Parque de estacionamento não
avança no Príncipe Real, em Lisboa
Por Jornal i /
LUSA
publicado em 5
Jan 2015
A Junta de
Freguesia da Misericórdia informou hoje que o parque de estacionamento
subterrâneo previsto para o Príncipe Real, em Lisboa, não vai avançar, na
sequência de um parecer negativo da Direcção-Geral do Património Cultural
(DGPC).
Após o parecer
negativo da DGPC, a Câmara Municipal de Lisboa “vai indeferir o projecto”,
disse à agência Lusa a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla
Madeira.
Em causa está o
facto de a infra-estrutura poder “colocar em risco o património arquitectónico
e a vegetação do jardim” do Príncipe Real, precisou a presidente da autarquia lisboeta.
Carla Madeira,
que citou informações transmitidas hoje pelo vereador do Urbanismo da Câmara de
Lisboa, Manuel Salgado, nas reuniões das comissões dos transportes e do
ambiente (realizadas hoje na Assembleia Municipal), explicou que o parecer da DGPC
é de dia 09 de Dezembro e “chegou à Câmara a 30 de Dezembro, vésperas da
passagem de ano, daí ser normal” só hoje ter sido divulgado.
Face ao parecer
negativo, “o que o senhor vereador disse é que a Câmara vai indeferir o
projecto”, acrescentou.
De acordo com a
autarca socialista, o projecto para a construção de um parque subterrâneo
naquela zona foi pela primeira vez submetido à DGPC em 1996 e desde aí “foi
sofrendo alterações”.
Ainda assim, para
Carla Madeira, continua a existir a necessidade de estacionamento naquela zona,
pelo que defende a construção de um outro parque.
“Não é possível
construir ali, mas o meu desejo é que se construa na zona”, salientou,
referindo-se por exemplo à criação de um parque de estacionamento no espaço
onde funciona o Mercado do Rato e de outro no Bairro Alto, onde estava sediado
o jornal “A Capital”.
Apesar de o
Mercado do Rato não estar situado na mesma zona da cidade, “já ajudaria” ter lá
estacionamento, apontou a responsável, adiantando que “o ideal era haver estes
dois parques, sendo os únicos espaços municipais em que a situação está a ser
analisada”.
Num comunicado
hoje divulgado, o deputado municipal do Partido pelos Animais e pela Natureza
(PAN), Miguel Santos, congratulou-se com a decisão da DGPC, referindo que a
obra “colocaria em risco o coberto vegetal de um jardim histórico, onde existem
sete exemplares classificados como de Interesse Público, interferiria
irreversivelmente com a circulação de água no solo e sobrecarregaria a
circulação automóvel numa zona já de si saturada de trânsito”.
Para o deputado,
estaria ainda em causa a “integridade e a salvaguarda da [Reserva da]
Patriarcal e o respectivo sistema de condutas, parte integrante do conjunto uno
que é o Aqueduto das Águas Livres”, assinalou, citado pelo mesmo comunicado.
Em Junho, o
presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, afirmou que as perfurações no
Príncipe Real, iniciadas em maio, foram apenas de avaliação e disse que é
“negativo” construir ali um parque subterrâneo, embora tenha reconhecido que
poderia ser “uma mais-valia” para os residentes.
Segundo o
autarca, o município só autorizou as sondagens no local (por parte da Empark)
para verificar se haveria interferência com o jardim, pelo que só se tomariam
decisões quando o processo estivesse terminado e com a garantia de não
existirem riscos.
Até ao momento,
ainda não foi possível obter esclarecimentos por parte da Câmara e da DGPC.
Com Lusa
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