segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Portas não quer Portugal associado à Grécia.

Portas não quer “infiltrações” e levanta o “periscópio” ... Coligações, Coligações  ...  “torpedos” à parte ...
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Portas não quer Portugal associado à Grécia

PSD e CDS reagiram às eleições gregas. Entre as mensagens de "respeito" e de felicitações pelo processo eleitoral, a preocupação vai para a Europa. E os centristas são claros: a Grécia não é Portugal.
RITA DINIS / 26-1-2015 / OBSERVADOR
Depois da vitória do Syriza na Grécia, o CDS, por cá, afasta qualquer tipo de comparações com o cenário português. Reagindo no domingo à noite aos resultados eleitorais, o CDS manifestou “respeito” pelos resultados, mas deixou claro que a situação de Portugal tem um contexto completamente diferente. E desdobrou-se em exemplos para vincar as “diferenças substanciais” entre os dois países que estiveram sob assistência da troika. Em suma, viragem radical à esquerda na Grécia não se deverá repetir em Portugal, defendem os centristas.

“A Grécia está na quinta avaliação do segundo resgate. Portugal fez a opção correta de ter um único resgate. A Troika está ainda na Grécia. Portugal terminou o seu contrato com a Troika no dia 17 de Maio de 2014. Portugal finalizou o seu programa de ajustamento. A Grécia ainda não o fez“, lê-se no comunicado divulgado ainda durante a noite eleitoral, depois de conhecida a vitória expressiva da coligação da esquerda radical. Na mesma nota, os centristas deixam também um elogio ao “esforço extraordinário” do povo português, que permite hoje dizer “que não há qualquer amálgama possível entre os casos português e grego”.

O comunicado centrista não termina sem antes deixar uma nota de ironia para o Partido Socialista português, que felicitou o Syriza pela vitória numa altura em que o Partido Socialista grego quase desapareceu do panorama político grego. “O CDS regista o júbilo manifestado hoje pelo Partido Socialista com os resultados, o que certamente se deve atribuir aos 4,8% obtidos pelo seu Partido homólogo (PASOK)”, escrevem os centristas, que também deixam “uma palavra de amizade” ao partido que ficou na segunda posição, a Nova Democracia, com os quais partilham o mesmo grupo parlamentar na Europa (o Partido Popular Europeu).

Num comunicado assinado pelo porta-voz dos centristas Filipe Lobo d’Avila, o CDS ressalva que “não faz comentários institucionais sobre a política interna da Grécia, em respeito pelo princípio da soberania democrática de cada nação”, mas deixa o desejo de que a nova liderança política não afasta o país da União Europeia nem da Nato.

Já o PSD, que também deixou uma nota sobre as eleições gregas, felicitou o processo eleitoral sem, no entanto, nunca referir o nome do partido vencedor. Num comunicado curto, os sociais-democratas deixaram votos de que as eleições gregas fossem “mais um passo positivo no longo e difícil caminho já percorrido” e que fossem ao encontro da “estabilidade financeira e da prosperidade económica e social”.


O destaque vai para o projeto europeu e a necessidade de todos os Estados que o integram permanecerem “interligados”. “O projeto comum que nos liga nesta casa europeia de que ambos fazemos parte lembra-nos o quão interligados e dependentes nos encontramos uns dos outros e reforça o sentido de cooperação e de respeito pelas instituições nacionais que nos deve guiar”, lê-se na mensagem deixada pelo PSD ao futuro Governo grego.

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