quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Presidenciais: PSD não se vai deixar condicionar pelas estratégias tácticas de Marcelo e Santana


Presidenciais: PSD não se vai deixar condicionar pelas estratégias tácticas de Marcelo e Santana
MARGARIDA GOMES 07/01/2015 - PÚBLICO

PSD está concentrado na governação para ganhar as legislativas e afasta, para já, qualquer debate sobre a corrida a Belém em 2016.

Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro Santana Lopes trouxeram as eleições presidenciais do próximo ano para a agenda política, mas a direcção do PSD “não se vai deixar condicionar pelas estratégias e tácticas de cada um dos protocandidatos” à Presidência da República.

“Neste momento seria um erro o PSD deixar-se condicionar pelas estratégias e tácticas dos protocandidatos que pretendem recrutar o apoio da sua família política”, disse ao PÚBLICO uma fonte da direcção social-democrata, revelando o partido “nestes primeiros três quatro meses vai estar focado na governação com vista a vencer as legislativas e tudo que seja criar confusão é mau”.

“As presidenciais não são uma preocupação para o partido, são apenas uma preocupação para os apoiantes de Marcelo e de Santana que estão a tentar ocupar terreno” a um ano das eleições para Belém, acrescentou a mesma fonte.

Neste medir de forças à direita, Santana Lopes tem sido mais contundente e ainda anteontem à noite, no seu espaço semanal de comentário na SIC Notícias  – que divide com o socialista António Vitorino -, defendeu que pode haver “vários candidatos à direita” e que estes não devem ficar à espera de decisões das direcções partidárias.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa disse que “deve de haver vários candidatos à direita e à esquerda” e não é por haver uma eventual pulverização de candidatos que a direita não ganha. O ex-líder social-democrata considera que esta concepção das eleições presidenciais é “um bocadinho autocrática”. “Porque eu admito ser candidato, não pode ir mais ninguém”, questiona, acrescentando: “Isto não é assim, é contra a República, é contra o próprio conceito de República, é contra a essência da liberdade. As presidenciais não são legislativas, nem se pode esperar por decisões partidárias. Isso é ver na função presidencial uma emanação das direcções dos partidos”.

Na SIC-Notícias, Santana admitiu já ter falado com Marcelo sobre a quantidade de candidatos à direita, que na sua opinião “podem ser cinco ou seis″.

O PÚBLICO tentou confirmar esta quarta-feira junto do comentador político esta informação avançada por Santana de que os dois já teriam conversado sobre a estratégia para as presidenciais. Apanhado em pleno aeroporto de partir para Madrid, o professor disse apenas que o assunto foi muito comentado nos últimos dias. “Já falei tudo sobre as presidenciais, por isso não vou voltar a falar sobre esse assunto de novo”.

Na terça-feira, em Vila do Conde, Marcelo declarou ser “um bocadinho suicida” PSD e CDS começarem já a falar de presidenciais  num momento em que a esquerda, calmamente – e a esquerda é o PS -, vai fazendo o seu caminho para São Bento e António Guterres, calmante , vai fazendo o seu caminho para Belém”. “O centro-direita, em matéria de legislativas, tem de decidir o que tem fazer”, ou seja, “se vai em coligação ou não”, mais tarde, em termos de presidenciais, “também tem de se definir”, defendeu.


O dossiê das presidenciais ainda não foi discutido internamente no partido e Pedro Passos Coelho está totalmente concentrado na acção do Governo. No entanto, nesta quarta-feira, no PSD admitia-se que as legislativas e também as presidenciais seriam assuntos incontornáveis no jantar que o presidente do partido e primeiro-ministro tinha agendado para esta noite, com os presidentes das distritais laranja.

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