HABITAÇÃO
Preços das casas sobem 13% no terceiro trimestre, mas
vendas recuam
No terceiro trimestre, venderam-se 42.223 casas em
Portugal, menos 2,8% do que no ano passado. Mesmo assim, o montante total
transaccionado aumentou quase 10%, à boleia da subida dos preços.
Rafaela Burd
Relvas
23 de Dezembro de
2022, 12:17
Preços das casas aumentaram 13,1% no terceiro trimestre
de 2022
Os preços das
casas mantiveram um ritmo de crescimento acelerado no terceiro trimestre deste
ano, ao aumentarem mais de 13% pelo segundo trimestre consecutivo, mas o
mercado abrandou neste período, com o número de casas vendidas a diminuir tanto
em relação ao ano passado como face ao trimestre anterior. Já o preço médio de
cada casa vendida está mais próximo dos 200 mil euros.
Os dados foram
divulgados, nesta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE),
que dá conta de que, no terceiro trimestre de 2022, o índice de preços da
habitação aumentou 13,1% em relação a igual período do ano passado,
praticamente a mesma evolução que já tinha sido registada no trimestre
anterior. Esta subida fica a dever-se tanto às habitações já existentes como às
novas, que registaram aumentos de preços de 14,7% e de 8,4%, respectivamente.
Com este aumento,
a taxa de variação média anual do índice de preços da habitação fixou-se,
assim, em 12,7% no terceiro trimestre de 2022, valor que representa um novo máximo
desde que esta série estatística foi iniciada pelo INE, em 2009.
Ainda assim, o
aumento dos preços registou-se num período em que o mercado sofreu uma
contracção. No terceiro trimestre, foram transaccionadas 42.223 habitações em
Portugal, menos 2,8% do que em igual período do ano passado. Esta é a primeira
vez que se regista uma redução homóloga no número de vendas de casas desde o
início de 2021.
Por outro lado, o
crescimento dos preços foi suficiente para compensar a quebra de vendas e o
montante total transaccionado voltou a aumentar, ascendendo a 8051 milhões de
euros no terceiro trimestre, mais 9,6% do que em igual período do ano passado.
Este valor representa, ainda assim, uma queda de 3% em relação ao valor
transaccionado no segundo trimestre deste ano.
Assim, entre
Janeiro e Setembro deste ano, foram vendidas 129.374 casas em Portugal, por um
valor total superior a 24.420 milhões de euros, números que correspondem a
aumentos de 8% e 23%, respectivamente, em relação ao que foi registado no mesmo
período do ano passado.
Considerando o
número de casas vendidas e o montante total transaccionado no conjunto dos nove
primeiros meses deste ano, o preço médio de cada casa vendida fixou-se, assim,
em 188,8 mil euros, um aumento superior a 13% em relação aos 165,9 mil euros
que se verificavam no ano passado.
Estrangeiros valem mais de 10% do mercado
No período em
análise, os compradores estrangeiros voltaram a ganhar peso no mercado
imobiliário nacional e, por esta altura, já respondem por mais de 10% do
montante total transaccionado, tendo sido responsáveis por 6% das compras de
habitação este ano.
Entre Janeiro e
Setembro deste ano, os cidadãos com domicílio fiscal no estrangeiro compraram
8106 casas em Portugal, por um montante global de 2758 milhões de euros, o
equivalente a 6,3% do número total de casas vendidas e a 11,3% do valor
transaccionado no mercado como um todo.
Estes números
representam um reforço em relação ao ano passado, quando, no mesmo período, os
estrangeiros respondiam por 4,7% das casas vendidas e 8,8% do montante total
transaccionado.
Ao mesmo tempo
que estão a comprar mais casas em Portugal, os estrangeiros também estão a
pagar mais pelas mesmas em Portugal. Considerando o montante transaccionado e o
número de aquisições, cada casa comprada por um estrangeiro teve um preço médio
superior a 340 mil euros, valor que fica mais de 80% acima da média paga a
nível global. Considerando apenas os cidadãos nacionais, a discrepância é ainda
mais acentuada: este ano, o valor médio pago por cidadãos com domicílio fiscal
em território nacional é de 178,6 mil euros.

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