Quase 400 médicos emigraram no ano passado e a Ordem está preocupada
“Desemprego e emigração médica”
estiveram ontem em debate num encontro sobre Medicinal Geral
Alexandra Campos
/ 6 mar 2015 / PÚBLICO
No ano passado,
387 médicos decidiram emigrar, adianta o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José
Manuel Silva. Apesar de a saída de médicos para o estrangeiro não ser uma
novidade, o aumento do número dos que estão a sair para trabalhar noutro país
começou a preocupar a Ordem — que em 2014 fez contas para perceber, com algum
rigor, quantos profissionais decidiram fazer as malas e partir para outro país.
“Em 2014
emigraram 387 médicos e cerca de 1100 pediram o certificado à Ordem [documento
para poderem exercer a profissão noutro país]”, contabilizou José Manuel Silva.
Quando um médico pretende emigrar, necessita de um certificado para apresentar
nas instituições, os chamados “good standing certificates”, cujos pedidos têm
vindo a aumentar nos últimos anos. Este foi o ano mais expressivo quanto a essa
realidade, adiantou.
Este tema esteve
ontem em discussão no 32.º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, no
Estoril, onde o bastonário da OM participou num debate sobre Desemprego e
Emigração Médica. “Este será o momento oportuno para abordar muitas das
questões que no presente e no futuro exercem influência sobre a saída ou
permanência dos médicos portugueses em solo nacional”, antecipavam os
organizadores da iniciativa.
Preocupado com as
saídas num
O bastonário José
Manuel Silva país em que se fala sistematicamente da falta de médicos no Serviço
Nacional de Saúde (SNS), José Manuel Silva frisou que os profissionais de saúde
saem para o estrangeiro porque vão ganhar substancialmente mais, mas também
porque estão desmotivados. “Há jovens especialistas à espera dos concursos
[para entrar nas unidades do SNS] a ganhar como internos da especialidade. Há
médicos a ganhar oito euros limpos à hora”, lamentou.
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