terça-feira, 6 de janeiro de 2015

E ... a polémica e o ataque cerrado a Raquel Varela continua ... Raquel Varela: Da “piroseira” de Dolores Aveiro às críticas a Passos / OBSERVADOR.

E ... a polémica e o ataque cerrado a Raquel Varela continua ...

Raquel Varela: Da “piroseira” de Dolores Aveiro às críticas a Passos

A historiadora e comentadora da "Barca dos Infernos" envolveu-se em polémica por ter ridicularizado Dolores Aveiro. Mas ataca todos Passos, Cavaco e Cunhal. E sugeriu "guilhotinar" os traidores da UGT

“Depois da estátua patética – que associa força e sexualidade a um falo desmesurado (…) temos a mãe ‘carcacinha’ e a Casa dos Segredos a ser vista da sala VIP como sinónimo de uma noite de glamour. É uma vergonha, uma piroseira, uma monstruosidade que deforma o povo deformando os seus heróis (…)”. Foram estas as palavras escolhidas por Raquel Varela para descrever a passagem de ano de Dolores Aveiro (mãe de Cristiano Ronaldo) e que a colocaram no centro da polémica.

Raquel Varela é historiadora de formação, com especialização na história dos movimentos sociais na Península Ibérica e em questões relacionadas com a evolução do movimento operário português e do Estado Social. Além de investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, coordena, ainda, o projeto internacional In the Same Boat? Shipbuilding and ship repair workers around the World (1950-2010). É, também, presidente da International Association Strikes and Social Conflicts e vice-coordenadora da Rede de Estudos do Trabalho, do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal. Cronista ocasional no jornal Público, a investigadora é uma das principais colaboradoras da revista Rubra, de que já se apresentou como diretora – uma publicação de influência assumidamente marxista e radical, revolucionária.

Com várias obras publicadas, como “Quem paga o Estado Social em Portugal?” (coordenadora)”, “História da Política do PCP na Revolução dos Cravos” (autora), entre outras, tornou-se uma cara conhecida dos portugueses quando, a 20 de maio de 2013, no Programa “Prós & Contras”, confrontou Martim Neves, um jovem de 16 anos anos que acabara de lançar a sua própria marca de roupa, sobre as condições em que eram feitas as camisolas que produzia – alegando que seriam produzidas em países emergentes, mais precisamente na China – e questionando-o sobre as condições salariais dos funcionários.

A resposta de Martim Neves a Raquel Varela tornou-se rapidamente viral: “Ao menos os trabalhadores que ganham o salário mínimo não estão no desemprego”.

De então para cá, Raquel Varela tem conseguido um maior espaço mediático, tornando-se, desde 6 de outubro, uma das comentadoras do programa da RTP Informação, “Barca do Inferno”, espaço que divide com Isabel Moreira, Manuela Moura Guedes e Sofia Vala Rocha. Defensora da suspensão unilateral do pagamento da dívida pública e crítica feroz dos cortes no Estado Social e do Governo de Pedro Passos Coelho, a historiadora tem somado algumas declarações polémicas que suscitaram discussão nas redes sociais, em blogues e em espaços de comentário político.

A 22 de dezembro, a historiadora foi alvo de críticas depois de ter publicado na sua página do Facebook, imagens do jantar com Isabel Moreira. Entre os principais reparos dirigidos a Raquel Varela estava o facto de, aparentemente, o jantar ter tido um custo que não seria suportável para a maioria dos portugueses. A investigadora, então, respondeu assim:

“[As críticas refletem] o espírito de Passos Coelho, com o seu fato de alfaiate de segunda, morador suburbano, que caiu sobre algumas almas, convencidas mesmo que ‘andaram a viver acima das possibilidades'”.

Estas palavras e os comentários tecidos sobre Ronaldo e Dolores Aveiro, pouco tempo depois, valeram-lhe críticas. Mais uma vez, a reação de Raquel Varela não se fez esperar.

Começando por esclarecer que a sua crítica não incidia sobre Dolores Aveiro “enquanto indivíduo”, mas era antes um reflexão sobre o estado da programação televisiva em Portugal, designadamente a falta de preocupação com o plano cultural, Raquel Varela assegurou que a sua intenção era “dar uma opinião sincera sobre o que vemos e refletimos, deixando que, como em tudo na vida, as pessoas possam escolher, mas possam escolher depois de ouvir o contraditório”.

“Seria paternalismo impor aos outros as nossas escolhas, mas é totalitarismo cultural não os confrontar com outras alternativas”, pode ler-se no artigo publicado no seu blog, intitulado “O Bom e o Mau Povo Português”.

No entanto, Raquel Varela aproveitou para voltar à carga e dirigiu novas críticas a Pedro Passos Coelho, comparando-o, desta vez, ao atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e a António Oliveira Salazar.

“Passos Coelho cultiva, como Cavaco Silva, um estilo austero e humilde, na roupa, nos lugares onde moram, o mesmo Passos Coelho que criou, segundo o INE, um milhão de pobres, nos mesmos anos, segundo o CreditSuisse, que criou 28% de novos milionários (…). Como Cavaco Silva, de porte humilde e até meio déclassé, mas que iniciou com as privatizações o processo de destruição das empresas públicas (…)”.

A comparação vai mais longe: Raquel Varela estende-a Salazar, líder do Estado Novo.

“Salazar foi quem começou o estilo, é verdade. Criou os maiores grupos económicos da história do país com condicionamento industrial e disciplinarização da força de trabalho, proibição de partidos e sindicatos, e trabalho forçado nas colónias. Sempre discreto, com um ar de pobre, ‘pobrezinho mas com fartura de carinho’. Ele sacrificava-se pelo povo, como Passos Coelho e Cavaco Silva“.

“Álvaro Cunhal nunca quis fazer uma revolução socialista em Portugal”

A 25 de abril de 2011, em entrevista ao Público, foi a vez do PCP e de Álvaro Cunhal estarem no centro das declarações de Raquel Varela.

De acordo com a historiadora, sustentada em fontes documentais que serviram de pano de fundo para a sua tese de doutoramento, Álvaro Cunhal “nunca quis fazer uma revolução socialista em Portugal”. Na verdade, desenvolveu um projeto de capitalismo regulado, que não previa a saída de Portugal da NATO ou o fim da propriedade privada. Prova disso foi a 

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