Manter a calçada ou não?
Moradores de Campolide votam e decidem
A Junta de Campolide vai promover, amanhã e quinta-feira, uma votação
aberta a todos os eleitores desta freguesia lisboeta
Inês Boaventura /
3 mar 2015 / PÚBLICO
Depois de em 2012
terem sido chamados a decidir que destino dar a um terreno baldio na Avenida
Miguel Torga, os habitantes de Campolide, em Lisboa, vão poder agora escolher
entre a manutenção da calçada ou a sua substituição por outro piso nas ruas da
freguesia.
A votação
realiza-se amanhã e quinta-feira, na sede da junta, na Rua de Campolide, e
destina-se às cerca de 15 mil pessoas recenseadas na freguesia. As urnas vão
estar abertas entre as 14h e as 22h.
“Era uma decisão
demasiado drástica para a tomarmos sozinhos”, afirma o presidente da freguesia,
lembrando que sempre que se fala na hipótese de substituir a calçada por outros
materiais “há uma divisão grande nos munícipes de Lisboa”. Essa divisão, nota
André Couto, ficou também patente num debate sobre este tema promovido pela
junta na passada quinta-feira, como forma de lançar este processo
participativo.
O autarca
socialista destaca que a reabilitação dos passeios sempre foi encarada como
“uma prioridade” pelo seu executivo, até porque Campolide tem “uma população
muito envelhecida”. “A calçada está velha, as pessoas escorregam e caem”,
constata, lembrando que quando isso acontece a alguém com mais idade “é quase
estar a condenar a não sair mais de casa, do sofá”.
André Couto não
tem dívidas de que é necessário requalificar os passeios de Campolide, não só
da sua “parte antiga” mas também de uma série de outras artérias em “todos os
cantos” da freguesia. A dúvida que se coloca, e cuja decisão o autarca põe na
mão dos moradores, é saber se essa intervenção deve ser feita preservando a
calçada ou substituindo-a por um piso contínuo, semelhante ao que existe nas
ciclovias da cidade.
Na página da
freguesia no Facebook, a pergunta que se faz é se se prefere “tradição ou segurança”,
que é como quem diz a manutenção da calçada ou “a sua substituição por um piso
mais moderno e seguro”. Questionado sobre os termos em que é colocada a
questão, André Couto diz que é “óbvio” que “o piso contínuo é mais seguro” e
acrescenta que aquilo que se pretendeu com a formulação escolhida foi
“encontrar o mínimo denominador comum” numa questão que “é muito técnica”.
O autarca
socialista recorda que este é o segundo processo participativo promovido pela
Junta de Freguesia de Campolide: em 2012, foram os moradores a escolher o
destino a dar a um terreno baldio na Avenida Miguel Torga. Entre um jardim e um
parque de estacionamento, 67% dos votantes optaram pelo primeiro. André Couto
diz que “passados nove meses” o jardim já era uma realidade
Sem comentários:
Enviar um comentário