colocá-las no arrendamento local
ou de curta duração. A razão é simples: “Enquanto no
arrendamento tradicional se consegue uma taxa de rendimento da ordem
dos 4% ao ano, no arrendamento turístico chega-se facilmente a taxas
de 10% ou até mais”, frisa Miguel Poisson, presidente executivo da
ERA. Explica que em Alfama, por exemplo, já se vendem pequenas casas
a mais de €4000 por metro quadrado, para recuperar, exclusivamente
para aquele fim, quando o valor médio da habitação usada em Lisboa
ronda os €1900/m2.
Ricardo Guimarães,
gestor do Índice Confidencial Imobiliário, confirma que naquele
bairro de Lisboa já se atingiram, inclusivamente, preços máximos
da ordem dos €4700/m2, sendo que em média se situam nos €3700/m2.
Miguel Poisson nota
que não se pode generalizar, mas diz que “há cada vez mais
relatos de casos como o de Alfama. No entanto, há uma grande
disparidade de preços mesmo dentro das zonas mais procuradas”.
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